Apple Sin: firmando-se como referência do Metal clássico nacional
Resenha - Apple Sin - Apple Sin
Por Bruno Rocha
Postado em 23 de abril de 2017
Nota: 8 ![]()
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Inegavelmente o IRON MAIDEN serve de influência para a quase totalidade das bandas de Heavy Metal depois de seu estabelecimento junto ao público. Suas bases de palhetada alternada, guitarras dobradas, levadas marcantes de baixo e vocais melódicos em registros altos montam uma cartilha para quem quer praticar o bem e velho Metal clássico.
E feliz seja o bom aluno que lê e segue a rigor essa cartilha. Por exemplo, a cidade de Barroso, pequeno município próximo a Barbacena, em Minas Gerais, revela a banda APPLE SIN, que foi fundada em 2012 com a proposta de executar Metal tradicional e autoral, com fortes influências dos nomes clássicos do gênero como IRON MAIDEN e JUDAS PRIEST. Após o lançamento do EP "Fire Star", em 2015, a banda chega em 2017 apresentando seu primeiro full-length, autointitulado, lançado de forma independente.
Tal álbum mostra 47 minutos de Heavy Metal tradicional, onde as composições prezam por mostrar a técnica de cada músico, não em detrimento do conjunto da obra, que se mostra aqui o mais importante e notável. Após uma bela e longa intro, a banda apresenta suas credenciais com a cadenciada e pesada "Sea Of Sorrow". Pelo apelo épico e imponente, esta música surtiria melhor efeito se estivesse posicionada no meio do álbum, dando espaço para uma faixa mais bombástica abrir os trabalhos, como a faixa 3, "Darkness And World". A produção crua, mas nítida, confere à sonoridade do álbum muito peso e feeling. E nada melhor do que sentir um baixo pesado aliado a pedais duplos raivosos, bem mixados, desferindo murros na sua cara.
A faixa-título, que batiza também a banda, destaca a influência de IRON MAIDEN, principalmente nos vocais do vocalista Patric Belchior, que, a despeito do sobrenome, não lembra os do rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, mas sim os do empresário piloto de aviões mais querido do Heavy Metal com seu alcance vocal e timbre similar. O trabalho de guitarras aqui também é bem valorizado devido ao baixo e a bateria estarem mais comportados. Impressiona a interação das guitarras no refrão e o modo como a música progride. Ganhou clipe.
A pesadíssima "Another Day" mostra que o quinteto barrosense tem sangue nos olhos, mas também tem mão leve quando esta pede a sua vez, como na semi-balada "Respect", que lembra "Remember Tomorrow", daquela outra banda que você sabe qual, nas partes calmas. O mundo se acaba em "Fire Star", se recupera na grooveada e agressiva "Black Hole" (esta com um pé no Death Metal) e se acaba de novo no Thrash Metal de "Roaches Blood". Um final realmente de tirar o fôlego. Como faixa-bônus, temos a frenética "Roadie Metal", pois é uma música que passeia por várias instâncias em sua progressão, e cuja letra faz referência ao importante programa de rádio e instituição ajudadora do Metal underground nacional.
Chega a ser intrigante a forma como o cantor Patric Belchior usa seu timbre à la Bruce Dickinson com uma abordagem diferente e eficiente, sem se preocupar em imitar o britânico, apostando em drives e sem tanta melodia. Seria interessante o vocalista tentar explorar novas possibilidades em futuras composições. Técnica e vontade para tal o cantor já mostrou que tem neste disco. Destaque mais uma vez para o belo trabalho de guitarras da dupla Beto Carlos e Tainan Vilela. Solos metódicos quando se exige, mas loucos quando é hora de colocar os demônios para fora, além de belas harmonias e pesadas bases. O baixista Raul Ganso, apesar de seu nome, forma uma bela dupla de zaga com o baterista Eduardo Rodrigues, aparando com perspicácia o peso e as levadas que vão do lento aos blast-beats. E que graves bem equalizados! Parabéns mais uma vez para o baterista, que também foi responsável pela produção e mixagem de "Apple Sin". As camas de teclados conferiram ainda mais peso a sonoridade das músicas, e que bom que elas serviram só de cama mesmo, e não como edredom, cobrindo o que deve ser enaltecido. Cortesia de Phillipe Belchior, que também assina a criativa arte gráfica.
Pois bem, caro leitor. Da cidade do cimento saiu esta força bruta que atende pelo nome de APPLE SIN. Com este belo debut a banda mostrou que estudou direitinho aquela cartilha que foi mencionada no começo deste texto, e novos horizontes estão a ser conquistados por esta banda. O grupo mostrou sua identidade, apesar de deixar transparecer fortemente as suas influências. O que também é importante, mas é algo que deve ser feito com cautela. Agora, é não deixar a peteca cair, dar uma reparada nas arestas e seguir em frente, pois talento e garra os mineiros mostraram aqui, para dar e vender.
Apple Sin – Apple Sin (independente, 2017)
Tracklist:
01. Intro
02. Sea Of Sorrow
03. Darkness And World
04. Apple Sin
05. Another Day
06. Respect
07. Fire Star
08. Black Hole
09. Roaches Blood
10. Roadie Metal (bonus-track)
Line-up:
Patric Belchior – vocais
Beto Carlos – guitarras
Tainan Vilela – guitarras
Raul Ganso – baixo
Eduardo Rodruigues – bateria
Phillipe Belchior – teclados (adicional)
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