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Symphony X: Entrevista exclusiva com o guitarrista Michael Romeo.

Postado em 09 de novembro de 2000

Michael J. Romeo é, definitivamente, um dos caras mais simples e gente finas de que o cenário metal tem conhecimento. Totalmente simpático e modestíssimo, o gênio das seis cordas, nascido em Nova Jérsei, nos Estados Unidos, concedeu, com muito bom humor (mais boa vontade do que vi nessa entrevista é quase impossível), um papo exclusivo com a Whiplash!, onde conversou, bastante à vontade, sobre esses anos em que a banda está na ativa, hoje já na marca dos 6 anos (já que a banda é de Abril de 94), e sobre seu disco solo, influências, guitarristas e até Dream Theater. Então, sem mais delongas... com a palavra, Michael Romeo!

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Entrevista preparada por Haggen Kennedy e Thiago Corrêa.

Tradução: Haggen Kennedy

Whiplash! - As críticas a "V", último álbum lançado por vocês, têm sido excelentes. Qual a análise que você faria deste último trabalho? Você acredita que esse seja o melhor álbum já gravado por vocês?

Michael Romeo / Bem... acho que a razão pela qual eu penso ser o melhor disco é o approach que demos na construção dele. Desde o início, sentamos e dissemos "tudo bem, vamos fazer um disco conceitual, mas com nossas convenções, nosso toque progressivo e, claro, nosso peso." Basicamente tentamos fazer algo que mantivesse nossa pegada, mas com idéias que contassem uma estória.

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Whiplash! - Você poderia falar um pouco mais sobre o disco? Sobre o que é o conceito, como foi feito...

Romeo / Basicamente ele conta a história da luta entre o bem e o mal, a velha batalha eterna. Mas queríamos algo mais... bem... maior [risos]. Então, fomos à biblioteca, sentamos e passamos horas lendo e estudando sobre a história do Egito, mitologia, astrologia... Então, tínhamos um bom material e conseguimos as personagens. E essas personagens exerceriam um papel essencial, já que entravam em conflito entre si, e isso abriria espaço para outras idéias na escrita do disco. Foi algo muito trabalhoso, mas que rendeu ótimas idéias, ótimas linhas tanto nas melodias como nas letras. Mas, bem, basicamente foi isso: juntamos tudo, fizemos nossa própria estória dos fatos e, uma vez que já tínhamos todas as letras prontas, partimos para a escrita das melodias. E fomos de uma por uma, música por música. Da primeira até a última. Não pulamos nenhuma música, não deixamos nada para depois. Fomos devagar, seguindo a estória contada. E foi diferente porque nunca tínhamos feito isso antes. Geralmente tínhamos algumas músicas e simplesmente compúnhamos saindo de qualquer lugar e chegando em qualquer lugar [risos]. Muita coisa saiu de jams, também. Mas desta vez é como se tudo fizesse sentido. Foi bem legal todo o processo.

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Whiplash! - Então, nesse disco você primeiro fez as letras para só depois construir a melodia. Mas como é que você faz para compor riffs que combinem com a letra? Isso parece meio complicado...

Romeo / Uma vez que havíamos escrito as letras e estudado sobre o que estávamos a escrever, eu já estava meio que me sentindo vivendo na época do Egito antigo, já me sentia vivendo no local, na época... é meio estranho...

Whiplash! - Você se sentia no Egito antigo?! E você teve que levantar aqueles imensos blocos de cimento para a construção de pirâmides enquanto era açoitado?

Romeo / Nossa, eu me imaginei bem longe disso [risos].

Whiplash! - É, porque se fosse assim, acho que as músicas sairiam bem mais furiosas...

Romeo / [rindo] Ah, com certeza. Iria descontar todas as açoitadas nos riffs de guitarra [mais risos]. Mas é como eu lhe falei, eu meio que me imaginei na época... e então, é como se você tivesse aquele feeling, aquele lance de você sentir a música. Quando você tem na letra algo como "he wil be one, one with the land, lord of the wind and the sea and the sands", você tem que mostrar um som pesado, épico, para combinar com a coisa toda. Não sei, é algo de sentir a música, mesmo. O que ela é, o que ela representa, a história que ela conta, a emoção, a sensação que ela passa.

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Whiplash! - E o que você acha que é mais importante? A letra ou a melodia? [N do E: nessa hora tudo fica em silêncio por cerca de 10 segundos, como se a ligação estivesse sido cortada] ... Alô?!

Romeo / Alô? Oh, desculpe, eu estava pensando em como responder. Cara, que pergunta miserável [risos]. Bem, acho que a melodia é muito importante porque... bem, ela transmite as sensações que você tem quando compôs a música. A melodia pode falar bastante. Tem a Música Clássica, você pode tirar o exemplo – várias músicas instrumentais. Mas só que as letras também são muito importantes, afinal, você está contando uma estória. E, nesse caso, então, as letras são fundamentais. Pelo menos neste caso, nesse disco. Mas então, acho que as duas são igualmente importantes, não acho que tenha como dizer que uma é mais importante que outra.

