Stonedhenge: Alvin Lee, dono de um estilo único
Resenha - Ten Years After - Stonedhenge
Por Elias Rodigues Emídio
Postado em 29 de setembro de 2013
Alvin Lee é hoje justamente reconhecido como um dos maiores guitarristas de todos tempos. Dono de um estilo único, ele permanece até hoje com um dos mais versáteis músicos no instrumento capaz tanto de disparar riffs e executar solos na velocidade da luz (depois da lendária versão "Going Home" em Woodstock foi considerado o mais rápido guitarrista do mundo), quanto de aventurar-se magistralmente pelas sutilezas rítmica do jazz com um "FELLING" absurdo que certamente deveria servir de escola para muitos guitarristas nos dias correntes que priorizam em demasia o virtuosismo instrumental, mas que transmitem a mesma emoção que um robô ao tocar guitarra.
Apesar de sua enorme importância o trabalho de Alvin Lee é ainda muito pouco conhecido pelos ouvintes de rock em geral. De certa forma podemos incluí-lo no panteão de artistas que são muitos mais comentados em redes sociais e fóruns de discussão sobre música mundo afora do que propriamente ouvidos. Com esse intuito eu procurarei aqui fazer uma breve e honrosa menção sobre um dos melhores e mais importante disco de sua banda Ten Years After "Stonedhenge" lançado oficialmente em 22 de fevereiro de 1969 e gravado em setembro de 1968
A banda tem origem no grupo Ivan Jay And The Jaycats formado em 1960 que contava com Alvin Lee na guitarra e o igualmente lendário Leo Lyons no contrabaixo. Em 1966, eles decidem expandir seus horizontes musicais e montam um novo grupo intitulado Jaybirds que contava com o baterista Ric Lee. No mesmo ano a banda se muda para Londres e passa contar com Chick Churchill nos teclados e após algumas mudanças adotam o nome Ten Years After que prestava uma homenagem a Elvis Presley, ídolo de Alvin Lee, que havia lançado seu debut em 1956. A banda então assina brevemente com o selo Chrysalis.
Após conseguir uma residência fixa no Marque Club no fim de 1966 e participar do Windsor Jazz Festival no começo de 1967,o grupo assina contrato com a Deram uma subsidiária da Decca Records e edita seu primeiro álbum, o homônimo "Ten Years After". Mostrando uma produção ainda muito crua o disco trazia um blues rock que tangenciava o rock de garagem praticado pelos grupos nos EUA em meados dos anos 60, mas ainda assim continha preciosidades do blues como "Help Me" (de Sony Boy Williamson II ) e "Spoonful" (de Wilie Dixon) em versões monstruosas que mostravam o grande futuro que o grupo teria pela frente.
No ano seguinte é lançado o primeiro registro ao vivo do Ten Years After o hoje clássico "Undead", gravado em 14 de maio no Klooks Kleek, um pequeno clube jazz londrino. O Trabalho trazia o grupo bem mais seguro de si, aventurando-se pelas blueseiras de tradicionais de "Spider In My Web" e "I May Be Wrong, But I Won't Be Wrong Always" e improvisando de forma magnifica em "Summertime/ Shantung Cabbage" (de co-autoria de George Gershwin) e em "Woodchoppers's Ball" (das lendas do jazz Woody Herman e Joe Bishop), além de um primeira versão da incendiária "I'm Going Home".
O terceiro álbum "Stonehenge" mostrava a banda no auge dos poderes criativos, exalando uma musicalidade extremas em 34 minutos de puro prazer auditivo para o apreciados da boa música.
"I Can't Live Without Lidia" (Churchill), "Faro" (Lyons), "Skoobly-Oobly-Doobob" (Alvin) e "Three Blinde Mice" (Ric) são exercícios individuais dos membros do grupo, que mostram virtuosismo em seus respectivos instrumentos. A faceta mais jazzística do grupo fica evidente nas fantásticas "A Sad Song", "Going To Try", "No Title" (esta com solos de guitarra esplêndidos) e "Woman Trouble", que mostram que os demais instrumentistas do grupo não tinham a intenção a intenção de ficar a sombra de Alvin Lee e sua guitarra. Mas é no blues elétrico de "Speed Kills" e em especial da clássica "Hear Me Calling", uma das coverizadas canções do Ten Years After, que o álbum chega ao seu clímax.
A fase áurea do grupo continuaria até meados dos anos 70 com os lançamentos dos clássicos "Ssssh" (1969), "Watt" (1970), "Criclewood Green" (1970), "A Space In Time" (1971) e "Recorded Live" (1973). O disco ao vivo "Live At Fillmore East", oriundo de gravações datadas de 1970, mas só editado em editado em 2001 é talvez a melhor mostra da força do grupo ao vivo e junto com os discos supracitados constituem discoteca básica para qualquer aspirante a "guitar hero".
Vídeos:
"Speed Kills"
"Hear Me Calling"
"No Title"
"Woman Trouble"
FAIXAS
01. Going To Try
02. I Can't Live Without Lidia
03. Woman Trouble
04. Skoobly-Oobly-Doobob
05. Hear me Calling
06. A Sad Song
07. Three Blind Mice
08. No Title
09. Faro
10. Sped Kills
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps