Thyrfing: Sonoridade típica do metal extremo escandinavo
Resenha - Farsotstider - Thyrfing
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 24 de dezembro de 2010
Nota: 9
Embora não possua por aqui o mesmo reconhecimento que em boa parte do território europeu, o viking metal aos poucos vai ganhando uma projeção internacional. No Brasil, a Hellion Records lançou recentemente "Farsotstider" (2005), o penúltimo registro dos suecos do THYRFING. As influências, que passeiam entre o black metal e o doom metal, dão ao grupo uma sonoridade típica do metal extremo escandinavo.
Com características sonoras que fogem das referências mais cruas do black metal, o THYRFING apostou em uma produção grandiosa e certeira como diferencial. Thomas Vaananen (vocal) e Henrik Svegsjo (guitarra) – que não estão mais na banda – são acompanhados por Patrik Lindgren (guitarra), Kimmy Sjolund (baixo), Peter Lof (teclado) e Joakim Kristensson (bateria) e misturam influências da música folk sueca ao seu metal extremamente denso e pesado. As guitarras, mais limpas e versáteis que o comum, compõem um outro ponto bastante particular na música desses suecos. Embora insira muita agressividade em "Farsotstider" (2005), o THYRFING soube construir – em meio à complexidade sonora – as oito músicas que formam o disco.
Entretanto, a proposta musicalmente complexa da banda não fez de "Farsotstider" (2005) um disco de assimilação complicada. Embora possua as letras em sueco (um pouco incomum), o álbum se distancia da mesmice com composições variadas e agradáveis para os ouvidos acostumados com o metal extremo. "Far At Helvete" – a faixa que abre o material – mostra como o THYRFING conseguiu unir de modo praticamente excepcional os vocais raivosos, mais próximos do death metal, a um instrumental mais pesado e atmosférico. Com influências mais obscuras/melódicas (e próprias do black metal mais contemporâneo), "Farsotstider", é outra música que se sobrepõe às demais em cerca de quarenta minutos de música pesada.
De outro lado, "Host" claramente evidencia o talento do sexteto sueco para explorar os elementos da música folk escandinava. O andamento mais enérgico da composição, que possui guitarras quase que cadenciadas (assim como violões) e vocais arrastados, faz um contraponto ao espírito genuinamente mais agressivo de "Sjalavrak", outra música bem interessante do repertório. Embora possa parecer um pouco óbvio demais destacar cada música que se distancie do senso comum do metal extremo moderno, a complexa "Tiden Laker Intet" é a faixa que une as mais diferentes características encontradas no disco. Com quase oito minutos, a música varia entre o aspecto mais melódico do black metal e o que existe de mais veloz e agressivo no death metal. Certamente, a composição resume o que há de melhor em "Farsotstider".
Não há dúvidas de que o THYRFING é uma banda de talento irretocável. De qualquer forma, as escolhas que a banda assume em sua música – o rótulo viking metal e as letras em sueco – não colaboram para que o sexteto conquiste um reconhecimento fora da Escandinávia, sobretudo no mercado norte-americano. Como prova, "Farsotstider" – o antecessor do ainda inédito por aqui "Hels Vite" (2008) – chegou aos headbangers brasileiros com cinco anos de atraso. No entanto, nunca é tarde para se conhecer uma ótima novidade. Parabéns à Hellion Records por manter os olhos bem abertos ao que há de mais inóspito no mundo do metal.
Track-list:
01. Far At Helvete
02. Jag Spar Fordav
03. Farsotstider
04. Host
05. Sjalavrak
06. Elddagjamning
07. Baldersbalet
08. Tiden Laker Intet
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