Cathedral: o anunciado último suspiro de sua prolífica carreira
Resenha - Last Spire - Cathedral
Por Junior Frascá
Postado em 27 de maio de 2013
Nota: 9 ![]()
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Como diz o ditado, "tudo que é bom dura pouco"! No caso do CATHEDRAL, até que não foi tão pouco assim, já que a banda se manteve ativa (mesmo com alguns períodos de pausa) por quase 24 anos. Formada em 1989 por Lee Dorrian e Mark Griff, a banda se tornou uma das mais cultuadas da cena doom/stoner metal, e mesmo não atingindo o grau de popularidade merecido, conseguiu uma legião de admiradores em todo o planeta. E agora acabam de lançar seu decido álbum de estúdio, o anunciado último suspiro de sua prolífica carreira.
Desde o lançamento de "Forest of Equilibrium" (1991), clássico absoluto do doom metal, e um dos discos mais soturnos e arrastados já gravados, até esse "The Last Spire", a banda mudou muito sua sonoridade. Se no começo, como dito, o doom metal se sobressaia, inclusive com os vocais mais soturnos e cavernosos de Lee, ao longo do tempo a banda foi evoluindo e aprimorando sua musicalidade, incluindo mais elementos de stoner metal, além de muita psicodelia e características do rock progressivo setentista, que tornaram suas músicas ainda mais especiais.
Lee também, com o passar do tempo, acabou deixando de lado totalmente os vocais mais guturais, e passando a criar uma forma única de cantar, e que acabou se tornando a marca da banda ao longo de todos esses anos de carreira, culminando com discos indispensáveis para qualquer apreciador da boa música pesada, como "The Ethereal Mirror" (1993), "The Carnival Bizzare" (1995) e até o estranho e dificílimo "The Garden of Unearthly Delights" (2005), em que as "viagens" da banda atingiram seu ápice.
Neste novo e fatídico trabalho de encerramento, é possível perceber que a banda optou por fazer um resgate a seus primórdios no doom metal, sem muitos experimentalismos, mas ainda trazendo alguns elementos mais diferenciados.
Já na sofrida intro, "Entrance to Hell", percebemos uma lado mais melancólico e tétrico do quarteto, que é comprovado pela faixa seguinte, "Pallbearer", com uma levada arrastada, riffs hipnóticos, e Lee cantando de forma mais agressiva e teatral, embora no decorrer de seus mais de 12 minutos seja possível perceber diversos momentos mais psicodélicos, que caracterizaram seus registros de meados dos anos 90 (os solos e dedilhados de violão chegam a impressionar).
"Cathedral of the Damned" e "Tower of Silence" também seguem uma linha mais arrastada, com riffs e linhas vocais sujíssimas, enquanto "Infestation of Grey Death", apesar de também ser bem carregada de climas sombrios, possui alguns momentos mais diversificados e progressivos, com destaque para as variações dos vocais de Lee.
"An Observation" talvez seja uma das faixas mais macabras já gravadas pela banda, com riffs gélidos, e teclados muito bem encaixados, e alguns coros femininos que remetem às histórias de terror do mestre King Diamond, sendo que poderia facilmente constar do set list do disco de estreia da banda, tamanha sua qualidade.
E, por fim, "This Body, Thy Tomb", que segue à introdução "The Last Laugh", encerra a gloriosa carreira do CATHEDRAL como a mesma começou, de forma pesada, sombria e carregada de climas tenebrosos, como pede o estilo!
Se era ou não hora da banda encerrar a carreira, só cabe aos músicos decidirem (para nós, fãs, fica claro que não, pois a banda ainda demonstra muita qualidade e competência), mas é fato que o CATHEDRAL fará muita falta no meio metálico, e deixará um vazio difícil de ser preenchido na memória dos fãs, aos quais só resta aproveitar ao máximo esse último resquício da genialidade de Lee Dorrian e seus comparsas, e que sem dúvida é um dos melhores registros da carreira da banda. IMPERDÍVEL!
The Last Spire - Cathedral
(2013 –RAR - Importado)
Formação:
Gaz Jennings - guitarra
Lee Dorrian - Vocal
Brian Dixon - Bateria
Scott Carlson – Baixo
Tracklist:
1. Entrance to Hell
2. Pallbearer
3. Cathedral of the Damned
4. Tower of Silence
5. Infestation of Grey Death
6. An Observation
7. The Last Laugh
8. This Body, Thy Tomb
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