Motocircus: Blues elegante e requintado
Resenha - Requiem For The Rockets - Motocircus
Por Guilherme Espir
Fonte: Macrocefalia Musical
Postado em 30 de julho de 2014
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Blues é um estilo musical plenamente contemplativo, o som começa, e você, além de sacar que trata-se de um legítimo som de raiz negra, já sabe que a jurisdição sonora é outra, as regras de todos as outras cozinhas não são validas perante esta tradição, parece que existe muito mais coisas envolvidas para estabelecer este enigma em seus ouvidos.
E por mais que não seja explicável, quem gosta desta vertente não quer realmente saber do que se trata, quer apenas sentir, e ser surpreendido, seja em forma de um Blues menos purista e mais Hardeiro, ou ao som de algo mais elegante e requintado como na Jam dos Brasileríssimos Motocircus e sua grande estréia, ''Requiem For The Rockets'' lançado em 2013 e com distribuição nacional marcada para Agosto.
O Motocircus não veio para este recinto a passeio, e seu som reflete isso, temos um criativo instrumental, que remete não só ao Blues, mas que ainda tira sarro do ouvinte fazendo cosplay de Rock, com momentos de influências avindas daquele Gospel classícão dando mais corpo para o som. E o mais importante, feeling, sentimento, até por que senão tiver isso fica difícil chamar de Blues.
O grupo é oriundo do interior de São Paulo, mais especificamente na província de Catanduva, e já possui no Curriculum duas Tours pela rede Sesc, um DVD, (lançado também em 2011) chamado ''Live In Experience'', e ainda teve a honra de abrir shows para grupos míticos do cenário nacional, como foi o caso do Prog da Casa das Máquinas, ou seja, eles são novos nesse business, mas experiência é o que não falta.
Um ponto que achei um grande diferencial na banda foi o time de metais, (Alex Frei, Chico Cristo e Ronaldo Caetano), que quando requisitados dão um toque muito ácido ao som da banda, deixando a coisa ainda mais dançante e com pinta de big band, eletrificando ainda mais a cozinha.
Em relação ao clássico baixo/guitarra/bateria, mais uma vez, tenho apenas elogios a tecer. Kaio Páttero se mostra muito aberto criativamente falando, e tem muita presença no vocal. No baixo por sua vez, Alex Zander nos relembra o quão bom um disco pode ser com um quatro cordas bem tocado, fora que além de cobrir seu turno no Groove deste Blues, o cidadão ainda assina a arte desse disco, que é basicamente, um rolê de Tim Burton pelos cemítérios, em versão open bar claro.
E fechando a conta temos a batera elementar de Evandro Navarro, que além de segurar a onda adiciona peso nas baquetas e mostra muita técnica, sempre casadinho no baixo, e dando uma liberdade interessante para o improviso de Thiago Bocchini na outra guitarra. Sonzeira redondinha, nada de Blues quadrado sem mobilidade, swingando o feeling.
Abrindo festeiro, ao som de ''Fly High Mister Li'', beirando o Funk com o slap de ''Shakalaka Boom'', e revitalizando a gênesis do estilo com ''Lord Jim'', ''Dear Mama''... Tudo isso brindando o Whisky com ótimos solos, uma viola pra dar uma mudada no clima, belos vocais e muita história pra contar, pegue seu doze anos na cozinha, sente-se e misture os etílicos, o álcool e este Blues, só cuidado para não explodir a casa, ''Let's Roll'' é um veneno, sonzeira presença, engrossando o caldo e fazendo faísca.
Line Up:
Kaio Páttero (guitarra/vocal/violão)
Thiago Bocchini (guitarra)
Alex Zander (baixo)
Evandro Navarro (bateria)
Alex Frei (saxofone)
Chico Cristo (trombone)
Ronaldo Caetano (trompete)
Track List:
''Fly High For Rock 'N' Roll
''Shakalaka Boom''
''Lord Jim''
''Dear Mama''
''Let Me Show Your Heart''
''Let's Roll''
''Born To Move''
''By Your Side''
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
Nick Cave descreve show do Radiohead como uma "atividade espiritual"
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
Turnês não rendem dinheiro, diz Gary Holt: "A gente toca para você vir visitar a nossa loja"
Adrian Smith fala sobre teste que fez para entrar no Def Leppard
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
A canção de natal do AC/DC que foi inspirada em Donald Trump
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
O álbum do Iron Maiden que James Hetfield, do Metallica, usou para aprender a tocar
A crise no Sepultura repete os clichês de tretas da história do rock and roll
David Gilmour surpreende ao responder se concordaria com show de hologramas do Pink Floyd

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