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Whiplash! - Como você compararia o Symphony X do debute auto-intitulado e o Symphony X do último álbum, "V"? Quais as diferenças/evoluções principais que você poderia destacar?

Romeo / Oh. Eu considero o primeiro disco [N do E: "Symphony X"] uma demo. Eu estava procurando por músicos e foi algo muito corrido, bastante apressado. Eu consegui os caras, a gente se juntou rapidamente e fomos gravar – gravação que, também, foi super rápida. Quero dizer, eu estava atrás de um selo e tinha que fazer uma demo rápido, pois já tinha entrado em contato com a gravadora e eles queriam nosso material. Então, nesse primeiro disco ainda estávamos procurando uma direção [musical]. Todo mundo na banda tinha suas próprias influências e estávamos aprendendo como trabalhá-las em conjunto, quero dizer... tinha sido tudo tão rápido. Num dia nos conhecemos, no outro já estávamos gravando. Que entrosamento, hein [risos]. Mas então é isso, foi um disco cuja produção era de um nível mais baixo, bem como sua gravação. É como eu disse, eu o considero como uma demo. O Symphony X hoje... bem, o que eu posso dizer? Estamos mais maduros, já achamos nossa direção, sabemos como trabalhar em conjunto, sabemos como misturar nossos estilos de composição de forma que surjamos com músicas com a cara – e que, na verdade, formem a cara – do Symphony X.

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Whiplash! - O Symphony X está vindo ao Brasil pela primeira vez e a expectativa criada em torno disso é bastante grande. O que você espera dos shows que fará aqui?

Romeo / Não sei. Eu simplesmente não sei, não tenho a mínima idéia do que esperar. Quero dizer... [pensa] é, não sei [risos]. Só espero poder ir aí e tocar. Será legal, contanto que haja pelo menos umas duas ou três pessoas na platéia... [risos]

Whiplash! - Ah, não diga isso. Eu moro numa cidade que fica a cerca de 2.500 quilômetros de distância de São Paulo e estou saindo daqui para ver seu show lá. Não é possível que os paulistas não vão ao show para vê-lo.

Romeo / [visualmente impressionado] Caramba, isso é sério?!? Você vai fazer isso?! Não acredito! Nossa, eu fico realmente agradecido por isso. É muito legal quando as pessoas gostam do seu trabalho e fazem um sacrifício pela banda como o que você está fazendo. Quero dizer, já é uma grande ajuda e apoio quando compram nossos CDs, mas quando vemos pessoas que se põem a fazer esse tipo de coisa, é realmente muito gratificante. Digo, você vai com seu dinheiro, certo? Ou é patrocinado?

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Whiplash! - Dinheiro do meu bolso, mesmo. Eu tenho acompanhado a carreira do Symphony X desde que lançaram "The Damnation Game". Quando ouvi "Divine Wings of Tragedy" simplesmente coloquei a banda num patamar exclusivo. Eu considero vocês como um dos maiores grupos de metal da atualidade...

Romeo / [empolgadíssimo] Deus, eu nem acredito que estou ouvindo isso! É fantástico, eu nunca esperaria ouvir isso! Digo, é disso que estou falando. Isso é fantástico, realmente. Não sei se existem outras pessoas como você, mas se houverem, quero realmente agradecê-las. Esse tipo de coisa, esse sacrifício de viajar para ver os shows, essa coisa toda é realmente muito importante para mim. Quero dizer, quando eu formei esse grupo realmente nunca pensei que isso pudesse acontecer porque nunca me imaginei como um daqueles grandes guitarristas que são o ídolo de alguém. E também não me imaginei como o cara que faz uma banda que tem milhões de seguidores fanáticos. Então, quando eu vejo que, na verdade, há alguém que manifeste esse tipo de emoção para conosco é super gratificante. Eu agradeço do fundo do coração todo esse apoio, sinceramente!

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Whiplash! - Ah, você vai ter que agradecer mandando bala no show...

Romeo / [risos] Com o maior prazer. Esperamos que o público goste das nossas músicas.

Whiplash! - Falando nas músicas, como vocês baseiam o set list? Pergunto porque certamente os fãs vão querer ouvir tanto o material antigo de vocês como o novo.

