Ego Absence: Power Metal com elementos mais modernos
Resenha - Serpent's Tongue - Ego Absence
Por Silas Rodrigues da Silva
Postado em 09 de março de 2020
Hoje em dia, pode-se dizer que o estilo Power Metal pode ser dividido em duas categorias:
1 - as bandas novas e antigas que se baseiam em clichês do estilo, como temas épicos/fantasiosos, melodias mais alegres e outras características em certo ponto batidas;
2 - bandas que incorporam elementos mais modernos e tentam dar um sopro de vida nova ao estilo.
Pode-se dizer que a banda Ego Absence faz parte - felizmente - da segunda categoria.
Idealizada em 2014 pelo já veterano Raphael Dantas - vocais (Souspell, ex-Caravellus, ex-Perc3ption, entre outras), a banda ganhou força e tomou sua forma final com a entrada do guitarrista Guto Gabrelon. Essa junção deu forma ao "monstro" chamado The Serpent's Tongue.
Longe de querer reinventar a roda, mas mesmo assim trazendo aqui e acolá elementos diferentes incorporados em seu Power Metal mais pesado e robusto, o que se ouve aqui é um álbum variado, com elementos que podem facilmente trazer à mente do ouvinte bandas consagradas como Kamelot, Evergrey e Symphony X. A introdução "The Fools Trap Symphony" chega soturna e com um pequeno "easter egg", que é uma melodia que será ouvida mais tarde em outra música, já dando espaço logo à pesada e rápida "The Serpent's Tongue". Com um arranjo de teclados e riffs que lembram bastante Kamelot, a música traz um refrão marcante que demonstra a potência vocal de Raphael Dantas. Logo após, somos apresentados a Dead Inside You que, ao mesmo tempo em que é tipicamente Power Metal, conta com blast beats que dão uma diferenciada na música, junto com o momento mais calmo no meio, este com um dos solos mais interessantes de Guto em todo o disco.
Na sequência temos Let it Burn, primeiro single do álbum. Boa música, mas não uma das mais fortes do disco, que depois dá lugar a Against the Tide - essa sim, outro grande destaque do álbum - com seus riffs mais quebrados a la Symphony X e Evergrey e a participação de Caio Pimentel (da banda OUDN) com seus vocais guturais. Até aqui, já pode-se notar a criatividade dos músicos, pois há uma boa variedade na pegada de uma música para outra, sem soar desconexo demais.
I Am Free já é uma velha conhecida de quem acompanha a banda, mas aqui ela aparece soando ainda melhor, com alguns solos de guitarra adicionados. A faixa é um dos grandes destaques do álbum, com um refrão emocional, belas letras e ótimas melodias de teclados. Os já citados solos são provavelmente os melhores em todo o trabalho.
Bloodstained e Intimate Wounds são outras duas boas faixas e aqui apresentam as outras duas participações do disco: Vitor Veiga (da banda brasileira Aquaria) e Matt Marinelli (dos canadenses da Borealis), respectivamente. É interessante que, conforme se avança, as músicas vão ficando um pouco mais progressivas, deixando velocidade de lado para focar em melodias e momentos um pouco mais diferenciados, sem soar experimental demais.
Depois de tanta coisa pesada, uma bela balada para dar espaço para o ouvinte respirar: a emocionante Colibri. Nela, Dantas nos brinda com uma emocionante interpretação vocal, combinada com belíssimos teclados.
Agora, de volta ao peso, o ouvinte se depara com os dois destaques absolutos do álbum: a pesada G.O.D. (com uma pegada mais progressiva) e um agudo driveado excelente de Raphael Dantas) e a faixa que dá nome à banda, com um começo influenciado por música do oriente médio e termina de forma bastante épica (daquelas para fazer o fã cantar junto nos shows).
The Serpent's Tongue é um ótimo álbum e a Ego Absence é uma banda que está aí para demonstrar que existem muitos músicos e compositores talentosos na cena. Uma banda que com certeza ainda vai fazer muito barulho!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Bangers Open Air divulga line-up da próxima edição, com In Flames, Fear Factory e Jinjer
Os 11 melhores álbuns de progressivo psicodélico da história, segundo a Loudwire
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
Brent Hinds - O ícone do heavy metal que não gostava do estilo - nem de conceder entrevistas
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
Regis Tadeu detona AC/DC e afirma que eles viraram "banda cover de luxo"
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
Danilo Gentili detona Chaves Metaleiro e o acusa de não devolver o dinheiro
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
Os três solos de guitarra listados por Jeff Beck como seus favoritos
Jô Soares comprou uma obra de arte do Rock por causa do Regis Tadeu
O dia que Paul McCartney questionou apelido: "Bon Jovi, por que você me chama assim?"
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias



