Exodus: Em 2004, um recomeço na base da fúria e do peso
Resenha - Tempo Of The Damned - Exodus
Por Mateus Ribeiro
Postado em 25 de abril de 2019
Nota: 10
O Exodus é uma das bandas mais conceituadas do thrash metal, mas deu uma derrapada em "Force Of Habit", álbum lançado em 1992, que conta com algumas experiências que não foram muito bem recebidas pelo público, apesar de alguns ótimos temas, como a famosa "Good Day To Die".
Depois do fracasso do álbum, muita coisa aconteceu: a banda acabou, retomou as atividades, acabou de novo, voltou, e quando parecia que tudo iria entrar nos eixos de novo, o lendário Paul Baloff morreu. Mesmo com toda essa bagunça coroada pela maior tragédia da história da banda, Gary Holt resolveu continuar a caminhada do Exodus, e mais uma vez, recrutou Steve "Zetro" Souza. Então, depois de toda a turbulência, em março de 2004, sai "Tempo Of The Damned", primeiro álbum de inéditas lançado pela banda em 12 anos.
Os primeiros riffs da maravilhosa e ácida "Scar Sprangled Banner" mostram que os problemas que a banda passou ao menos serviram para uma coisa boa: tornar o som da banda MUITO mais furioso. A faixa de abertura é uma mistura de peso, velocidade, técnica, mas sobretudo, agressividade extrema, tanto em sua letra quanto em sua execução.
O massacre continua com a não menos brutal "War Is My Shepherd", seguida de "Blacklist", um pouco mais cadenciada, que por fim, acabou se tornando um dos grandes sucessos do álbum. A introdução de "Shroud Of Urine" abre as portas para mais uma música calcada no ódio e nas bases de guitarra extremamente sólidas, que em conjunto com a bateria incansável de Tom Hunting e do baixo marcante de Jack Gibson, garantem o terreno para Steve Souza berrar sem medo que o Exodus estava de volta.
Sem descanso para o pescoço, "Forward March","Culling The Herd" e "Sealed With a Fist" demonstram a capacidade que a banda tem em alternar momentos mais rápidos com outros mais cadenciados, porém, em ambas as situações, o peso e o rancor continuam presentes. A música "Throwing Down" mostra alguns traços de modernidade, mas nada que vá deixar os fãs mais antigos de cabelo em pé, mesmo porque os fãs oitentistas já deveriam estar carecas em 2004. E falando em anos 80, a penúltima música, "Impaler", foi escrita por ninguém menos que Gary Holt, Kirk Hammett, Paul Baloff e Tom Hunting nos primórdios da banda, o que é garantia de coisa boa. A faixa título encerra o disco com muita dignidade, reunindo tudo o que o thrash metal tem de bom.
A banda estava mais pesada, afiada e letal do que nunca. Aliás, vale ressaltar que o magnífico trabalho do produtor Andy Sneap colaborou para que o trabalho ficasse tão pesado.
"Tempo Of The Damned" mostrou que o Exodus estava de volta, mas que não iria parar no tempo, fato que se comprovou anos depois, tanto que os lançamentos posteriores continuam extremamente agressivos.
Sem sombra de dúvidas, "Tempo Of The Damned" é a prova de uma das poucas verdades incontestáveis da história da humanidade: EXODUS É FODA!
Ano de lançamento: 2004
Faixas:
"Scar Spangled Banner"
"War Is My Shepherd"
"Blacklist"
"Shroud of Urine"
"Forward March"
"Culling the Herd"
"Sealed with a Fist"
"Throwing Down"
"Impaler"
"Tempo of the Damned"
Faixa bônus: "Dirty Deeds Done Dirt Cheap" (AC/DC)
Formação:
Steve "Zetro" Souza - Vocal
Rick Hunolt - Guitarra
Gary Holt - Guitarra
Jack Gibson - Baixo
Tom Hunting - Bateria
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