Romeo / Bem... originalmente, a idéia era tocar o novo disco inteiro, música por música, já que é um álbum conceitual e seria legal manter a história dele na íntegra. Nós começamos a ensaiar e a adicionar algumas coisas, mas vimos que estava ficando longo demais, percebemos que não haveria tempo de tocar o material mais antigo. Daí, decidimos cortar algumas músicas do novo disco e deixar apenas as músicas-chave no repertório, como por exemplo a primeira e a nona [N. do E.: ele se refere, respectivamente, a "Evolution" – que é a segunda música (a primeira é a intro) – e a "Absense of Light", que é a décima, mas torna-se a nona devido à exclusão da intro] para balancear as coisas, pois elas cobrem, de certa forma, a história do álbum. Então, tocaremos outras do disco, fazendo uma seqüência de mais ou menos 45 minutos. Depois, tocaremos mais 45 minutos com músicas antigas e voltaremos a tocar algo do disco novo, além de solos e/ou improvisações que podem vir a ocorrer. Acho que temos um mix bem legal da nossa carreira, acho que vai ser bem legal.

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Whiplash! - Eu considero difícil fazer com que as músicas do Symphony X soem tão bem ao vivo quanto em estúdio, pois são muito ricas em arranjos. Você diria que o SX é uma banda de estúdio ou uma banda de shows?

Romeo / Diria que as proporções são definitivamente igualitárias. O que talvez seja diferente é o approach que tomamos em relação a um e outro. Nos nossos discos tocamos da mesma forma que tocamos ao vivo. Nós tentamos passar toda a nossa energia, todo o nosso peso para o disco, assim como fazemos nos shows ao vivo. A não ser que tenhamos partes orquestradas, porque dessa forma não teríamos como fazer tudo ao vivo, as gravações e etc. Digo, aí nós realmente temos que parar, sentar e medir as coisas para que tudo saia da forma correta no estúdio. E ao vivo é complicado para reproduzir essas orquestrações, a não ser que tocássemos com uma orquestra de verdade nos shows. É verdade que nós até poderíamos tocá-las em playback, mas eu definitivamente não quero nada disso. Não gosto de playbacks, soa muito superficial. Se for um playback de uma voz ou alguma coisa que não seja tão pertinente à música em si, tudo bem, é válido, para dar aquela característica da música. Mas uma orquestra em playback? Percorrendo a música inteira? No way! Quando tocamos ao vivo, gosto de me sentir à vontade. Uma gravação direta como o playback iria me deixar muito pouco à vontade. Então, faremos um tipo de arranjo diferente para as partes orquestradas, de forma que tenhamos mais espaço para nossa criatividade fluir e até mesmo maior interatividade com a platéia. Eu, por exemplo, tocarei as partes de violino na guitarra. Vai ficar um pouquinho diferente, mas acho que vai ficar legal porque é ao vivo e tem todo aquele feeling, aquela energia.

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Whiplash! - Falando em energia, onde você acha que a banda tem um impacto mais forte? Nos discos, quando o fã ouve em casa e percebe a riqueza de detalhes nas músicas, ou no show?

Romeo / Acho que nos dois, porque nos esforçamos em ambos. É como você disse, no estúdio o ouvinte pode se dar conta de que há muita coisa para se perceber, é bem interessante. Já ao vivo, é um pouco diferente, não temos tanta riqueza nos detalhes, mas podemos fazer outras coisas, podemos torná-las um pouco mais especiais, porque podemos criar alguns temas diferentes, e podemos passar uma aura positiva. Os dois, definitivamente, têm relevância fundamental para nós.

Whiplash! - Há algum plano para gravar um disco ao vivo?

Romeo / É até engraçado você falar nisso, pois eu estava conversando com o resto da banda a respeito ainda hoje [N do E.: a entrevista foi feita dia 1 de Novembro]. Nós estávamos pensando nessa possibilidade. Vamos tentar gravar alguns shows quando entrarmos em turnê na Europa, em especial na Alemanha e, dependendo da qualidade dos shows e da gravação, poderemos, talvez, lançar alguma coisa ao vivo.

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Whiplash! - E como vocês vão fazer? Vão gravar todos os shows que fizerem por lá?

Romeo / Bem, gravaremos uns 5, 10 shows, não sei. Nós gravaremos algumas apresentações e escolheremos a melhor, porque, bem, se você só grava uma vez, é perigoso, talvez aquela noite não fosse a melhor, ou talvez haja algum problema no som... as possibilidades são infinitas. Então, gravaremos vários para que possamos escolher entre a melhor noite de shows.

Whiplash! - Talvez vocês não precisassem exatamente fazer o disco todo gravado em apenas um show. Vocês poderiam colocar uma gravação de músicas que ficaram boas em cidades ou países diferentes.

Romeo / Oh, não, eu... bem... [pensa] Sim, é verdade. Não é que você deu uma ótima idéia [risos]? É, vou comentar com o pessoal a respeito.

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Whiplash! - E o que acha de um vídeo?

Romeo / Hã... ao vivo?!

Whiplash! - Bem, não sei. Talvez um homevideo! Eu sempre fiquei bastante curioso para saber como era o Symphony X no estúdio, os erros de gravações – se é que tem algum –, as conversas, as discussões, a vida na estrada... tudo.

