Lordi: depois de dois tropeços, vem então um baita acerto
Resenha - To Beast Or Not To Beast - Lordi
Por Thiago El Cid Cardim
Postado em 20 de abril de 2013
Em 2006, com seu disco "The Arockalypse", os monstruosos finlandeses do Lordi chegaram ao topo de sua carreira – para o bem e para o mal. Abrindo os olhos dos fãs de todo o planeta para o seu shock rock influenciado por Kiss, Alice Cooper e Twisted Sister, eles venceram o concurso Eurovision com a canção "Hard Rock Hallelujah" e desfrutaram de toda a merecida glória pelo excelente trabalho. Mas dois anos se passaram e, com "Deadache", veio uma curva descendente.
Optando por um som mais pesado, a exemplo do que tinham feito em 2004 com "The Monsterican Dream", eles pareciam ter perdido o rumo da própria sonoridade, conseguindo emplacar de verdade pouquíssimas canções. Já o álbum seguinte, "Babez For Breakfast", seguiu por um caminho diametralmente oposto – embora tenha retornado ao tipo de hard rock que é o que a banda faz de melhor, o líder e principal compositor Mr.Lordi mergulhou demais nas influências dos anos 80, entregando letras que resvalaram no lado mais brega da década perdida.
Este ano, com seu sexto disco de estúdio, que atende pelo divertido título de "To Beast Or Not To Beast", o Lordi parece ter se reencontrado, fazendo uma mescla bem equilibrada de peso, melodia e bom-humor. O resultado é uma espécie de primo bem próximo de "The Arockalypse" – o que é, sem dúvida alguma, uma excelente notícia.
Apesar do videoclipe bem produzido, a escolha de "The Riff" para primeiro single do disco talvez não tenha sido a mais adequada. É uma canção divertida, grudenta, mas muito nota 6, do tipo que está longe de refletir o que é o restante da bolacha. Melhor se deixar levar pela pegada quase cavalgada de "We're Not Bad for the Kids (We're Worse)", com um refrão viciante e que parece já apresentar, em poucos minutos, uma injeção de energia renovada que o quinteto ganhou com a entrada dos novos membros da família, a tecladista Hella e o baterista Mana. Ou, quem sabe, pela força hard ‘n metal de "Something Wicked This Way Comes", do tipo que consegue ser ao mesmo tempo nervosa e cheia de melodia, sem dúvida alguma a melhor canção dos sujeitos desde, sei lá, qualquer uma das faixas de "The Arockalypse". Esta é daquelas músicas que simplesmente não me canso de ouvir, repetidamente. É rigorosamente o mesmo caso da incrível "Horrifiction", cujo teclado tétrico embala uma fantástica canção sobre os fãs de filmes de terror, com diversas menções ao psicopata do clássico "Sexta-Feira 13" e que ainda termina com a genial frase "Movies cannot make you a killer".
Em tempo: a tradicional faixa SCG (Scarctic Circle Gathering), que geralmente costuma abrir os discos do Lordi com um gracejo que dá ao restante da audição um tom de trailer de filme de terror ou então de uma autêntica invasão zumbi, está justamente no final de "To Beast Or Not To Beast". Aqui, no entanto, a canção instrumental é uma espécie de solo de bateria, em homenagem a seu falecido baterista, Tonmi Lillman, conhecido pela alcunha de Otus. Tonmi, que já tinha tocado em bandas como Sinergy e To/Die/For, faleceu aos 38 anos, de causas até o momento não reveladas. Um tributo em altíssimo astral, que não recorre a um expediente taciturno e sombrio para honrar um companheiro morto. É exatamente o tipo de postura que se espera de um monstro que se preze, aliás.
Mr. Lordi, fica aqui então a dica: nos próximos discos, vamos fazer o favor de nos manter neste mesmo rumo, ok?
Line-up:
Mr. Lordi – Vocal
Amen – Guitarra
OX – Baixo
Mana – Bateria
Hella – Teclado
Tracklist:
We're Not Bad for the Kids (We're Worse)
I Luv Ugly
The Riff
Something Wicked This Way Comes
I'm the Best
Horrifiction
Happy New Fear
Schizo Doll
Candy for the Cannibal
Sincerely with Love
SCG6: Otus' Butcher Clinic
Outras resenhas de To Beast Or Not To Beast - Lordi
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
Cinco bandas que, sem querer, deram origem a subgêneros do rock e do metal
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Metal Hammer inclui banda brasileira em lista de melhores álbuns obscuros de 2025
Novo álbum do Violator é eleito um dos melhores discos de thrash metal de 2025 pelo Loudwire
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
O melhor álbum de thrash metal lançado em 2025, segundo o Loudwire
Metal Hammer aponta "Satanized", do Ghost, como a melhor música de heavy metal de 2025
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
Pagando mico: 10 maneiras de ser expulso ou humilhado em um show (vídeo)
Bandas extremas: 10 álbuns que causaram surpresa
Eric Clapton explica porque a banda em que mais gostou de tocar foi a que menos durou

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



