Rosa de Saron: O álbum que marca uma reviravolta no grupo
Resenha - Depois do Inverno - Rosa de Saron
Por Marco Antonio Favero
Postado em 22 de março de 2011
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Esse mês Guilherme de Sá completa 10 anos como vocalista da banda ROSA DE SARON. Por isso, se faz interessante analisar os quatro álbuns de estúdio que a banda gravou com ele."Depois do Inverno" foi o primeiro álbum gravado com o novo integrante. Lançado em 2002 pela gravadora Codimuc, o CD é melhor produzido que os anteriores "Diante da Cruz" e "Angústia Suprema", além de mostrar um avanço na musicalidade do grupo.

Saindo de um som mais sujo, que chegava a flertar algumas vezes com o thrash metal, agora o ROSA DE SARON apresentava um som um pouco mais limpo, porém sem perder o peso. A começar pelo vocal mais agudo e rasgado de Guilherme que ajudou a trazer mais melodia às músicas.
O álbum "Depois do Inverno" começa com a pesada "Tudo o que Não Soube Ver", e já mostra que a banda passou por algumas mudanças na instrumental, mas ainda sim bebe muito da fonte dos CDs anteriores. Em seguida, "Ainda me Pergunto" segue uma linha parecida com a primeira faixa, porém não tem tanto peso. Ela tem um curto, mas técnico, solo e nela já podemos perceber melhor a potência da voz de Guiherme.
A terceira faixa "Logo Após o Temporal" tem o peso da primeira faixa, mas depois dá mais espaço para o vocal, que passa a ter a utilização de filtros e overdubs em alguns trechos da música, dando maior preenchimento. Depois entra um dos maiores clássicos da banda: "Do Alto da Pedra". A música mostra um ROSA DE SARON não muito conhecido, com mais suavidade e melodia, mesmo sem perder o peso, dando pistas da transformação que a banda estava passando naquele momento. Com o solo mais belo do CD não é à toa que a banda toca até hoje essa música quando ao vivo, sendo, geralmente, a última do repertório.
"Do Alto da Pedra" resume o que o ouvinte terá ao longo do álbum: muitos power chords na guitarra, alguns solos e dedilhados, poesia e uma estreia em grande estilo por parte do novo vocalista. "No Meu Coração" começa com uma baladinha e depois cresce com peso, voltando à proposta do CD. Algo que chama atenção nesta faixa é a linha de baixo, com um jeito mais melódico, menos voltado à sustentação do som.
A sexta faixa "Longe Demais" exemplifica a diferença das fases do ROSA DE SARON em uma única música. Nela o ex-baixista da banda THE FLANDERS, 5 Minutos faz uma participação especial ao cantar as estrofes, enquanto que o refrão fica por conta de Guilherme. É interessante notar que quando 5 Minutos canta, a instrumental chega mais próximo dos dois primeiros álbuns da banda, mas no refrão a música muda e fica mais com a "cara" da nova fase.
Na faixa seguinte é interessante notar como o vocal é utilizado para fazer jus ao título "Dualismo". Em alguns momentos Guilherme faz seu próprio contra-canto para passar essa impressão de oposição.
Balada do início ao fim, "Estar com Você" é uma belíssima canção que mostra todo o potencial da banda para fazer um CD acústico, que só seria lançado cinco anos depois. A música "Parusia" começa ainda na linha de acústico da faixa anterior, porém tocada no piano. Depois a música cresce e os power chords voltam a aparecer, mas o "acústico" não sai de cena, entram violão e o teclado. É assim que a nova identidade da banda começa a ser formada e seus experimentos musicais são bem sucedidos. Outra música que qualquer fã da banda conhece é a faixa seguinte: "Muitos Choram". Que também é produto da nova aposta da banda em investir em violões bem tocados, sem esquecer dos acordes distorcidos.
A bela e acústica "Apenas uma Canção de Amor" também está entre os clássicos da banda. Com instrumental e vocal suave, cheios de sentimento que realçam ainda mais o sentido da letra. O álbum encerra com "Enquanto o Sono Não Vem". Que mistura o estilo que a banda já estava habituada a fazer com um pouco de rock clássico.
Finalizando, "Depois do Inverno" é um grande álbum que marca uma reviravolta tanto na história como na música do ROSA DE SARON, sem a qual, talvez, a banda nunca tivesse saído do circuito cristão.
Faixas:
01 – Tudo o que Não Soube Ver
02 – Ainda me Pergunto
03 – Logo Após o Temporal
04 – Do Alto da Pedra
05 – No Meu Coração
06 – Longe Demais
07 – Dualismo
08 – Estar com Você
09 – Parusia
10 – Muitos Choram
11 – Apenas uma Canção de Amor
12 – Enquanto o Sono Não Vem
Gravadora: Codimuc
http://www.codimuc.com.br/
Gênero: hard rock/heavy metal
Guilherme de Sá – vocal e violão base
Eduardo Faro – guitarras
Rogério Feltrin – baixo
Wellington Greve – bateria
Paulo Faganello - teclado
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Slash quebra silêncio sobre surto de Axl Rose em Buenos Aires e defende baterista
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
O convite era só para Slash e Duff, mas virou uma homenagem do Guns N' Roses ao Sabbath e Ozzy
Janela de transferências do metal: A epopeia do Trivium em busca de um novo baterista
Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
O que realmente fez Bill Ward sair do Black Sabbath após "Heaven & Hell", segundo Dio
Os 11 melhores discos de rock progressivo dos anos 1970, segundo a Loudwire
Krisiun celebra o aniversário do clássico "Apocalyptic Revelation", gravado em apenas uma semana

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


