Queensryche: Operação realizada com sucesso
Resenha - Operation Mindcrime - Queensryche
Por Mateus Ribeiro
Postado em 27 de fevereiro de 2019
Nota: 10
Alguns trabalhos acabam se tornando a primeira lembrança quando citamos uma banda. Por exemplo, quando alguém fala sobre o Slayer, a primeira coisa que vem na cabeça é o genial "Reign In Blood", ou então, qualquer um dos três primeiros lançamentos do Metallica. No caso do Queensryche, esse posto fica com o sensacional "Operation: Mindcrime".
Lançado em maio de 1988, é o maior trabalho do Queensryche, e é uma referência no mundo do Metal Progressivo até os dias de hoje. Além de ser um clássico da banda, é um dos discos conceituais mais bem sucedidos e cultuados da historia da música pesada.
O disco chama a atenção pela musicalidade, obviamente, e pela trama que vai se desenrolando durante as músicas. Resumidamente, a coisa toda gira em torno de Nikki, um rapaz descontente com o mundo e com o sistema, o que fica evidenciado já na terceira música, a ótima "Revolution Calling", onde o personagem central evidencia a sua descrença na mídia e na política em geral. AS coisas começam a ficar um tanto quanto complicadas assim que Nikki vai parar em uma organização pra lá de misteriosa, e começa a ser mentalmente controlado por Dr.X, o enigmático e cruel chefe da corporação, que por sinal, ordena que Nikki cometa vários crimes (tema central da faixa título, que aliás, começa com DR. X passando ordens pelo telefone).Pois bem, no meio de toda essa historia pesada, o personagem central recebe ordens para matar Sister Mary, uma ex prostituta, que foi tirada das ruas pelo Padre Willian, e acabou virando freira. O assassinato da freira, que estava tentando atrapalhar os planos do chefe, seria fácil, não fosse por um problema: Nikki havia se apaixonado por Mary, o que deu uma bela de uma bugada em sua confusa cabeça. Por fim, Nikki mata o padre,mas não consegue acabar com Mary (interpretada de forma BRILHANTE por Pamela Moore).Daí em diante, o disco vai ficando mais tenso, intenso, emocionante, tocante e misterioso.
Temas como política, tráfico de drogas, o papel da imprensa, religião e outros assuntos tão polêmicos (e atuais) são os pilares da temática do disco, e são abordados em todas as músicas do disco, de maneira direta e indireta.
Musicalmente falando, estamos diante de uma obra prima. O vocalista Geoff Tate dá uma verdadeira aula de interpretação. As guitarras do álbum são mais do que afiadas,tanto em riffs quanto em solos, e a cozinha faz um trabalho muito preciso e competente. Além de tudo isso, a excelente produção (comandada por Peter Collins) deixou tudo no álbum extremamente cristalino. Tudo muito merecido, afinal, um álbum perfeito merecia execução e produção perfeitas.
As músicas variam entre o metal progressivo, o heavy metal e o hard rock, com muita categoria, pompa e elegância.Quem gosta de músicas pesadas, vai ficar satisfeito, da mesma forma que os fãs de temas mais cadenciados. Não há UMA música desagradável no disco, Aliás, outro ponto marcante de "Operation: Mindcrime" (e de outros tantos trabalhos conceituais): as músicas podem ser ouvidas aleatoriamente, mas quando ouvidas na ordem do disco, fazem o ouvinte sentir se parte da historia,o que torna a experiência uma viagem muito enriquecedora.
Destaques? São inúmeros, mas pode ir de olhos fechados em "Revolution Calling", "I Don´t Believe In Love", "Speak", "The Needle Lies", "Eyes Of A Stranger", na faixa título, ou em qualquer outra música, sem medo de ser feliz.
Se você é fã da banda, sabe as razões do álbum receber tantos elogios até os dias de hoje. Caso você não seja fã, ou não conheça o trabalho do Queensryche, "Operation:Mindcrime" é uma ótima porta de entrada.
Um dos maiores álbuns da historia do Metal. Genial, necessário em qualquer coleção.
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