Stratovarius: Álbum indicado somente para os fãs
Resenha - Under Flaming Winter Skies - Stratovarius
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 22 de outubro de 2012
Nota: 6
Certas bandas são tão ligadas a uma determinada época que é difícil separá-las de tal período. É o caso dos finlandeses do Stratovarius. O grupo figura fácil entre os três nomes mais influentes e importantes do chamado metal melódico, ao lado do Helloween e do Gamma Ray. Álbuns como "Episode" (1996) e "Visions" (1997) foram fundamentais para definir como o estilo deveria soar, e influenciaram milhares de bandas em todo o planeta. Esse é o lado bom da moeda.
O lado ruim é que, já há alguns anos, o metal melódico está estagnado e soa fora de lugar. Muito disso se deu justamente por, salvo raríssimas exceções - uma delas é o Kamelot -, praticamente nenhuma banda inserir novos elementos no gênero, fazendo-o seguir em frente, renovando-se e não perdendo a atenção dos fãs. O próprio Stratovarius tentou isso algumas vezes, mas não foi feliz. Tudo isso faz com que, ao ouvir um novo trabalho do grupo, a sensação de déjà vu seja inerente.
"Under Flaming Winter Skies" é um álbum duplo ao vivo lançado para marcar a saída do baterista Jörg Michael. O músico, que venceu um câncer recentemente, reavaliou a sua vida e decidiu tentar novos desafios, sendo substituído por Rolf Pilve. Em 16 anos de Stratovarius, de 1995 a 2011, Jörg foi um dos responsáveis pela popularização do uso do pedal duplo no estilo, transformando-se em referência no assunto.
O disco, que está sendo lançado agora no Brasil pela Hellion Records e também possui uma versão em DVD, tem 20 faixas que repassam toda a carreira da banda, incluindo na conta desnecessários solos de guitarra, baixo e teclado - aliás, se era para ter algum solo, que fosse de Michael, que estava se despedindo do grupo. Ao lado de Jörg estão o vocalista Timo Kotipelto, o guitarrista Matias Kupiainen, o tecladista Jens Johansson e o baixista Lauri Porra.
Homenageando dois dos maiores ídolos de Jörg, o Stratovarius gravou versões para clássicos do Deep Purple e do The Who. A releitura de "Burn" ficou até interessante, mas "Behind Blue Eyes" foi assassinada a sangue frio, com o hino imortal de Pete Townshend convertido em um equivocado power metal.
O quinteto faz algumas sutis alterações nos arranjos das canções, porém esse fator, somado à participação do público, não são suficientes para tornar "Under Flaming Winter Skies" um trabalho atrativo para um público mais amplo, além dos fãs. Apesar da energia na execução e da inegável qualidade técnica dos músicos, tudo soa datado e ultrapassado, remetendo a uma época que ficou para trás e a um estilo que, infelizmente, não soube se renovar ao longo dos anos.
Tudo isso faz com que "Under Flaming Winter Skies" seja indicado somente para os fãs, como um daqueles itens que as pessoas possuem apenas para não deixar um buraco na coleção. O duplo ao vivo anterior dos caras, "Visions of Europe" (1998), gravado no auge da banda, é bem mais interessante.
Faixas:
CD 1
Under Flaming Skies
I Walk to My Own Song
Speed of Light
Kiss of Judas
Deep Unknown
Guitar Solo
Eagleheart
Paradise
Visions
Bass Solo
Coming Home
CD 2
Legions of the Twilight
Darkest Hours
Burn
Behind Blue Eyes
Winter Skies
Keyboard Solo
Black Diamond
Father Time
Hunting High and Low
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