Kings of Leon: Um caso peculiar no mundo do rock
Resenha - Mechanical Bull - Kings of Leon
Por David Oaski
Postado em 19 de outubro de 2013
Nota: 7 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Kings of Leon é um caso peculiar no mundo do rock. Formada em 2000, pelos irmãos Caleb Followill (vocais e guitarra), Nathan Followill (bateria), Jared Followill (baixo) e seu primo Matthew Followill (guitarra), em Nashville, interior dos Estados Unidos, eles apareceram como barbudos mal encarados que tocavam um som cru, com influências de country e Southern rock.
Kings Of Leon - Mais Novidades
Nos primeiros lançamentos da banda, desde o EP "Holly Rover Novocaine", lançado em 2002, passando pelo aclamado primeiro álbum "Youth And Young Manhood", de 2003, a banda alcançou sucesso principalmente no Reino Unido que os abraçou como uma das maiores bandas de rock surgida nos últimos tempos.
Nos lançamentos seguintes a banda ia incluindo em seu som pouco a pouco uma diversidade maior de influências, tendo pinceladas de diversos estilos musicais em seus discos, como pop, reggae e rock de arena.
Essa evolução culminou com o sucesso mundial alcançado pela banda com seu best-seller "Only By The Night", lançado em 2008, em que a estética da banda alcançou o auge do pop rock, somado a isso a mudança no visual dos integrantes, que passaram a se apresentar de forma mais asseada, com a barba feita, de modo que os barbudos indies estranhos passaram a ser galãs tocando nos principais festivais ao redor do mundo. Hits como "Sex On Fire" e, principalmente, "Use Somebody" fizeram com que a banda mudasse seu status no cenário musical mundial, alcançando grande reconhecimento internacional e finalmente passando a ser sucesso em sua terra natal, os Estados Unidos.
Mais experiente e com sua identidade aparentemente definida a banda está de volta em 2013, com seu sexto álbum, "Mechanical Bull" que mostra a evolução e maturidade alcançadas pela banda no decorrer desses 13 anos de existência. Neste álbum a banda junta o que tem de melhor das suas influências, formando um belo álbum, com destaque para as linhas de guitarra de Caleb e Matthew e pelos vocais de timbre marcante de Caleb, esses fatores aliados à ótima cozinha garantem fluidez e precisão a cada melodia do play.
O disco tem no mínimo quatro músicas totalmente acima da média, são elas: "Rock City", com pegada country e ótimo solo de guitarra; a stoner "Don’t Matter" deixaria Josh Homme orgulhoso, com guitarras e teclado fazendo a cama para os vocais de Caleb, possui um excelente solo de guitarra; já "Temple" é um pop rock dos melhores; e "Family Tree" é comandada por uma belíssima linha de baixo, num country rock muito potente com ótimo refrão.
Não confunda, apesar dessas canções se sobressaírem o restante do álbum, mesmo um degrau abaixo segura bem a bronca, como no primeiro single "Supersoaker" que abre o disco com melodia acelerada e cantada de forma urgente, com características parecidas com "Coming Back Again".
A balada melancólica e arrastada "Beautiful War" tem certa beleza, mas chega a ser um pouco cansativa, ao contrário de "Wait For Me", que é mais direta. "Comeback Story" é uma semi balada country, com outro belo trabalho das guitarras e notável influência de gospel americano. A fábrica de baladas anda fértil pro lado do Kings of Leon, pois ainda há espaço para "Tonight", balada cuja melodia vai ganhando força, com óbvios ares noturnos; "On Te Chin" é mais interessante, com melodia bem encaixada e ótimo clima do campo.
A versão deluxe do álbum ainda contém os pop radiofônicos (e melhores que algumas das faixas inclusas na versão simples) "Work On Me" e "Last Mile Home".
Mais um bom lançamento para o farto ano de 2013, "Mechanical Bull", apesar de alguns escorregões se junta a curiosa e interessante discografia do Kings of Leon, uma das poucas bandas que possuem o mérito de compor melodias trabalhadas, com ótimas guitarras e agradar o público além do mundo do rock, tocando em rádios e deixando adolescentes molhadas.
O rock perde cada vez mais espaço e relevância diante de outros estilos musicais e bandas como Kings of Leon e Nickelback, apesar de contestadas, ainda fazem as guitarras transgredirem as barreiras dos nichos cada vez menores reservados ao rock n’ roll.
David Oaski
Disponível também em:
http://rockideologia.blogspot.com.br/2013/10/resenha-mechanical-bull-kings-of-leon.html
Outras resenhas de Mechanical Bull - Kings of Leon
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A faixa do Iron Maiden que ficou com 5 minutos a mais do que eles imaginaram
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
Banda dinamarquesa perde grande parte de seus equipamentos em incêndio
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O baterista que Phil Collins disse que "não soava como nenhum outro", e poucos citam hoje
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
Os "pais do rock" segundo Chuck Berry - e onde ele entra na história
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
A música do Machine Head inspirada em fala racista de Phil Anselmo
Mark Morton, do Lamb of God, celebra sobriedade e explica por que ainda aborda o assunto

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