Romeo / Oh! Hã... bem... eu... não sei [risos gerais]. Eu nunca havia pensado na possibilidade, mas quem sabe, não é. É algo a se considerar. Vamos ver, quem sabe num futuro próximo...

Whiplash! - Mudando um pouquinho de assunto, a banda teve algumas mudanças no passar dos anos. Alguma dessas mudanças de formação afetaram de alguma forma a química no grupo?

Romeo / Olha, eu acho que sempre afetam, de algum modo, por menor que seja. Ainda bem que no nosso caso, não nos afetou o suficiente para, digamos, nos desestabilizar. Claro que não é legal quando um integrante quer sair, mas... que se pode fazer? Mas foi bem legal o caso do baterista, por exemplo, que saiu e depois voltou. É bem legal tê-lo de volta. E o nosso novo baixista é muito bom, também, eu gostei bastante dele. O Mike [LePond, novo baixista] é extremamente versátil e ótimo músico.

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Whiplash! - Falando nisso, o que aconteceu? Por que o Thomas Miller [N do E: antigo baixista] saiu?

Romeo / Você não vai acreditar. Nem eu acreditei na época. Ele simplesmente acordou um dia e decidiu que não queria mais trabalhar com música. Imagine a minha cara. Quero dizer, eu conhecia o Thomas há tanto tempo, já há anos. E simplesmente me deparei com essa situação. Foi bastante estranho para mim, pois realmente não esperava. Depois eu conversei com ele melhor e vi que, na verdade, ele estava querendo dedicar mais tempo à família dele, especialmente agora que ele teve uma filhinha, e queria dar atenção a ela. Mas eu não tiro a razão dele em momento algum e espero que tudo dê certo na vida dele.

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Whiplash! - Mas você tem idéia do que ele está fazendo atualmente? Há alguma chance de ele voltar a trabalhar com música no futuro?

Romeo / Não tenho a mínima idéia. Quem sabe o que o futuro nos aguarda, não? Quero dizer, pode ser que sim, pode ser que não. Mas também não sei o que ele está fazendo agora. Provavelmente deve estar com a família. Mas em relação a trabalho, não sei, mesmo.

Whiplash! - Você sempre teve uma direção musical diferente da tomada pelo Dream Theater, contudo vocês foram vistos como apenas mais uma banda seguindo os passos do DT quando [o Symphony X] estava no início de sua carreira. Pelo menos foi a impressão que eu tive aqui no Brasil. Você também teve essa impressão?

Romeo / Eu tive?!? [risos gerais]. Olha, eu não posso dizer que tive porque não lembro de jamais ter encarado dessa forma. Digo, o Dream Theater faz um som progressivo, tudo bem, mas é como você comentou no início da pergunta: nosso direcionamento musical é realmente diferente do deles. Tudo bem, ambos fazemos música progressiva, mas o nosso estilo de composição é totalmente diferente do deles, qualquer um pode perceber isso. Se bem que é um elogio ser comparado a uma banda desse porte. [risos]

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Whiplash! - Ainda sobre o DT, acho até meio engraçado, porque algumas pessoas dizem que fãs do Symphony X têm um certo problema quando conversando com fãs do Dream Theater. Então, essa é uma pergunta mais de curiosidade: você já teve algum contato com os caras?

Romeo / É engraçado ouvir isso porque eu realmente nunca tinha imaginado a possibilidade de fãs do Symphony X entrando em conflito com fãs do Dream Theater [risos]. Quero dizer, não sei, é estranho para mim. Não acho que o Symphony X seja uma banda de porte tão grande...

Whiplash! - É, mas a banda não precisa necessariamente ser grande para mostrar qualidade. E qualidade é o que o Symphony X tem de sobra...

Romeo / [meio sem jeito] Ah.. nossa. Obrigado [risos]. Mas, bem.. não sei. Eu não acho que deveria haver nenhuma rivalidade, afinal todos deveríamos fazer exatamente o contrário. Se bem que não acho que exista realmente algum tipo de intriga. Você havia dito que algumas pessoas diziam isso, não?

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Whiplash! - Exato. É a opinião de algumas pessoas, e não a verdade suprema...

Romeo / [risos] Oh, sim. Eu não lembro de haver ouvido falar de coisa parecida. Mas sim, eu já tive contato com eles, era isso que você me havia perguntado, certo? Bem, eu estava na Alemanha... não lembro se em 98 ou 99. Eu estava promovendo um disco da banda e ouvi um sujeito conversando com outro próximo a mim, comentando sobre um show do Dream Theater que aconteceria naquela noite. Eu fiquei bastante feliz, pois sempre quis muito ver um show deles, então me informei sobre o local e naquela mesma noite fui até lá, comprei o ingresso e entrei na casa para assisti-los. O show foi impressionante, eles estavam realmente mutíssimo bem ensaiados, foi ótimo. Eles tocam muito bem, mesmo! No final do show eu até consegui falar com o Portnoy e com o Petrucci. São pessoas excelentes, muito gente boa. Fiquei conversando com eles um bom tempo sobre várias coisas. São realmente demais.

