Paradise Lost: Um álbum incompreendido e, por isso, subestimado
Resenha - Host - Paradise Lost
Por Jorge Mezzomo Neto
Postado em 07 de agosto de 2014
Nota: 9
Se o controverso One Second já havia decepcionado boa parte dos fãs do Paradise Lost pela radical mudança de estilo, o que dizer sobre o seu sucessor, Host.
Paradise Lost - Mais Novidades
Pioneira no surgimento do estilo doom metal, a banda inglesa Paradise Lost, que tem no vocalista Nick Holmes seu mentor intelectual e principal letrista, havia alcançado seu maior êxito comercial através do lançamento do disco Draconian Times, de 1995. Embora seja um trabalho onde o guitarrista Greg Mackintosh mostre todo o seu talento na arte de compor riffs pesados, a banda visivelmente já flertava com estilos mais comerciais, como o Gothic Rock, que tinha como expoentes na época as também inglesas The Cure, The Smiths e Echo and the Bunnyman. Os vocais guturais de Nick, que já haviam sido definitivamente sepultados no álbum Icon de 1993, acabaram ficando cada vez mais suaves ao longo dos anos até chegarmos a 1999, ano de lançamento de Host.
Seguindo suas raízes vanguardistas, a banda optou por compor um trabalho totalmente diferente daquilo que vinha fazendo. O próprio vocalista Nick Holmes, anos depois, afirmava que "a banda estava cansada do Metal e que estava procurando algo novo para se motivar". Aliado a isso, ainda existia a vida pessoal dos integrantes, algo que o guitarrista Greg Mackintosh definiu como um momento "sombrio e confuso". O resultado foi um trabalho ousado, com letras e melodias marcadas por pesada carga emocional. A banda definitivamente mergulhava no synthpop, quase que abandonando as guitarras em detrimento dos teclados, violinos e da bateria eletrônica.
Embora tudo conspirasse para que o álbum fosse um desastre, o resultado foi o oposto. Trata-se de um disco recheado de ótimas melodias e mostra o enorme talento da banda em se reinventar. As comparações com o Depeche Mode, uma das grandes inspirações do Paradise Lost, no entanto, são inevitáveis. Em especial com o último trabalho realizado pela banda até aquele momento - Ultra, de 1997.
Diante de tantas ótimas músicas - diga-se, um álbum para ser ouvido de cabo a rabo sem necessidade de pular nenhuma faixa - existem algumas que se sobressaem. Melodicamente falando, "So Much is Lost" e "Behind The Gray" possuem talvez o que poderíamos chamar de atmosferas mais "positivas" dentre todas as outras. Por outro lado, as demais, em especial, "Harbour", "Host" e a dramática "It´s too Late", expõem toda a angústia pela qual a banda passava na época. O negativismo e os questionamentos de Nick Holmes podem ser melhor compreendidos no clipe de "Permanent Solution", faixa esta que recebeu versão em vídeo. O destaque principal, no entanto, vai para a bela "Year of Summer".
Embora tenha sido recebido diversas críticas e, incrivelmente, também seja questionado pelos próprios integrantes da banda, é um trabalho ótimo e que vem ganhando cada vez mais respeito ao longo dos anos e acabou abrindo a banda para um novo mercado.
Nick Holmes - Vocal
Gregor Mackintosh - Guitarra
Aaron Aedy - Guitarra
Steve Edmondson - Baixo
Lee Morris - Bateria
1. "So Much Is Lost" (Holmes, Mackintosh, Smith) - 4:17
2. "Nothing Sacred" - 4:02
3. "In All Honesty" (Holmes, Mackintosh, Smith) - 4:01
4. "Harbour" (Holmes, Mackintosh, Smith) - 4:23
5. "Ordinary Days" (Holmes, Mackintosh, Smith) - 3:30
6. "It's Too Late" (Holmes, Mackintosh, Smith) - 4:47
7. "Permanent Solution" - 3:17
8. "Behind the Grey" - 3:13
9. "Wreck" - 4:41
10. "Made the Same" - 3:33
11. "Deep" - 4:00
12. "Year of Summer" - 4:17
13. "Host" (Holmes, Mackintosh, Smith) - 5:12
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps