Holyfire - Entrevista exclusiva com a banda.
Postado em 05 de agosto de 2003
A banda gaúcha de heavy metal Holyfire conseguiu aparecer entre diversas outras no cenário gaúcho, assim que foi possível lançar a sua primeira demo, "Spirits Looking for...", que chamou muito a atenção do público e da imprensa especializada pela ótima produção. O Holyfire, que é formado por Márcio Machado (vocal), Magnus Wichmann (guitarra), Gustavo Strapazon (baixo), Leandro Moreira (teclado) e Francis Cassol (bateria) nos concedeu esta entrevista exclusiva, falando mais sobre o primeiro lançamento oficial do grupo, gravado em São Paulo, no Contato Studios e produzido por Rafael Bittencourt (Angra). De quebra, a banda está divulgando o seu site oficial, recém feito: www.holyfiremetal.net.
Whiplash! - Em primeiro lugar, como surgiu a idéia de batizar a banda com o nome Holyfire? Qual a ligação com o som da banda e suas letras?
Gustavo / O nome da banda surgiu a partir do momento em que gravamos pela primeira vez a música "Holy Fire", para divulgar a banda em rádios de Porto Alegre. Achamos que a musica tinha a cara da banda, por isso resolvemos batizar a banda com o nome da nossa primeira música.
Magnus / A primeira versão dessa música dava início a um possível trabalho conceitual, onde o fogo sagrado seria uma arma de um guerreiro, mas fomos mudando a idéia e preferindo temas mais reais e atuais, como clonagem e o fogo sagrado do apocalipse.
Márcio / Não sou europeu, portanto esta história de espadas, armas sobrenaturais e vikings não é da cultura do meu país. Considero infantil este tipo de temática assim como desprezo imitar padrões como "Senhor dos Anéis" ou "Harry Porter" em letras. Meu conceito para o nome Holyfire é o fogo da vida e que vive no templo que é nosso corpo. Na letra da música "Holy Fire" resolvi estender um pouco mais essa idéia bíblica falando especificamente sobre o apocalipse.
Whiplash! - Conte um pouco sobre a história da banda, que muitos não sabem. É verdade que a Holyfire começou como Iron Maiden cover?
Gustavo / Na verdade eu, Magnus e Daniel Caruso (ex-vocal) tocávamos na Iron Maiden cover. Nessa época já havia a vontade de termos uma banda com musicas próprias, mas o Iron cover contava com outro baterista e mais um guitarrista.
Whiplash! - As duas últimas mudanças na banda foram a entrada de Márcio Machado (vocal) e Francis Cassol (bateria). Como aconteceram estas mudanças e quais foram os motivos das mesmas?
Gustavo / Conforme o rítmo de trabalho da banda foi aumentando os antigos membros da banda decidiram sair; primeiro Daniel e para o lugar dele chamamos o Márcio porque já era nosso amigo e também porque sempre quisemos trabalhar com ele. Algum tempo depois Renato decidiu sair e para seu lugar chamamos o Francis, pois já trabalhava com ele no Scelerata.
Francis / Pois é, me sinto muito bem na banda. Quando cheguei, só pude participar dos arranjos finais das músicas do CD porque tudo já estava escrito, mas o pessoal me deixou muito à vontade pra colocar minhas idéias na composição do rítmo – batera e baixo. Eu e o Gustavo temos uma grande afinidade por tocarmos juntos há um bom tempo. O pessoal é muito amigo na Holyfire, e é sempre bom trabalhar num ambiente assim.
Whiplash! - Um dos primeiros grandes shows da banda foi a abertura do Angra em 2001. Naquela época já havia o contato com Rafael Bittencourt para ser o produtor do primeiro CD de vocês?
Magnus / Sim, eu tenho contato com o Rafael desde 98. É importante ressaltar que este trabalho é uma "demo com cara de CD", o que também foi sugerido pelo Rafael, que achava arriscado já lançar um CD assim de cara.
Whiplash! - Como vocês conheceram o Rafael Bittencourt e como surgiu a idéia de gravar o "Spirits Looking for..." no Contato Studios?
Magnus / Em 1998 li um anúncio na Cover Guitarra de aulas de guitarra do Rafael no Conservatório Souza Lima. Foi daí que tive a idéia de ligar pra ele e perguntar se ele produzia bandas. Demorei um tempo até conseguir montar a banda ideal, mas depois de ouvir o material da Holyfire, ele mostrou muito interesse em fazer o trabalho.
Gustavo / Conhecemos o Thiago Bianchi (dono do estúdio e vocalista da banda Karma) em um show que fizemos em 2002 com o Karma e Scelerata em São Leopoldo. Falamos que iríamos gravar em São Paulo e que precisaríamos de um estúdio. Como o Rafael também havia trabalhado como produtor do Karma foi um processo natural.
Francis / A qualidade do estúdio do Thiago é animal, ele trabalha muito profissionalmente e é muito gente fina, além de ser uma figuraça! O cara é o homem-comédia! (risos)
Whiplash! - Acredito que pelas letras, as músicas "Spirits Looking for..." e "Adonai", não sendo partes de uma música apenas, abordam o mesmo assunto, certo?
Márcio / "Spirits Looking for..." fala sobre a artificialidade dos experimentos genéticos, sobre falta de respeito com as almas que habitarão corpos deformados, alterados ou que ainda nem poderão nascer, graças à ganância dos laboratórios e à mania do ser humano de brincar de ser Deus. "Adonai" trata dos conflitos religiosos e territoriais no Oriente Médio.