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Whiplash! - Mas diz aí: o Petrucci toca mesmo ou é enrolação?

Romeo / [dando altas risadas] Enrolação?! Que é isso! Se ele enrola, eu sou dublê de cinema [risos]. E, de qualquer forma, quem sou eu pra falar do Petrucci? O cara toca demais, ele é muito bom, mesmo. O trabalho que ele fez no novo disco [N do E: "Metropolis II: Scenes From A Memory"] está fenomenal.

Whiplash! - Falando em guitarristas, se não me engano, você tem o Allan Holdsworth como uma das suas maiores, se não maior influência...

Romeo / Ah... [pensa] Na verdade, Holdsworth não é minha maioooorrr influência. Claro que ele exerce, em algum grau, alguma influência, mas ele não é o meu foco principal. Eu diria que fui muito mais influenciado por Al DiMeola, por exemplo. E Uli John Roth. Estes dois realmente me deram muita coisa em que me agarrei quando estava aprendendo guitarra. Os dedilhados, até mesmo algumas palhetadas. Se bem que... sim, no "Divine Wings..." talvez realmente se possa notar uma grande influência de Holdsworth, mas eu não diria que é minha influência primária.

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Whiplash! - O que você costuma ouvir quando está em casa?

Romeo / Bem, eu geralmente ouço discos antigos, os mais clássicos. Ouço coisas novas também, mas é sempre bom ouvir aquelas coisas que lhe colocaram no meio heavy metal. Eu ouço bastante Watchtower, ouço o velho [Judas] Priest, "Heaven and Hell", do Sabbath... adoro esse disco. Ouço Pantera, também... também ouço coisas clássicas mais contemporâneas como John Williams, Stravinski...

Whiplash! - O que você acha do Dimebag Dirrell?

Romeo / Ele tem idéias muito boas, eu gosto bastante da pegada dele. É um ótimo músico, as linhas de melodia dele são bem legais, combinam com os riffs que ele cria.

Whiplash! - E o que é que lhe influenciou lá no comecinho, quando você estava ouvindo metal e aprendendo a tocar guitarra? Deve haver alguma banda progressiva, não?

Romeo / Ah, nossa, lógico, sem dúvida alguma. Eu sempre fui muito fã de Kansas... é uma das minhas bandas favoritas. Muito Yes, muito Rush...

Whiplash! - Eu ia deixar essa pergunta pra depois, mas já que você mencionou o Kansas... eu achava que talvez estivesse ficando louco, porque havia notado alguma coisa de Kansas em algumas músicas suas...

Romeo / [risos] É, e tem mesmo. Se você estiver louco, então eu também estou [mais risos]. Eu gosto muito de Kansas, ouço desde que me conheço por gente. É uma banda com idéias muito boas, as músicas são demais. Não sei. Sou fã, mesmo. [risos]

Whiplash! - Ultimamente, surgiram várias bandas tocando o metal técnico, enfatizando a virtuosidade não de um, mas de todos os instrumentistas na banda, como por exemplo Spastik Ink, Spiral Architect, Theory In Practice... você já ouviu alguma dessas bandas ou coisas no estilo?

Romeo / Ouvi Spastik Ink, é muito bom. Ouvi algumas coisas como Artension... creio que seja nova, não?

Whiplash! - Sim, eles só tem três discos, até agora.

Romeo / Pois é. Aquele tecladista é muito bom... Vitalij ou algo do tipo [N do E: Vitalij Kuprij]. Há outras coisas, também. Eu gosto muito do estilo, não tenho do que reclamar. [risos]

Whiplash! - Uma banda que já tem um bom nome no cenário com um som mais acessível e técnico ao mesmo tempo é o Meshuggah [N do E: Ele vai falando alguma coisa e eu interrompo] Tá, tudo bem, eu sei que não tem nenhuma relação direta com o som que o Symphony X faz, mas eu mencionei aquele grupo porque há bastante espaço para o som pesado e todos aqueles tempos quebrados em ambas as bandas...

Romeo / Não precisa explicar, eu só ia dizer que já ouvi Meshuggah [risos gerais]. Eu gostei bastante do instrumental. Só não fui muito com a cara do vocal. Não que ele seja ruim, é que não aprecio muito esse estilo vocálico mais gritado como o do Meshuggah. Mas a parte técnica do grupo é impressionante. As seqüências arpejadas, as escalas, os tempos, o ritmo... realmente é muito bom. Aliás, acho que nessa banda a influência de Holdsworth é muito mais predominante. [risos gerais]

Whiplash! - E bandas das antigas como Rush?

