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Selvageria: segue seu propósito, fazer o povo bater cabeça

Resenha - Selvageria - Selvageria

Por Luiz Carlos Barata Cichetto
Postado em 26 de setembro de 2012

Usando e abusando de todos os clichês do gênero Speed/Thrash Metal, a banda "Selvageria" por horas soa como retrô, resgatando a sonoridade do Metal Brasil dos anos oitenta, outras soa "moderna" com a atualização do estilo de forma criativa, falando de temas recorrentes como guerras apocalípticas, o mal e o inferno e referencias ao próprio estilo. Uma das letras, a que mais me chamou a atenção, foi a de "Cinzas da Inquisição" que em seu inicio fala: "Fugindo de assassinos, o terror dos inocentes / Medo e terror em seus olhos, pânico rodeia sua mente / Perseguido por furiosos, atacado pela multidão / Corpos queimados, enfileirados, fogueiras acesas, a dor e o terror / Cinzas jogadas, no meio das praças, o fogo ardendo e muita dor ..."

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Também a busca pela união da sua "tribo", sempre um tema muito utilizado pelas bandas do Metal é fartamente usado pelo "Selvageria". Ao menos duas das musicas falam desse assunto: "União Total" e "Hino do Mal" . O fato é que entre todas as tribos dentro de todas as vertentes do Rock, ai incluído o Metal, as que mais conseguem essa união é justamente o pessoal das denominações "'AlgumaCoisa-Metal". São eles que ainda conseguem levar algum publico a apresentações. E um publico ativo e participante.

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A "Selvageria" foi formada em 2005 em São Paulo e nesse mesmo ano lançou a demo "Metal Invasor". Sempre com letras em português, o que sob meu ponto de vista já é um ponto positivo, a banda chegou ao primeiro semestre de 2010 com algumas mudanças de formação e lançou seu primeiro disco, homônimo, pela "Dark Sun Label", propriedade da "Dies Irae", com a produção e mixagem de Rodrigo "Skillo" Toledo. Em 2011 a Selvageria participou do "Metal SP Festival" no Blackmore Rock Bar, que teve como atrações principais duas lendas do estilo, o "Vulcano" e "Salário Mínimo". O visual da banda é o clássico "headbanger", carregado de rebites, correntes, cintos, calças apertadas e tênis brancos de cano alto.

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Enfim, Selvageria" não faz nenhuma grande masturbação mental, não traz ideia absolutamente nova em relação aos destinos do planeta, mas serve a seu propósito, que é o de fazer o pessoal bater cabeça, resgatando e atualizando o que existiu de melhor no Metal brasileiro dos anos 80, tida por muitos como a década perdida e para outros a melhor de todas.

Uma critica pessoal com relação ao CD físico, é que achei o desenho da capa assinado pelo guitarrista Capi, apesar das referencias terem sido muito bem pensadas (lobisomens, caveiras, dedos sangrentos e referencias paulistanas que deixam claras suas origens), tem um traço um tanto simples demais para o tema. Talvez uma montagem fotográfica funcionasse melhor. E a impressão do encarte, com letras em tipo gótico em um vermelho muito forte sobre o fundo preto dificulta absurdamente a leitura.

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Por fim, o CD "Selvageria" da banda homônima tem muitos pontos altos e pontos baixos, mas no geral é um trabalho que merece e precisa ser escutado por todos aqueles que apreciam o estilo, e de forma geral se interessam por Metal cantado em português e tocado com competência.

Formação Atual:
Gustavo - Voz
Capi - Guitarra
Tomás - Baixo
Andrei (Baixo, no disco)
Danilo Toloza - Bateria

Referencias na Internet:
http://letras.mus.br/selvageria/
http://www.myspace.com/selvageria
http://www.youtube.com/watch?v=5dEQZH1xBj0

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Sobre Luiz Carlos Barata Cichetto

Sou Barata, nascido Luiz Carlos, no dia do Anti-Natal, do ano da Graça do nascimento de Madonna, Michael Jackson, Bruce Dickinson, Cazuza e Tim Burton. Sou poeta, escritor, produtor e apresentador de Webradio, produtor de eventos e procuro pagar as contas trabalhando com criação de sites. Crescí escutando Beatles, Black Sabbath, Pink Floyd e Led Zeppelin. Participei da geração mimeógrafo nos anos 1970, mas quando chegaram os filhos, deixei de ser poeta e fui tentar ser homem, o que no entender de Bukowiski é bem mais difícil. Escrevo poemas desde que comecei a criar pêlos.... nas mãos. Trabalhei como office-boy, bancário, projetista de brinquedos e analista de qualidade. No final do século XX, acordei certo dia de sonhos intranquilos e, transformado em um ser kafkiano, criei um projeto cultural na Internet nos moldes dos antigos panfletos mimeográficos. Mesmo antes de meu processo de metamorfose, nunca deixei de cometer poemas, contos e crônicas. E embora tenha passado dos três dígitos o numero de textos escritos, nunca ganhei um prêmio literário. Fui apaixonado por Varda de Perdidos no Espaço, Janis Joplin, Grace Slick e Sonja Kristina; casei quatro vezes e tenho dois filhos, Raul e Ian. Atualmente sou também editor, costureiro e colador de livros, num projeto de editora artesanal.
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