Whiplash! - Ao final do CD, há como "faixa escondida" um pequeno trecho de piano instrumental. O que esta "conclusão" representa na temática de "Spirits Looking for..."?
Francis / Essa idéia nos pareceu legal, porque como o CD é relativamente curto, quisemos dar uma idéia de "to be continued...", entende? (risos) Não sei se fomos felizes em passar essa idéia (risos).
Whiplash! - Qual é o saldo que vocês tiram do show de lançamento do CD, no 3º RS Metal, acontecido no dia 11/05 em Porto Alegre (RS)?
Gustavo / Muito bom, tivemos uma ótima vendagem do CD, mas acredito que fomos prejudicados pelo som.
Francis / E também pelo tempo de show, que foi muito curto.
Whiplash! - Como pintou a oportunidade de ter a participação do vocalista da banda Scelerata, Carl Casagrande no show, durante a música "Spell of Time"?
Gustavo / Eu e o Francis tocamos no Scelerata também, e o Carl é um grande amigo de todos na banda e nos ajuda muito, por isso o convidamos para participar conosco daquele momento.
Magnus / A Holyfire tem uma amizade muito grande com o pessoal do Scelerata, inclusive o primeiro show deles foi num show da Holyfire no antigo Teatro de Elis. O Carl curtiu muito o nosso CD, então surgiu a idéia de convidá-lo pra cantar a "Spell of Time", o que deixou a música ainda mais forte no show.
Francis / É, o Carl com aquela correria dele no show é sempre uma atração à parte (risos)! Claro, além do excelente vocalista que ele é.
Whiplash! - Por falar nas músicas, é difícil de citar qual é a melhor. Na hora da gravação, vocês deixaram de lado alguma outra composição para ter no CD só as melhores?
Gustavo / Deixamos algumas musicas fora por acharmos arriscado e sem necessidade gravarmos mais naquele momento, porém foi um consenso e não uma "limagem musical".
Whiplash! - Com a produção impecável, só faltava mesmo a prensagem e um encarte melhor. Vocês não investiram nestas duas coisas pensando em viabilizar o lançamento de "Spirits Looking for..." por alguma gravadora?
Gustavo / Sim, mas também tivemos problemas com isso devido a atraso por parte da gráfica, que só nos enviou o material um dia antes do show de lançamento, por isso tivemos que vender assim mesmo. Sempre queremos dar o melhor ao nosso publico, não iríamos relaxar na apresentação visual.
Magnus / Com certeza, inclusive algumas gravadoras já entraram em contato conosco, e pretendemos lançar o CD oficial com mais músicas tão boas ou melhores que essas.
Whiplash! - Algo relativamente fácil, que seria a caracterização do som do Holyfire, torna-se difícil por haver nas músicas passagens de teclado (e solos) e até pesadíssimos riffs de guitarra. Então, chamamos o som de vocês apenas de heavy metal, certo?
Magnus / É justamente esse nosso objetivo, deixar as influências de cada um da banda soar na nossa música. Nós não nos importamos com rótulos, apenas fazemos o que gostamos.
Gustavo / Nosso som possui muitas facetas, o correto seria chamar de" true power metal melódico progressivo sinfônico épico com passagens folk étnico" (muitos risos).
Whiplash! - Qual a opinião de vocês sobre a atual cena underground do Brasil, e em especial, a do RS?
Francis / Nossa, cara, é absurdamente forte. A cena do metal underground cresce a cada dia, com bandas excelentes. É realmente uma pena que nem todas têm a sorte de conseguir gravar um disco legal pra mostrar seu trabalho. Por isso sou muito a favor dos discos coletânea com várias bandas, porque é uma chance do pessoal mostrar a cara. A cena do RS, então, é um absurdo. Lógico, é a que conheço melhor, mas acredito q é a mais animal de todas. A qualidade das bandas daqui é impressionante, não só de heavy metal, mas também de death, black e até glam. Não vou citar porque corro o risco de esquecer alguma, e só espero que logo o pessoal vire os olhos pro sul, porque não vão se arrepender.
Whiplash! - Obrigado pela entrevista e parabéns pelo lançamento. Para finalizar, peço que deixem uma mensagem para quem acompanhou esta matéria aqui no Whiplash!.
Francis / Obrigado, Paulo! Espero que o pessoal aprecie nosso trabalho nesse disco, porque foi feito com muita emoção e paixão, além de muita consciência e objetividade. Espero também que o pessoal do metal esteja sempre unido, porque um dia vamos mostrar pro país o que é música verdadeira e de qualidade.
Gustavo / Continuem fieis aos seus princípios, e muito metal para todos.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Megadeth anuncia mais datas da turnê de despedida
Helloween cancela shows na Ásia devido a problemas de saúde de Michael Kiske
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Os cinco maiores guitarristas de todos os tempos para Neil Young
Rockstadt Extreme Fest terá 5 dias de shows com cerca de 100 bandas; veja as primeiras
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo o lendário Joey Ramone
Yngwie Malmsteen vem ao Brasil em abril de 2026, segundo José Norberto Flesch
The Troops of Doom tem van arrombada e itens furtados na Espanha
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
Kiko Loureiro diz o que o levou a aceitar convite para reunião do Angra no Bangers Open Air
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
A banda que enche estádios, mas para Roger Waters seus shows são "uma piada"
Sepultura anuncia último show da carreira em Portugal
Os dois guitarristas que são melhores que Ritchie Blackmore, de acordo com Glenn Hughes

Children Of Bodom: Natal, comilança, álcool e chutes no saco
Anthrax: Scott Ian culpa AC/DC e Iron Maiden por poucas groupies