Romeo / Ah, acho que nesse caso não há muito o que comentar. Eu gosto pra caramba do Rush, acho que dispensa qualquer tipo de comentários. Yes, Europe... essas bandas são até difíceis de serem discutidas.

Whiplash! - Kansas...

Romeo / Kansas... [risos]

Whiplash! - Há um certo tempo, Neil Peirt deixou o Portnoy louco quando disse que no "Working Man", que é um tributo ao Rush – no qual você também está presente – apenas bandas fracas, de pouca expressão, "de buteco", por assim dizer, tocaram. Qual sua opinião sobre essa declaração?

Romeo / ...

Whiplash! - Alô?

Romeo / Desculpe, acho que não ouvi direito. Você poderia repetir, por favor? [N do E.: Eu repito a questão inteira novamente e ele fica em total silêncio por quase meio minuto, até que eu pergunto se ele está decepcionado] Hã... não. Acho que a palavra que melhor me definiria agora é "chocado". Bem, eu... olha, realmente não sei o que dizer. Talvez... bem, não sei, talvez ele não tenha ouvido direito ou... não sei. Se bem que eu até imagino o Portnoy enlouquecendo. [risos gerais]

Whiplash! - É, foi um baque...

Romeo / É. Só foi. Mas acho que o Portnoy não deveria se preocupar com isso, ele é um músico do mais alto gabarito, não há com o que se preocupar. Quanto ao que Neil Peirt disse... eu não sei, não sei, mesmo. Não sei o que pensar, não sei o que dizer. Bem... quero dizer, se é a opinião dele, tudo bem, eu respeito, o que se pode fazer? Eu fiz o disco porque eu quis. Porque eu gosto da banda, eu gosto do Rush, então achei muito interessante a iniciativa de gravar um disco tributo. Não sei, se o Neil acha mesmo isso... é uma pena, mas eu respeito sua opinião.

Whiplash! - Voltando um pouquinho à banda, em "Twilight In Olympus" há uma sonata com tema de Beethoven. No seu CD solo há uma música de Paganini. Quais são os compositores clássicos que mais lhe influenciaram?

Romeo / Bem, acho que a idéia primordial de fazer isso veio do Randy Rhoads. Quer dizer, por eu ouvi-lo muito, acho que tive vontade de fazer alguma coisa envolvendo essa coisa mais clássica. Eu gostava demais dos solos do Randy. Mas bem, minha maior influência provavelmente é Bach, por causa do contraponto e toda aquela coisa do virtuosismo barroco que todo mundo já conhece bem, já que guitarristas como Malmsteen divulgaram tanto. Além de Bach, eu também fui muito influenciado por Beethoven, Vivaldi e Mozart. Mas eu ultimamente tenho ouvido muitos compositores contemporâneos como Stravinski, Holst, John Williams, que possuem composições muito boas. Pode-se até mesmo perceber no nosso disco novo.

Whiplash! - Há alguma possibilidade de você lançar um outro disco solo?

Romeo / Sim, com certeza. Entretanto, você tem que ter em mente que a minha prioridade é o Symphony X. Meus esforços, minha concentração.. está tudo voltado para a banda. Um CD solo é simplesmente um hobbie ou coisa do tipo. Mas sim, num futuro eu lançarei um outro disco solo. Só não sei quanto tempo vai levar, mas eu lançarei. [risos]

Whiplash! - Bem, como você falou tão bem do Portnoy, talvez houvesse alguma chance de... bem, você sabe...

Romeo / Ah, eu já deveria saber [risos gerais]. Sim, sim, o Portnoy realmente seria uma escolha muito boa.

Whiplash! - E talvez houvesse uma chance de o Petrucci estar nele também...

Romeo / [rindo alto] Mas aí não vai ser mais meu disco solo, os dois juntos vão me chutar pra fora das gravações, não vai ter espaço para eu mostrar nada [risos]. Falando sério, seria grandioso tê-los num projeto meu. Mas acho que é melhor você falar disso com eles. Por mim, eles já têm entrada garantida, acho que o difícil é eles quererem se envolver numa coisa desse tipo.

Whiplash! - Como assim "numa coisa desse tipo"?

Romeo / Bem, não sei.. é apenas um disco solo de um cara que tem algumas idéias comuns e/ou sobras de estúdio e quer gravá-las. Não sei se eles se interessariam em tocar comigo...

Whiplash! - Não se preocupe. Na primeira oportunidade que tiver, eu digo a eles para entrar em contato com você para que gravem logo esse disco.

Romeo / [rindo] Muito bem, estarei esperando!

