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Resenha - To Kill a King - Manilla Road

Por Diogo Muniz
Postado em 15 de janeiro de 2021

Ao ligar o PC e entrar na pagina oficial do Manilla Road, o fã poderia acompanhar as noticias que a banda publicava constantemente em seu site. Em dezembro de 2016 uma noticia pegou todo mundo de surpresa: um novo baixista estava sendo recrutado. Após anos de bons serviços prestados, Josh Castillo estava saindo da banda e dando lugar para Phil Ross. Felizmente a saída foi amigável e não houveram mágoas.

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No ano seguinte (2017) a banda seu aquele que viria a ser o seu último disco, "To Kill a King", que além de Phil Ross contava com Neudi na bateria, Bryan Patrick na voz e Mark "The Shark" Shelton na guitarra e no vocal. A capa apresenta a figura de um rei sendo assassinado em seu trono, em uma figura com uma iluminação sombria, marcando a temática e atmosfera do disco.

O disco abre sem firulas com a faixa-titulo, "To Kill a King", que já chega apresentando riffs épicos, entrando facilmente para a lista de melhores riffs da carreira da banda. É a música mais longa e mais trabalhada do disco. Aqui a cozinha também está muito bem entrosada, com Neudi fazendo ótimas viradas de bateria e Phil Ross já mostrando a que veio. A letra é claramente sobre a peça "Hamlet" de Shakespeare, sendo muito bem interpretada por Mark Shelton. Se não for a melhor do disco é com certeza uma das melhores.

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Em seguida temos "Conqueror", uma música mais cadenciada, cuja letra é sobre Alexandre, o grande. Destaque para o baixo de Phil Ross e a performance de Bryan Patrick.

O som de alarmes anuncia a terceira faixa do disco, "Never Again", uma canção com uma levada mais introspectiva, típica da banda. Inclusive é bem interessante notar que com o tempo foi ficando cada vez mais clara a distinção de que Mark Shelton interpretaria as músicas introspectivas, mais lentas e afins, enquanto Bryan Patrick assumiria os vocais das músicas rápidas e pesadas. "Never Again" é outra boa canção, com uma letra que questiona os caminhos que a humanidade está tomando enquanto espécie.

Todo disco de metal tem que ter aquela música feita pensada para shows ao vivo, para agitar a galera. Esse papel ficou por conta de "The Arena", outro grande destaque do disco. A letra é sobre os gladiadores romanos. Bryan Patrick canta como se estivesse falando com os próprios gladiadores, enquanto Mark Shelton chama os gladiadores para combater ou morrer na arena.

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Fazendo um contraponto com a canção anterior, temos "In The Wake", uma musica em mid-tempo, que ganha peso em seu refrão. O grande destaque dessa música é a sua letra, que é mais realista e muito atual, pois temos um questionamento forte e uma visão crítica sobre a ideia de se seguir cegamente uma ideologia, qualquer que seja ela.

Voltando para a temática de fantasia temos "The Talisman", uma canção pesada e com uma levada um pouco mais cadenciada.

"The Other Side" pegou a formula clássica do Manilla Road e a inverteu, pois essa música é pesada em seus versos, e com um refrão melódico e introspectivo. O grande destaque aqui é Bryan Patrick, que além de uma interpretação digna de elogios.

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"Castle of the Devil" é a típica canção pesada e tenebrosa do Manilla Road, com uma levada mais arrastada. O charme fica por conta do refrão, no qual Mark Shelton recita o titulo da canção em espanhol.

Com ótimos riffs de guitarra, "Ghost Warriors" é mais uma dessas canções que chega sem cerimônias. É mais uma canção para cima, bem inspirada e empolgante. Possui uma belíssima e cativante linha melódica, e encerra com um longo e viajado solo de guitarra. Sua letra aborda historias do império do império romano

"Bood Island" encerra o disco contando a historia de terror de um cientista louco que faz terríveis experimentos em sua ilha. Obviamente uma canção pesada e com um clima bem tenebroso. Uma boa canção, mas que não tem muito cara de música de encerramento e acaba deixando uma sensação de que virá algo mais em seguida.

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Apesar de não ser um grande destaque dentro da discografia do Manilla Road, "To Kill a King" é um bom disco, com um set list que mais parece um amálgama de tudo o que a banda fez em sua carreira, pois é possível ver no disco todos os elementos que fizeram o Manilla Road ser o que é, sempre fiel às suas propostas. Do ponto de vista técnico o disco também merece elogios por sua produção, simples porém limpa, o que deixa todos os instrumentos perceptíveis e claros de se ouvir. Essa sempre foi outra característica do Manilla Road, pois a banda sempre buscou em seus discos soar o mais próximo de uma experiência ao vivo, porém sem deixar suas produções muito cruas. Vale a pena também mencionar a performance de Phil Ross em seu único disco com a banda; o rapaz mostrou que quando se tem um bom baixista o peso é garantido.

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"To Kill a King" possui um gosto agridoce, pois é o último disco do Manilla Road. Em 2018 a banda se dissolveu após o falecimento de seu líder, Mark Shelton, vítima de um ataque cardíaco. Um fato triste que é valido mencionar é que, na ocasião, Bryan Patrick (que além de colega de banda era amigo de longa data de Mark Shelton) organizou uma vaquinha para fazer o traslado do corpo de volta para os Estados Unidos, pois Mark Shelton faleceu na Alemanha durante a turnê de divulgação de "To Kill a King". Esse fato nos mostra o quanto o mundo pode ser cruel, pois o Manilla Road tinha tudo para estar no panteão das grandes bandas e ter recursos o suficiente para fazer esse translado por conta própria; infelizmente a vida pode ser dura em certos aspectos. Me lembro que na ocasião eu fiquei bastante triste, pois no dia eu havia voltado do trabalho e resolvi tocar umas músicas do Manilla Road na guitarra, e no final daquela noite recebi a noticia por um amigo. Mesmo assim o que vale é que a obra do Manilla Road e de Mark Shelton está aí para a posteridade, podendo ser apreciada por quem curte o bom e verdadeiro heavy metal.

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E assim termina essa serie de resenhas da discografia do Manilla Road, com um tom de homenagem ao velho bardo Mark Shelton que descansa em Valhalla. Espero, caro leitor, que você tenha gostado de cada uma dessas resenhas, pois foram feitas com bastante carinho e esmero para apresentar (ou relembrar) a fascinante discografia do Manilla Road, e quem sabe lhe despertar a curiosidade e buscar conhecer suas músicas.

Tracklist:
To Kill a King
Conqueror
Never Again
The Arena
In the Wake
The Talisman
The Other Side
Castle of the Devil
Ghost Warriors
Blood Island

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