Eths: O último álbum com a vocalista Candice Clot
Resenha - III - Eths
Por Maria Morgen
Postado em 06 de outubro de 2013
Chegando ao seu décimo quarto ano com dois álbuns bem sucedidos e como uma das bandas mais conhecidas do gênero em seu país, a banda francesa ETHS lançou o álbum III (Trois) à 6 de abril de 2012, marcante já de início por ser o último álbum com a vocalista Candice Clot.
III chega com uma promessa diferente. Algumas semanas antes do lançamento, foi liberado o single "Gravis Venter". Gravada completamente com vocais limpos, a música chegou a assustar alguns fãs da banda, quando acompanhada do rumor de que este álbum não conteria guturais. Balela, o álbum trouxe uma banda mais forte que nunca, com guitarras mais pesadas, bateria diferente e vocal mais desconcertante que nunca.
"Voragine" nos deixa dar uma espiada pela fechadura da porta do álbum, com um vocal suave nas primeiras partes e bateria muito bem trabalhada. O retorno de Guillaume Dupré foi imprescindível para essa visível mudança da banda. "Harmaguedon" traz uma levada diferente, já começando com os guturais impecáveis de Candice. O interessante nessa música é ver como ela se desenvolve até chegar num ponto onde em "Mille ans accomplis..." sua voz se transforma drasticamente na coisa mais doce que provavelmente já saiu da boca desta mulher. Eu diria que Candice é uma das vocalistas mais versáteis que conheço, se não a mais.
Passamos então pelo já conhecido single "Adonaï", "Gravis Venter" e "Inanis Venter" que são de pouca importância do ponto de vista criativo. Sidus é o exemplo final da mudança que a volta de Guillaume trouxe. Ele soube aproveitar cada peça de seu kit e transformou uma música que seria razóavel nos tempos de Morgan Berthet, ex baterista, em uma música que deixaria o Deus Metal orgulhoso. "Proserpina" e "Hercolubus" estão, em minha opinião, empatadas como as melhores músicas do álbum. "Proserpina" tem a letra mais marcante de toda a carreira da banda. Leva o nome de Perséfone, deusa grega filha de Júpiter e tida como uma das mais belas deusas gregas. Mais uma vez a música é exemplo para a versatilidade de Candice, que oscila entre o gutural em sua forma mais potente e o vocal limpo, que de tão suave é quase um sussurro, um lamento.
"Hercolubus" é a música mais agitada do álbum, e o conjunto todo é avassalador. O vocal trabalha muito bem com o resto da banda, principalmente com Dupré que, durante a música toda, joga breakdowns e pedais duplos à avanço, "recheando" a música com peso.
O álbum termina com "Praedator" e "Anatemnein", tendo esta última recebido muitos elogios do público, mas em minha opinião, nenhuma das duas é muito relevante, e chegam a ser até chatas.
A arte da capa fica por conta do fotógrafo Nicholas Senegas, que fez um exímio trabalho. A capa é uma das mais bem trabalhadas que já vi, a fotografia é linda e a edição na medida. Tem tudo à ver com as músicas, ótimo exemplo de entrosamento.
III é, infelizmente, o último álbum da banda com uma das melhores vocalistas que o público do metal já viu. Desejo muita sorte à nova vocalista... Tendo em vista a qualidade deste álbum, ela vai precisar :-)
Tracklist:
1. "Voragine"
2. "Harmaguedon"
3. "Adonaï"
4. "Gravis Venter"
5. "Inanis Venter"
6. "Sidus"
7. "Proserpina"
8. "Hercolubus"
9. "Praedator"
10. "Anatemnein"
Eths é:
Rachel Aspe - vocais.
Staif Bihl - guitarra, teclados e vocais adicionais.
Greg Rouvière - guitarra.
Damien Rivoal - baixo.
Guillaume Dupré - baterias e percussão.
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