Com álbum de estreia autointitulado, Black Moon Burst faz post grunge com personalidade
Resenha - Black Moon Burst - Black Moon Burst
Por André Garcia
Postado em 22 de novembro de 2022
Foi recentemente lançado "Black Moon Burst", álbum de estreia da banda de mesmo nome, que faz um som muito inspirado no grunge e post grunge. Embora suas composições contenham homenagens aos grandes nomes do gênero, surpreende com influências inesperadas de coisas como rock progressivo, rap e soul/funk.
O álbum é composto por nove faixas que são como uma jornada musical pelo legado das bandas de Seattle, bem como aquelas que seguiram seus passos. Entre as referências deste trabalho, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains caminham lado a lado com Stone Temple Pilots, Silverchair e Nickelback, passando por inesperados elementos que me remeteram a Red Hot Chili Peppers e Rush.
Análise faixa a faixa
Black Moon Burst
É uma combinação de pós-grunge com country rock que remete aos melhores momentos do Nickelback. Tem um ritmo contagiante, e no breakdown repete um riff fazendo alterações de forma a aludir às levadas de Pearl Jam e Silverchair.
Frenzy
É guiada por um riff arrastado estilo Soundgarden, mas sem aquela notinha fora do lugar que lhe era característico. Inesperadamente, pela primeira vez o álbum me remete a Rush e, a seguir, Red Hot Chili Peppers.
Mr. Silence
Começa com uma espécie de cântico gregoriano que me lembrou "Still I'm Sad"(Yardbirds). A seguir, se revela uma balada acústica que me lembrou Pearl Jam e Noel Gallagher. O refrão talvez seja o melhor do álbum, chegando a me lembrar um pouquinho "Battle of Evermore" (Led Zeppelin). Antes de acabar, ainda dá uma bela oscilada de humor para a sonoridade do Alice in Chains.
Wise Fool
Seguindo a deixa de Alice in Chains, esta faixa é uma declaração de amor à banda. Abre com um riff com cara daqueles riffzões de Jerry Cantrell, e ainda tem aquelas harmonias vocais arrepiantes que ele fazia com Layne Staley. E em alguns momentos volta a mandar beijos para o Rush.
Crystall Rainfall
Soa como um tributo a Chris Cornell — só senti falta de um daqueles agudos que lhe eram característicos. Havia no grunge um lado mais suave e melódico, que as bandas pareciam não curtir muito se permitir explorar. Está faixa representa esse lado mais leve (e até mesmo pop) do gênero
Wizard in Black
Dizem que o Black Sabbath foi a primeira banda grunge do planeta. Acredito que o Black Moon Burst concorde, afinal, escolheu incluir em sua antologia grunge uma faixa claramente inspirada por sua fase setentista, com Ozzy no vocal — mas sem descambar para a mímese saudosista do Greta Van Fleet.
Find the Key
Tem uma pegada Stone Temple Pilots com uma guitarra com sotaque de John Frusciante. O breakdown me remeteu ao refrão de "Mr. Silence", e àqueles breakdowns acústicos de Tony Iommi, de músicas como "Sympton of the Universe" e "Supernaut".
Yo Te Veo
Com a única letra em espanhol, abre com um discurso autoral em uma faixa separada, algo que vem a calhar em tempos de playlists.
Visceral
Fecha o disco, em certo momento, tornando a me remeter a Red Hot Chili Peppers e Rush. O que me fez perceber que, apesar de inusitada, a combinação deu certo — e acabou sendo um de seus maiores méritos.
Black Moon Burst
O Black Moon Burst foi formado no começo de 2020 em Poços de Caldas. Fato esse que reforça Minas Gerais como possível capital do post grunge brasileiro, terra de outros nomes do gênero como Mad Chicken.
O álbum é resultado e reflexo da vida de seus integrantes, que fazem aquele malabarismo entre a correria nossa de cada dia com os sonhos de um dia chegar lá — seja lá onde for. A gravação aconteceu entre 2020 e 2021 no Studio Rock, contando com mixagem de Tim Alan e masterização de Thiago Okamura.
Chama atenção sua impactante capa, concebida a partir de "No país da língua grande, dai carne a quem quer carne", de Lenora de Barros, 1998, em foto de Carolina Godefroid. Me lembrou o filme coreano Oldboy (entendedores entenderão).
A banda é composta por Gui Guerriero (vocal), Kauan Caliari (guitarra), Kaique Caliani (baixo) e Caetano Benetti (bateria). O quarteto agora tem como meta cair na estrada para promover o álbum, consolidar seu público e conquistar seu espaço no underground nacional.
Saiba mais sobre a banda:
https://linktr.ee/blackmoonburst
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Divulgados os valores dos ingressos para o Monsters of Rock 2026
Por que o Kid Abelha não deve voltar como os Titãs, segundo Paula Toller
Robert Plant tem show anunciado no Brasil para 2026
Kerry King coloca uma pá de cal no assunto e define quem é melhor, Metallica ou Megadeth
Por que versão do Megadeth para "Ride the Lightning" não é um cover, de acordo com Dave Mustaine
A música do Rush que faz Geddy Lee ficar sem graça quando ele ouve no rádio
Lynyrd Skynyrd é confirmado como uma das atrações do Monsters of Rock
A mensagem de Donald Trump para a família de Ozzy, e a reação de Sharon
Dave Mustaine lamenta o estado atual do metal e do rock
O desabafo dos Osbourne contra Roger Waters; "Merda faz flores crescerem"
O álbum do W.A.S.P. que você deve manter distância, segundo a Classic Rock
O guitarrista que, segundo Slash, "ninguém mais chegou perto de igualar"
O pior disco de cada banda do Big Four do thrash, segundo Mateus Ribeiro
A banda que serviu de inspiração para o Eagles: "Até os Beatles curtiam o som deles"

Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Os 50 anos de "Journey To The Centre of The Earth", de Rick Wakeman


