Nightwish: Controverso, porém bom
Resenha - Endless Forms Most Beautiful - Nightwish
Por Vitor Franceschini
Postado em 21 de janeiro de 2016
Nota: 8
Para quem vê o jogo de fora, o Nightwish é mais uma banda que vai sofrer pelo resto da vida da síndrome de viúva, afinal, sempre terão parte dos fãs que sentirão saudades da vocalista original Tarja Turunen que deixou a banda em 2005. Agora, após passagem de Anette Olzon (que ficou entre 2007 e 2012 na banda), a estreia é da holandesa Floor Jansen (Revamp, ex-After Forever).
O que pega é exatamente a forma nada eficaz que a voz de Floor foi explorada no disco. Enquanto o líder e principal compositor da banda Tuomas Holopainen vive seu auge de senso criativo mostrando composições com estruturas incríveis, as linhas vocais aqui decepcionam um pouco e não pela execução, mas sim pela forma que foi encaixada, frustrando um pouco o ouvinte.
Claro que Floor não desliza em momento algum e mostra sua capacidade, mas essa capacidade poderia ir bem mais além se a banda fosse mais ousada (coisa que pode vir no próximo disco). O Nightwish se mostra em "Endless Forms..." uma banda mais sinfônica e redonda do que em trabalhos anteriores.
Com uma produção sensacional, a trinca inicial com Shudder Before the Beautiful, Weak Fantasy e primeira música de trabalho Elan é empolgante, com canções típicas da banda, o que faz com que o disco caia um pouco de intensidade no restante. Claro que isso não significa falta de qualidade, já que músicas como a balada Our Decades in the Sun e a dançante My Walden ainda cabem em uma coletânea do grupo. Sendo que The Greatest Show on Earth (música de 24 minutos que fecha o disco) parece megalomaníaca de início, mas depois se mostra uma faixa espetacular e apoteótica.
Sem sombras de dúvidas a parte orquestrada, os arranjos de teclados e as linhas sinfônicas são os grandes destaques do Nightwish, já que Tuomas impôs ainda mais seu estilo, porém mantendo a essência da banda. Se temos guitarra e uma cozinha coesa, ainda não temos o peso exigido pelo Metal, algo que a banda pode equilibrar num próximo trabalho.
"Endless Forms..." também marcou a efetivação do gaitista Troy Donockley e contou com participação do baterista Kai Hahto que fez a vez de Jukka Nevalainen - que passa por problemas de saúde relacionados à insônia. Enfim, um trabalho que já está gerando controvérsias, mas que tem suas qualidades e passa longe de ser ruim. Aos desavisados, a banda toca no Rock In Rio 2015 no dia 25 de setembro no Palco Sunset às 18h.
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