Nazareth: O grupo nunca foi tão "blues" como em "Big Dogz"
Resenha - Big Dogz - Nazareth
Por Ricardo Guilherme
Postado em 22 de maio de 2011
"Nunca julgue uma pessoa por sua aparência". Ou, se você preferir, "as aparências enganam". Seja qual for a frase de sua preferência, a experiência de vida de um fã da banda Nazareth certamente já lhe mostrou que esse é um pensamento sábio.
Agora lhe digo algo um pouco diferente: nunca julgue um álbum por sua capa. Isso vale 100% quando o assunto é "Big Dogz", o 22º álbum de estúdio destes simpáticos e competentes escoceses. A imagem trazida na capa do álbum (uma espécie de Scooby-Doo zangado, com quatro cabeças) transmite, a princípio, a impressão de um trabalho tosco e feroz, feito para aqueles que não se importam muito com letras, harmonias e melodias, mas sim com decibéis de potência.
Ledo engano. O Nazareth sempre foi uma banda muito versátil, que, embora seja reconhecidamente adepta do hard rock, passeou por vários estilos musicais durante sua carreira. No entanto, o grupo nunca foi tão "blues" como em Big Dogz.
Calma, isso não é ruim!
Sim, existem músicas pesadas, como a engraçada "No Mean Monster" e a explosiva "Watch Your Back", mas o que realmente encanta no álbum é a beleza dos arranjos e a interpretação dos músicos, sobretudo a voz (cada vez mais rouca) do senhor Dan McCafferty, que, aos 64 anos, ainda impressiona.
Em "Big Dogz", Dan já não usa tanto sua extensão vocal, mas mostra ter desenvolvido novas habilidades. Agora, ele canta menos com a voz e mais com a alma, bem ao estilo blues. Em "When Jesus Comes To Save The World Again" e "Butterfly", Dan nos emociona com interpretações marcantes. Axl Rose soube realmente escolher um bom ídolo.
O talento dos outros músicos também se faz presente, embora o grande destaque seja mesmo McCafferty. Seu amigo Pete Agnew mostra um belo entrosamento com o baixo em várias músicas, especialmente na faixa de abertura "Big Dogz Gonna Howl". Também se destaca nos "backing vocals", ao lado de seu filho Lee e do guitarrista Jimmy Murrison. Murrison, aliás, carrega o peso de substituir ótimos guitarristas, mas fez aqui um trabalho muito maduro, esbanjando técnica, não apenas com seu instrumento, mas também na co-produção do álbum.
É difícil dizer até quando Dan e Pete continuarão na estrada. A co-produção, entregue a Jimmy, e as composições, todas creditadas a Lee, dão a impressão de que os veteranos pretendem transmitir em breve aos novatos a "marca" Nazareth. Só nos resta torcer para que, quando o fizerem, deixem substitutos à altura, o que não será nada fácil.
Outra coisa interessante: é difícil acreditar que o (ainda jovem) baterista Lee Agnew tenha realmente composto todas as músicas sozinho. As letras de algumas delas exigem muita maturidade (de vida) e remetem a um claro saudosismo, como o sucesso em potencial "Radio". Dan e Pete devem, sim, ter participado das composições. Estão apenas abrindo mão das autorias. E também as portas do Nazareth para a chegada de sua segunda geração.
"Big Dogz" deve ser lançado no Brasil nos próximos dias. Ao menos, já consta no site da Hellion Records como CD nacional.
É mais um álbum de estúdio de uma lenda viva do rock, que já possui quase meio século de estrada. Você pode gostar ou não. Só não dá para deixar passar em branco.
Track List:
Big Dogz Gonna Howl
Claimed
No Mean Monster
When Jesus Comes To Save The World Again
Radio
Time and Tide
Lifeboat
The Toast
Watch Your Back
Butterfly
Sleeptalker
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A maior banda, música, álbum e vocalista nacional e gringo de 1985, segundo a Bizz
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos
Queen: Bowie, Mercury e a história de Under Pressure
Os álbuns dos Beatles mais possuídos (e os mais cobiçados) pelos colecionadores de discos
Dave Grohl explica porque não toca clássicos do Nirvana ao vivo



Cervejaria brasileira lança produtos exclusivos para turnê do Nazareth no Brasil
Nazareth: um elogio à pertinácia
O clássico dos anos 70 que combate uma mentira sexista e que irritou a banda Nazareth
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



