Asmodeus: Fragmentos de uma época em que tudo era mais difícil e apaixonante
Resenha - Parabellum - Asmodeus
Por Ricardo Cunha
Postado em 29 de março de 2020
Nota: 8
A BANDA
Inspirada na primeira geração de bandas de metal extremo internacional, Asmodeus é uma banda de Death Metal surgida em Fortaleza/Brasil no começo dos anos 80. A banda é adepta de uma vertente que se convencionou chamar de Old School, mas o som é Thrash / Death Metal com influências de nomes como Venon, Possessed, Celtic Frost e Sepultura (antigos). Sobre este último, podemos relacionar o fato de as letras serem cantadas em portguês. Fizeram algumas apresentações na época de sua fundação, mas decidiram parar as atividades e se mantiveram ausentes por todo o período compreendido entre 1986 e 2015, ou seja, quase 30 anos. Pelo simbolismo que o nome representa, nada seria mais digno do que retornar num momento em que a música, de um modo geral, sofre um processo de intoxicação tecnológia. E o maldito retorno se deu com a seguinte formação: Elineudo Morais (vocal), Fábio Morcego (guitarra), Anderson Frota (baixo) e Acacio Vidal (bateria).
O ÁLBUM
Contendo oito faixas e aproximadamente 30 minutos, Parabellum deve agradar bastante aos fãs do metal praticado por Bathory, Venon e Apocalyptic Raids. Mas o dito vale para o amantes do Heavy Metal em geral. O som dos caras é agressivo, sujo, baixo e com uma forte tendência para o lado necro da força. A despeito da simplicidade das composições, as músicas têm variação e grande apelo junto aos adeptos daquele tipo de metal original dos anos 80. Sobre isto, é notório que o grupo quis manter a atmosfera daquela época presente neste lançamento e assim o fez estabelecendo, portanto, uma marca sonora. Se você costuma adotar referências como forma de se introduzir nos aspectos mais íntimos de uma obra nova, deve notar que Parabellum guarda muitas similaridades como Sonho Maníaco, do Korzus e Antes do Fim, do Dorsal Atlântica, seja por ser cantado em nossa língua materna, seja por cauda dos timbres ou da produção. O que aqui se ouve/vê é metal old school em todas as suas cores e tons, por isso, afirmo que é impossível que o ouvinte não se sinta imediatamente transportado para uma época em que tudo era mais difícil, mas também, mais apaixonante. Na opinião deste que vos escreve os destaques, em ordem de importância, são: 1) Pobre Diabo, 2) Guerra e 3) Escravos do Mal.
O QUE TEM DE BOM?
1) A atmosfera oitentista, que é a marca dessa nova fase da banda;
2) A duração do álbum foi assertiva em tempos de Streaming.
O QUE PODERIA SER MELHOR?
1) A escolha dos timbres graves somada a sujera sonora, embora proposital, fez com que a banda perdesse em termos de potência;
2) A produção/gravação é média.
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