Whiplash! - Eu falei de Música Clássica, progressiva, Holdsworth e etc. Mas sempre que ouço um disco do Symphony X, penso "caramba, esse Michael Romeo é louco por heavy metal!" E digo mais: muitas vezes te vejo até como um fã de thrash e estilos até mais extremos, porque é cada riff pesado do cacete que você cria. Quais as bandas de metal que serviram de influência para você no começo de seu aprendizado e as bandas que fazem música mais pesada, sem toques de progressivo, e que têm te impressionado?

Romeo / [risos] Thrash? Não, não. Eu até ouço, pois procuro ouvir de todas as vertentes no metal, mas não sou o que se pode dizer um verdadeiro fã do estilo. É como eu disse, eu fui mais influenciado por coisas como o antigo Priest, Black Sabbath... até mesmo Pantera. Cacophony, também...

Whiplash! - Caramba, Cacophony é absurdo! O que você acha do Marty Friedman?

Romeo / Eu não ouvi muita coisa do Friedman. Eu conheço Megadeth, claro, mas nunca estive muito por dentro do estilo, do modo como compõem. Eu gostei do Friedman, pelo que ouvi, ele tem uma pegada bem legal, gostei do modo como cria linhas harmônicas.

Whiplash! - E Jason Becker?

Romeo / Aí você me coloca contra a parede. O que é que eu vou falar de um cara como o Jason Becker? Caramba, não há como dizer nada a não ser que ele é o que há! É Jason Becker! Sweep, Arpejos, bends, modulações, inversões, escalas, fraseados... o que for, pode mandar bala, o cara é bom em tudo. Becker é Becker.

Whiplash! - Vinnie Moore?

Romeo / Vinnie Moore também é muito bom. Eu ouvia bastante esse tipo de som há um tempo. Eu gosto bastante do "Mind’s Eye". Ouvia coisas tipo Michael Angelo, [Tony] MacAlpine, [Joey] Taffola, Greg Howe, [Ritchie] Kotzen, [Michael Lee] Firkins, James Byrd, [Steve] Ross, Jeff Watson, John Norum...

Whiplash! - E artistas tipo Bernd Steidl, Darren Housholder, Toby Knapp, Tony Fredianelli, Craig Goldy, Derek Taylor, Scott Tine, Ron Thal, Todd Duane, George Bellas, James Muprhy...

Romeo / Nossa, quanta coisa você trouxe à tona. Nem lembrava mais de todo esse pessoal. O James Murphy gravou um disco muito bom depois que saiu do Testament, não?

Whiplash! - O "Convergence"?

Romeo / Sim, exato. Há participação de alguém do Testament, não?

Whiplash! - Bem, o Chuck Billy participa, mas há outro vocal, que é o Devin Townsend. Greg Howe também toca no CD e na batera está ninguém menos que Deen Castronovo.

Romeo / Que time, hein.

Whiplash! - Pois é. Melhor que isso, só seu novo CD solo com Portnoy e Petrucci.

Romeo / [rindo] Oh, meu Deus, você não vai me deixar em paz enquanto eu não gravar isso, não é?

Whiplash! - Pode apostar. Voltando ao SX agora, eu sempre imaginei como foi gravada "The Divine Wings of Tragedy", já que a música passa dos 20 minutos. Contudo, acho que há músicas ainda mais complexas, como "The Accolade" e "Through the Looking Glass". Qual foi (ou foram) a(s) música(s) mais difícil(eis) para compor, gravar e tocar ao vivo?

Romeo / [pensa] É difícil dizer assim, na bucha. Acho que para compor e gravar, foram as músicas novas, as do "V", porque os riffs, as convenções foram realmente desafios, principalmente no que se refere à parte orquestrada. Minha nossa, nem queira imaginar como deu trabalho. Foi realmente um sufoco, dias a fio, noites perdidas tentando colocar tudo nos conformes. Para tocar ao vivo, provavelmente ‘Divine Wings...’.

Whiplash! - Comentamos sobre Greg Howe há pouco. Não sei se você tem conhecimento, mas ele está em turnê com Enrique Iglesias. O Van Halen já tocou com Michael Jackson, e o Vernon Reid com Janet Jackson. Se você estivesse desligado do Symphony X e surgisse uma proposta de trabalhar com algum grupo desse tipo, você aceitaria?

Romeo / [rindo] Caramba, você faz cada pergunta desconcertante [risos gerais]. Bem, eu aceitaria, sim, por que não?

Whiplash! - E por que sim?!

Romeo / Oh, bem... porque... porque sim, eu acho [risos]. Bem, não sei, acho que seria legal para ver como é, afinal não deixa de ser uma nova experiência.

Whiplash! - E com quem você gostaria de tocar?

Romeo / [pensando] Talvez o Seal... a música que eles fazem não é tão ruim e há algumas coisas que seriam interessantes serem feitas na guitarra, de uma forma improvisada. Se bem que não sei se eles abririam espaço para isso...

