Audrey Horne: um dos melhores discos de hard dos últimos anos
Resenha - Youngblood - Audrey Horne
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 11 de março de 2013
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Quem tem mais de 35 anos lembra de Audrey Horne. Esse era o nome da personagem da atriz Sherilyn Fenn na cultuada série "Twin Peaks", dirigida por David Lynch e transmitida entre abril de 1990 e junho de 1991 pela rede de TV norte-americana ABC (no Brasil, a trama foi ao ar, incompleta e decepada, nas noites de domingo na Rede Globo, em 1991).
Pois agora há mais um ótimo motivo para lembrar de Audrey Horne. Esse também é o nome de uma banda norueguesa baseada na Bélgica, formada em 2002 e que acaba de lançar o seu quarto disco, "Youngblood". O grupo é formado por Torchie (vocal), Ice Dale (guitarra, também no Enslaved), Thomas Tofthagen (guitarra, também no Sahg), Espen Lien (baixo) e Kjetil Greve (bateria, Deride). Nos anos anteriores, Tom Cato Visnes, o King ex-Gorgoroth e atualmente no God Seed, também fez parte da banda.
Apesar do background dos músicos em metal extremo, o som do Audrey Horne é um hard rock clássico e repleto de categoria. Os três álbuns anteriores do conjunto - "No Hay Banda" (2005), "Le Fol" (2007) e "Audrey Horne" (2010) -, no entanto, apresentavam outra sonoridade, uma espécie de post grunge com influências de Alice in Chains, Faith No More e A Perfect Circle e que nunca foi capaz de chamar muita atenção.
Já aqui a coisa é muito diferente. O que temos em "Youngblood" é um dos melhores discos de hard rock lançados nos últimos anos, uma música que bebe no legado clássico do gênero e, com influência de nomes como Thin Lizzy, Saxon, Iron Maiden, Rainbow, ZZ Top, Aerosmith, Deep Purple e até mesmo Toto e Foreigner, faz surgir um som da mais alta categoria.
As dez faixas impressionam não somente pelo belo trabalho de composição mas pelo acerto absolutamente certeiro da banda, que insere detalhes e ideias nos arranjos, surpreendendo sempre. O trabalho de guitarras é excelente, com os dois instrumentistas criando uma harmonia incrível. O baixo também se destaca, vindo para o primeiro plano em diversos momentos. E a voz de Torchie amarra tudo com um timbre limpo, interpretação inspirada e refrões pra lá de pagajosos.
Há que se fazer menção ao uso frequente das guitarras gêmeas, artifício que sempre cai bem tanto no hard rock quanto no heavy metal. Aqui, Dale e Tofthagen brilham intensamente, elevando o que já é ótimo a um patamar que beira o sublime. Além disso, ambos entregam bases, riffs e solos que credenciam Youngblood ao posto de álbum indicadíssimo aos aspirantes a guitarristas. A parte final de "Pretty Little Sunshine" é um dos inúmeros exemplos disso.
O primeiro single e faixa de abertura, "Redemption Blues", já mostra a mudança de som da banda e traz um que de NWOBHM nos riffs, agradando de imediato. A música que dá nome ao disco é, desde agora, uma das melhores do ano, com passagens instrumentais iluminadas e um refrão inspirador. É tudo muito bom, com um grau de excelência que faz você dar play e perceber, de cara, que está diante de um álbum diferente.
Confie em mim: "Youngblood" é um dos melhores discos de hard rock lançados nos últimos anos e, além disso, na minha opinião o melhor álbum de 2013 até o momento.
Demais!
Faixas:
1 Redemption Blues
2 Straight Into Your Grave
3 Youngblood
4 There Goes a Lady
5 Show and Tell
6 Cards with the Devil
7 Pretty Little Sunshine
8 The Open Sea
9 This Ends Here
10 The King is Dead
Outras resenhas de Youngblood - Audrey Horne
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música de amor - carregada de ódio - que se tornou um clássico dos anos 2000
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Camiseta oficial de Ozzy Osbourne zoa Roger Waters por fala que irritou a todos
Brian May escolhe os três maiores solos de guitarra de todos os tempos
As quatro músicas do Metallica que James Hetfield considera suas favoritas
Tony Iommi escolhe o maior guitarrista de todos os tempos; "meu ídolo"
A banda esquecida que Eric Clapton considera os pioneiros do heavy metal
13 shows internacionais de rock e metal no Brasil em dezembro de 2025
Nazareth: um elogio à pertinácia
O jovem guitarrista preferido de Stevie Ray Vaughan nos anos oitenta
O álbum que Eddie Kramer acha que nunca foi igualado: "Nunca houve nada gravado como ele"
A maior música do rock progressivo de todos os tempos, segundo Steve Lukather
As melhores músicas grunge feitas por 5 bandas de hair metal, segundo a Loudwire
As 11 melhores colaborações do rock nos anos 2020 (até agora), segundo a Loudwire
Como Bruce Springsteen mostrou-se um amigo de verdade para Jon Bon Jovi
O álbum que David Gilmour gravou contra a vontade, mas ele não viu outra alternativa
O lendário guitarrista que criou mais riffs do que qualquer outro, segundo Gene Simmons

"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
"Ascension" mantém Paradise Lost como a maior e mais relevante banda de gothic/doom metal
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal



