Metallica: há 35 anos, "Master Of Puppets" mudava para sempre o mundo do metal
Resenha - Master Of Puppets - Metallica
Por Mateus Ribeiro
Postado em 03 de março de 2021
Não há muita coisa inédita do METALLICA para se falar ou escrever. Não é segredo para ninguém que a banda fundada por James Hetfield e Lars Ulrich há 40 anos é, foi e sempre será um dos maiores nomes dessa maravilha que conhecemos como heavy metal. O posto de gigante da música pesada é fruto dos discos magníficos que o grupo lançou durante os seus primeiros dez anos de carreira.
Entre os álbuns mencionados no parágrafo anterior, um merece destaque especial: "Master Of Puppets", o terceiro trabalho de estúdio do METALLICA, lançado no dia 3 de março de 1986, que mudou para sempre o mundo do metal. O disco é uma aula de música pesada do início ao fim e mesmo 35 anos depois de seu lançamento, continua firme e forte como um dos ‘plays’ de heavy metal mais influentes de todos os tempos.
"Master Of Puppets" é sem sombra de dúvidas, o ápice do METALLICA. Ao longo de suas oito faixas, o trabalho mostra uma banda afiadíssima, tanto na composição quanto na execução. Não há uma música ou um momento 'meia boca' no disco inteiro, o que é uma raridade. Chega a ser inacreditável imaginar que em menos de três anos, aqueles quatro garotos que chocaram o mundo com a rapidez desenfreada de "Kill ‘Em All" foram capazes de escrever músicas tão elaboradas e bem construídas. É difícil de acreditar também que alguns anos depois, 75% dos músicos que gravaram o álbum seriam capazes de lançar atrocidades como "Poor Twisted Me", "Wasting My Hate", "St. Anger" ou "Frantic", mas isso é conversa pra outra hora.
O disco é uma obra-prima, a começar pela belíssima capa, que mostra um par de mãos manuseando túmulos, como se os defuntos fossem fantoches. O conceito foi desenvolvido pela banda, em conjunto com Peter Mensch. O desenho foi feito pelo artista Don Brautigam, que cuidou muito bem dos detalhes e criou uma combinação de cores inesquecível.
As oito músicas de "Master Of Puppets" misturam tudo o que fez o metal se tornar o estilo musical mais apaixonante do Planeta Terra: peso, agressividade, velocidade e melodia. Além de tudo isso, vale destacar as letras, principalmente a da faixa-título, que versa sobre um problema que é um dos maiores males da humanidade: o uso de drogas e suas consequências para os usuários e as pessoas que os rodeiam.
É difícil eleger alguma música que se destaque no álbum, pois como foi escrito anteriormente, não há um momento ruim durante os 54 minutos dessa aula de heavy metal. Porém, é impossível não mencionar a já citada "Master Of Puppets", que é uma das composições mais épicas não apenas do METALLICA, mas de qualquer banda de metal que já pisou por aqui. Desde o riff marcante, passando pelo refrão grudento, até o solo emocionante, a música que dá nome ao disco é a tradução musical da palavra "perfeição".
Outro grande momento fica por conta da faixa de abertura, a violentíssima "Battery", que pode até enganar com sua introdução acústica. Aliás, a faixa inicial do ótimo antecessor "Ride The Lightning" ("Fight Fire With Fire") também começava de forma calma e melódica, para desembocar em um mar de violência gratuita.
Falando em porrada, os caras estavam com sangue no olho, como pode ser ouvido em "Disposable Heroes" e "Damage. Inc.", duas ótimas músicas, extremamente rápidas e pesadas. "Leper Messiah", que bate de forma dolorosa nos charlatões religiosos, merece muita atenção também.
É claro, óbvio e evidente que "The Thing That Should Not Be" e "Welcome Home (Sanitarium)" não ficariam de fora. Enquanto a primeira parece trilha sonora de filme de horror, a segunda intercala passagens mais aceleradas com outras mais calmas, até chegar ao solo, caótico e repleto de melodia.
Por fim, temos a instrumental "Orion", que mostra toda a técnica da banda e o talento de Cliff Burton. Infelizmente, a penúltima faixa do disco se tornaria a marca registrada do baixista, que viria a falecer dia 27 de setembro de 1986, em um trágico acidente, que aconteceu na Suécia e colocou o ponto final em uma das melhores formações da história da música pesada.
Clássico absoluto, "Master Of Puppets" continua sendo o manual de instruções não apenas do thrash, mas da música em geral. Aperte o play e celebre as três décadas e meia desta coisa linda, que poderia facilmente estar entre as sete maravilhas do mundo moderno.
Álbum: "Master Of Puppets"
Artista: METALLICA
Data de lançamento: 3 de março de 1986
Produção: METALLICA e Fleming Rasmussen
Gravação: Sweet Silence Studios, Copenhague, Dinamarca
FAIXAS
"Battery"
"Master Of Puppets"
"The Thing That Should Not Be"
"Welcome Home (Sanitarium)"
"Disposable Heroes"
"Leper Messiah"
"Orion"
"Damage, Inc."
FORMAÇÃO
James Hetfield: guitarra e vocal
Kirk Hammett: guitarra
Cliff Burton: baixo
Lars Ulrich: bateria
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