Whiplash! - Isso se relaciona um pouco com essa pergunta que farei: uma vez que já passamos e continuamos a passar por tanto tipo de música modista, como um artista pode obter sucesso na carreira musical sem se sujeitar ao que a indústria musical pede, sendo leal a um estilo e sem perder a qualidade e riqueza nas composições?

Romeo / [pensando bastante] Isso meio difícil de se responder. Eu não sei. Eu gosto da música e é por isso que eu toco. Eu gosto de tocar o que eu gosto de compor, o que eu sinto vontade de criar. Seria muito fácil eu tocar pop e encher meus bolsos de dinheiro, mas é como eu falei antes. É diferente quando você toca algo tipo pop por uma nova experiência e quando toca para ganhar a vida, fazendo isso dia após dia. Eu não gostaria de ganhar a vida fazendo pop, quero ganhar a vida fazendo o que eu gosto de fazer, que é o que você ouve no Symphony X. Isso é o que eu quero fazer e sou muito grato por, na verdade, poder fazer o que faço. Talvez seja uma visão muito otimista, mas eu penso que se você faz com afinco o que você realmente gosta, você vai conseguir alcançar o sucesso.

Whiplash! - Falando em poder fazer o que se quer. Você não sofre algum tipo de pressão por parte da gravadora? Pergunto isso porque algumas vezes a gravadora é que dita como a banda deve soar.

Romeo / Não, não, felizmente não. Bem, no começo, quando ainda estávamos na Zero Corporation [N do E: a gravadora japonesa com o qual assinaram quando lançaram o disco "Symphony X" – que, aliás, serviu de demo para o contrato com a Zero, como o próprio Romeo explicou nessa entrevista], ela tentou, de certa forma, controlar a banda, controlar as nossas composições, o modo como deveríamos soar. Eles nos pressionavam, de certa maneira. Queriam apenas músicas de tempo mais acelerado e mais curtas com seqüências mais clássicas. Algo como "Out of the Ashes", talvez. Por nós, estaria tudo bem fazer uma música assim, mas não toda música. Desse modo não estaríamos fazendo o que o Symphony X se propõe, em princípio, a fazer. Mas hoje em dia não existe mais isso. Temos uma liberdade maravilhosa dentro do selo e as músicas que você ouve no "V" são realmente o que queríamos.

Whiplash! - Como o tempo da entrevista está terminando... se bem que, na verdade, já terminou há muito tempo [N. do E.: a entrevista deveria tomar 20 minutos, mas acabou se estendendo por uma hora inteira, devido ao simpaticíssimo Romeo], eu gostaria de saber se você conhece alguma banda brasileira.

Romeo / Ah, não se preocupe com o tempo da entrevista, tome o tempo que quiser [N do E: mal sabia ele que essa entrevista poderia levar dois dias ininterruptos, se não fosse a agenda cheia de compromissos do homem]. Bem, eu ouvi Angra...

Whiplash! - Verdade? O que você ouviu deles?

Romeo / Tem algum tempo isso. Eu gostei do que eu ouvi, parecia original. É muito bem tocado, as melodias eram interessantes...

Whiplash! - Eles lançaram três discos... o primeiro foi o Angels Cry...

Romeo / Não, não. Há algum de nome "Holy Land?"

Whiplash! - Esse é o segundo deles, com mais elementos brasileiros.

Romeo / Como a percussão, correto? Eu achei interessante. Os guitarristas me pareceram muito bons. Havia uma música que me chamou bastante a atenção, mas eu não consigo recordar o nome [N do E: eu falei o nome de todas as músicas do disco para ele, mas mesmo assim não conseguiu se lembrar]. Tudo bem, não se preocupe. Mas eu gostei do Angra, achei bem legal.

Whiplash! - Que bom. Mas, bem, a entrevista vai terminando por aqui. Gostaria de dizer alguma coisa?

Romeo / Gostaria de agradecer pela oportunidade que a Whiplash! concedeu ao Symphony X de poder divulgar a banda – é uma iniciativa muito legal de vocês e eu agradeço bastante por isso. Não só eu, como toda a banda. Gostaríamos de agradecer a todos os fãs que nos deram apoio, aos fãs que compraram nossos CDs, isso é importante pra caramba para nós. Realmente muito obrigado. E gostaria de pedir aos fãs que comparecessem ao show. Se não puderem ir, tudo bem, eu entendo. É só que esperamos ver as pessoas que nos apóiam e nos ajudam. Um grande abraço a todos.

Whiplash! - À propósito, uma pergunta de última hora: o seu nome é Michael J. Romeo. Mas, afinal, o que é esse "J"? Eu sempre quis saber, mas nunca consegui.

Romeo / O "J" é de James, como em "James Hetfield". [N do E.: ele se despede e se agradece mais duas vezes pela entrevista antes de desligar o telefone]

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