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Kickhunter: erros em detalhes que fazem a diferença

Resenha - All In - Kickhunter

Por Felipe Kahan Bonato
Postado em 30 de dezembro de 2010

Nota: 7 starstarstarstarstarstarstar

Mais um álbum (terceiro) e a boa equipe do KICKHUNTER, que conta com Markus Großkopf (HELLOWEEN), não consegue criar um álbum tão sólido que empolgue do início ao fim. Mesmo com a proposta de trazer ao hard rock tradicional um lado mais blues e southern, "All In" é lançado pela banda alemã em 2010, não sendo a melhor das apostas do conjunto.

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O que mais preocupa no trabalho é o vocal tímido, que não se envolve e não guia as canções. Em boas composições, como "Mine All Mine" e "Revolution", o vocal parece apenas seguir o ritmo, sem imprimir nenhuma emoção. Por vezes, como em "Boogie Town", que remete a um rock bem clássico, a atenção se volta aos belos backings vocals e ao órgão, grande diferencial da banda. Guardadas a magnitude das comparações, falta a Jörg Wesenberg a vitalidade de um Mick Jagger ou a potência dos vocalistas que trabalharam no HELLOWEEN com Markus.

A faixa título, um instrumental em piano tocado por Pascal Kravetz, assim como o órgão, é um dos bons momentos do trabalho. A emendada "Shy Shy Shy", melhor faixa do álbum, mantém o swing e o forte apelo bluesy, além de alternar bem as vozes masculina e feminina. Já no dueto lento de "Deep In My Heart", também é possível observar a diferente postura dos vocalistas nos versos em que cantam isoladamente. Nesse sentido, sozinha na razoável "Call Me", releitura de BLONDIE, e na animada e rocker "Checks In The Mail", Melanie obtém outra vez melhores resultados que Jörg, justamente por transmitir mais sentimento. Apesar das críticas, na derradeira "Ocean", Jörg parece finalmente se acertar, tendo sua melhor performance.

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Outro destaque positivo e marcante, como não poderia deixar de ser, é a boa presença dos baixos nas canções, bem audíveis e muito bem trabalhados, como em "Feels Like Home" e na semi "jam session" da mencionada "Revolution". Além disso, não esvaecem as guitarras que têm espaço para seus solos, como em "Checks In The Mail".

Apesar das críticas, o KICKHUNTER tem poucas coisas para melhorar. As composições trazidas em "All In" são boas e os instrumentistas, competentes. No entanto, as músicas criadas não se mostraram adequadas ao vocalista e, em algumas, ainda faltou aquele brilho para que fossem memoráveis. Quanto ao estilo musical proposto, trata-se de uma mistura muito interessante, que pode render bons frutos desde que cuidadosamente preparada. Boa sorte aos alemães em sua próxima jogada.

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Integrantes:
Ansas Strehlow - Teclados
Jörg Wesenberg - Vocal
Karsten Kreppert - Bateria
Markus Großkopf - Baixo
Rollie Feldmann - Guitarra
Stefan Aurel - Guitarra

Convidados:
Axel Mackenrott - Teclados
Jan S. Eckert - Baixo
Hermann Frank - Guitarra
Pascal Kravetz - Órgão, Piano
Melanie Black - Vocais

Faixas:

1. Mine All Mine
2. Revolution
3. Another Tear
4. Feels Like Home
5. All in
6. Shy Shy Shy
7. Checks in the Mail
8. Boogie Town
9. Deep in My Heart
10. Call Me
11. Ocean

Gravadora: AFM Records

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Sobre Felipe Kahan Bonato

Felipe Kahan Bonato: Nascido em 88, há mais de 10 anos - por enquanto - escuta praticamente qualquer subgênero de rock e metal, explorando principalmente bandas mais desconhecidas. Teve contato tardio com a guitarra, seu instrumento preferido, optando então em seguir a carreira de Engenheiro de Produção e em contribuir esporadicamente com resenhas no Whiplash.
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