Cruachan: O melhor do Folk Metal irlandês
Resenha - Pagan - Cruachan
Por José Sinésio Rorigues
Postado em 11 de agosto de 2019
Nota: 9
Seu Madruga, do seriado Chaves, disse: "Não existe trabalho ruim; o ruim é ter de trabalhar". Creio que o pessoal da banda CRUACHAN discorda. Foi com muito trabalho, muito esforço e dedicação que o grupo já se tornou um verdadeiro patrimônio histórico dentro da cena Folk Metal. Graças a esta combinação, se tornou um dos mais criativos, autênticos e influentes grupos do estilo e, indubitavelmente, um dos melhores e mais conhecidos da Irlanda. Particularmente no álbum Pagan, a banda nos apresenta composições "muito ótimas", muito bem produzidas, o que resulta em um experimento que deságua num perfeito resultado. Posso afirmar que este é um dos melhores álbuns já lançados pelo CRUACHAN – se não for o melhor. A criação musical é magnífica, com destaque tanto para o instrumental quanto para os vocais masculino e feminino, que se mesclam soberbamente. Apesar de o álbum nos presentear com treze faixas, quando ele acaba fica aquele gostinho de "quero mais".
O álbum Pagan começa com a faixa "Michael Collins" (o Michael Collins a quem a música se refere não é o piloto da nave Apolo-11, que levou os primeiros astronautas à Lua, mas o personagem homônimo, que foi um líder revolucionário no âmbito da história irlandesa, no início do Século XX). A música é uma das que mesclam vocal feminino e masculino gutural e é rápida e animada. Também merece destaque a música seguinte, "Pagan", a faixa-título, poderosa, pesada, mesclando vocal masculino gutural e feminino limpo. A seguir, surge "The Gael", uma das melhores músicas já gravadas pela banda, nos trazendo o vocal angelical de Karen Gilligan e terminando num magnífico e belo solo de violino. O negócio chega a emocionar! (eu me emociono ainda mais porque eu estava, um dia, ouvindo esta faixa no carro quando minha filhinha, aos 5 anos, me disse: "Pai, eu gosto desta música. Eu gosto de Rock."). Também destaco a faixa "Viking Slayer" (música rápida, pesada, alternando vocal feminino e masculino), a instrumental "1014 A. D." (com um violino muito bem tocado), a folclórica e rápida "Some Say The Devil Is Dead", adaptada pela banda (cuja letra é parte do antigo folclore irlandês), "A Thousand Years" (com todos os elementos de Folk Metal habitualmente abordados pelo grupo) e a ótima "Erinsong" (música perfeita!; a voz doce e angelical de Karen Gilligan em seu melhor momento, se casando perfeitamente com o instrumental, resultando em algo soberbo). As demais faixas, embora não chamem tanto a atenção quanto as citadas, são composições muito boas, todas elas exalando a típica sonoridade folclórica irlandesa. Bom demais, bom demais...
No visual, este lançamento já empolga. A capa é cheia de cores, nos mostrando fadinhas, ninfas, guerreiros, um unicórnio e uma paisagem brumosa; ou seja: a atmosfera tipicamente Folk já se faz presente antes mesmo de se ouvir as músicas. O entrosamento dos músicos é muito bem explorado e eles não perdem a chance de mostrar eficiência. Resumindo: esta banda é obrigatória a qualquer fã de Folk Metal; e, se você não conhece o CRUACHAN, aconselho-o a começar por este álbum. Lembro-o ainda que, entre os amantes de um bom Folk Metal, só existem duas situações em relação ao CRUACHAN: ou se ama, ou não se conhece a banda.
Formação do CRUACHAN na época do álbum Pagan:
*Karen Gilligan – Vocal e percussão
*Keith Fay – Vocal, guitarra elétrica, guitarra acústica, teclado, percussão, banjo e instrumentos folclóricos
*John Clohessy – Baixo, backing vocal
*Joe Farrell – Bateria, percussão
Track List do álbum Pagan
01. Michael Collins
02. Pagan
03. The Gael
04. Ard R Na Heireann
05. The March To Cluain Tairbh
06. Viking Slayer
07. 1014 A.D.
08. Some Say The Devil Is Dead
09. Summoning Of The Sdhe
10. A Thousand Years
11. Lament For The Wild Geese
12. Erinsong
13. The Fall Of Gondolin
Bandas Similares:
CHUR, da Ucrânia;
TUATHA DE DANANN, do Brasil;
SKYCLAD, da Inglaterra;
FFERYLLT, da Rússia;
RADOGOST, da Polônia;
SCHANDMAUL, da Alemanha;
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