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Frumpy: Um disco obrigatório

Resenha - Frumpy 2 - Frumpy

Por Rafael Lemos
Postado em 05 de maio de 2016

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Um disco obrigatório

No final dos anos 70, a Alemanha era um celeiro de boas bandas voltadas ao Progressivo e ao som que hoje denominamos de Rock Clássico. O Frumpy era mais uma delas, sendo este segundo disco aquele que mais sintetizou a sua proposta. Lançado em 1971, este trabalho é indicado para quem curte tecladera e um som recheado de bom gosto e grandes influências.

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A história do Frumpy remonta a um outro grupo chamado Die City Preachers (na Inglaterra, seus álbuns saíram com o nome The City Preachers), que se formou em Hamburgo em 1965, considerado o primeiro grupo de Folk alemão. Descontente com o vocalista Dagmar Krause, o baterista Carsten Bohn resolveu deixar o grupo em 1969. Com ele, também foram outros integrantes da banda: o organista Jean-Jacques Kravetz, o baixista Karl-Heinz Schott e a vocalista Inga Rumpf, que se juntaram e formaram o The New Preachers. Notando rapidamente a falta de criatividade no nome, o  mudaram para Frumpy. Era 1969.

No ano seguinte, eles participam do "Essen International Pop & Blues Festival". Foi lançada uma compilação com duas músicas ao vivo das bandas que participaram do festival e as faixas escolhidas do Frumpy foram "Duty" e "Floating". A boa aceitação lhes rendeu alguns shows pela Alemanha, França e Holanda, além da participação no programa de TV "Kiel Progressive Pop Festival".

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Assim, tudo ficou preparado para que lançassem seu primeiro trabalho naquele mesmo ano, o ótimo "All will be changed". O fato de ainda não possuírem guitarra ressaltou as linhas de órgão, tornando este trabalho obrigatório para qualquer fã de Hammond. O disco fez bastante sucesso não somente na Alemanha, mas também nos demais países por onde tocavam e os levou a algumas apresentações ao lado de bandas grandes, como o Yes.

Embora acostumados a tocar como quarteto, sentiram a falta de um peso maior no álbum. Dessa forma, entra na banda o ex-guitarrista do Sphinx Tush, Rainer Baumann. A notícia foi recebida de maneira duvidosa pelos fãs, que acharam que a banda iria perder sua característica. Mas a verdade é que Baumann detonou ao vivo e deixou o som das antigas músicas ainda melhor. Com isso, se sentiram motivados a gravar aquele que foi considerado o seu melhor trabalho, que saiu em 1972, simplesmente denominado "Frumpy 2", cuja formação era:

- Inga Rumpf: vocal
- Jean-Jacques Kravetz: órgão
- Karl-Heinz Schott: baixo
- Carsten Bohn: bateria
- Rainer Baumann: guitarra

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Com a façanha de superar o grandioso trabalho de estreia, "2" trouxe o hit de maior sucesso do Frumpy, "How the gipsy was born", que encanta a qualquer um em sua primeira audição. O álbum saiu em vinil pela Philips e a edição em cd, que data de 1993, veio ao mundo pela gravadora alemã Repertoire. O encarte dessa edição possui fotos individuais, letra das músicas e um histórico sobre a banda. A sua gravação possui uma excelente remasterização, se tornando um item indispensável.

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É difícil enquadrar o estilo feito pelo Frumpy em um gênero musical, que ora nos traz uma sonoridade parecida com o Free ou Grand Funk, ora lembra Yes ou Renaissance. Mas, certamente, o destaque de "2" são as alternâncias entre os solos de guitarra e os de órgão, parecendo que Kravetz e Baumann disputam pelo solo mais genial. A primeira música, "Good winds", inicia relativamente lenta, sendo toda ela preenchida por acordes de órgão, tendo também um grande solo desse instrumento. O baixo merece destaque, pois não se limitou a um simples acompanhamento,  espiralando as escalas.

"How the gipsy was born" dispensa maiores comentários, com seus grandiosos solos de guitarra e órgão, cortados pela voz meio rouca de Inga. O mesmo temos em "Take care of illusion", onde as viradas de bateria complementam os longos solos. Falando em solos longos, temos um executado com uma guitarra toda cheia dos efeitos em "Duty", precedendo um solo de hammond que mescla entre o abstrato e o clássico, encerrando o disco. As quatro grandiosas músicas em sua criação, possuem tempo médio de duração.

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O disco fez um barulho também na imprensa especializada alemã, que elegeu o Frumpy como banda do ano e a voz de Inga como a melhor representação de voz feminina daquele país. Todavia, após este disco, o trem começou a sair dos trilhos. Os integrantes passaram a se desentender musicalmente, o que levou Kravetz a sair da banda em 1972, gravando um álbum solo com Inga nos vocais, decidindo retornar ao Frumpy. Mas as diferenças musicais levaram a saída do guitarrista Baumman, sendo, a partir disso esse instrumento tocado por Inga. O quarteto gravou, em 1972, seu derradeiro trabalho de estúdio, o cansativo "By the way", comtendo elementos de Soul Music e um pouco de Pop setentista. O inevitável fim veio em agosto de 1972, gerando outra nova banda, o Atlantis. Formada por Inga, Kravetz e Schott que se juntaram ao baterista Curt Cress, que foi do Orange Peel, integrados o Triumvirat e muitas outras mais, o Atlantis alcançou um grande sucesso na Europa.

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O Frumpy só retornou às atividades na década de 90, que rendeu a gravação de um disco ao vivo (o segundo da carreira), deixando de existir novamente.

O poder de fogo dos dois primeiros discos ainda hoje é venerado pelos apreciadores dos grupos hoje em dia menos famosos do que as grandes bandas setentistas, que não se contentam em ficar na audição superficial e comum de cada gênero. Essa potência toda pode ser conferida no vídeo abaixo, registrando os seus tempos de glória:

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Sobre Rafael Lemos

Rafael Lemos começou a gostar de Heavy Metal, Hard Rock e Progressivo em 1991, sem influência de ninguém, realizando pesquisas sobre as bandas.
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