Dead Earth: excelente debut sueco de black metal traz cinco vocalistas diferentes
Resenha - Et Disperdam Illud - Dead Earth
Por Mário Pescada
Postado em 12 de dezembro de 2022
Nota: 9
O DEAD EARTH é uma banda/projeto formada na pequena cidade sueca de Linkoping, cujas temperaturas anuais poucas vezes passam dos 17º - talvez esse clima gélido tenha sido o motor por trás de um disco tão emocionalmente carregado como o excelente debut "Et Disperdam Illud" (2022).
Criado por Mathias Kamijo, músico com passagem por uma série de bandas locais, o som do grupo é black metal melódico/atmosférico. Um material que não foge às características esperadas para o estilo, mas traz uma carga mais introspectiva e triste, mesmo com os vocais sempre rasgados/guturais. Há sim passagens bem rápidas, mas, no geral, é um som mais cadenciado, com bons momentos até para bater cabeça.
Mathias é responsável por todos os instrumentos, mas para os vocais foram convidados os amigos/músicos Henke Forss (DAWN, SERPENTS), Björn Larsson (MERGER REMNANT, MORDBRAND, GOD MACABRE), Thomas Clifford (ABSCESSION), Angus Norder (WITCHERY) e a bela Kristin Starkey (única não sueca da lista). Pensando já em um segundo disco, fica a dúvida se ele repetirá um cast tão vasto ou se vai optar por um vocalista, apenas.
Sua experiência tocando ao vivo com o HYPOCRISY (1995-2000) certamente o ajudou na produção e construção do som do DEAD EARTH. O som das guitarras é ótimo, há bonitos solos em algumas faixas e o baixo é pulsante e participativo, deixando o som do grupo mais encorpado.
Propositadamente (ou não?), há pouquíssimas informações sobre o disco, mesmo na página da gravadora De:Nihil Records: detalhes técnicos, sobre a arte e as letras não foram publicados. As faixas em que cada vocalista participa você só fica sabendo se for curioso a ponto de ir cavucar o perfil da banda no Bandcamp.
Trata-se de um excelente disco, muito equilibrado: "Jaw's Decree" tem um bonito solo; "Doom, Cerulean" dá para bater cabeça e ainda tem um piano no final; "Lazurite Throne" é bem melancólica, "Speaking Silence" tem um duo vocal agressivo/gótico muito bem feito e "Inflation Of Kings", a faixa mais pesada do disco, encerra de forma especial.
"Et Disperdam Illud" (2022) é uma estreia impressionante, mas que infelizmente deve ficar restrito a um pequeno grupo e que provavelmente não deve chegar a ser lançado no Brasil
Ouça "Et Disperdam Illud" (2022) na íntegra
Formação:
Mathias Kamijo: todos instrumentos
Vocais: Henke Forss (faixas 1 e 4), Angus Norder (faixas 2 e 5), Thomas Clifford (faixas 3 e 7), Björn Larsson (faixa 6 com Kristin Starkey e 8), Kristin Starkey (faixa 6 com Björn Larsson)
Faixas:
01 Last Cinders Of Hope
02 Jaw's Decree
03 Doom, Cerulean
04 Swords Drawn
05 Lazurite Throne
06 Speaking Silence
07 Pyres
08 Inflation Of Kings
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