Malmsteen: em 1984, o início de uma primorosa carreira solo
Resenha - Rising Force - Yngwie J. Malmsteen
Por Rafael Correa
Postado em 14 de julho de 2010
Depois de alçar passos iniciais consideráveis com as bandas Steeler e Alcatrazz (que contava com o peso do nome de Graham Bonnet nos vocais), Yngwie Johann Malmsteen (ou verdadeiramente batizado Lars Johan Yngve Lannërback) mostrou ao mundo sua verdadeira força com "Rising Force", primeiro disco oficial de sua primorosa carreira solo.
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Logicamente, Malmsteen é muito mais que um simples virtuoso das seis cordas. A simbologia que o envolve transpassa mais que a observação de um gênio com seu instrumento: Malmsteen representa e simboliza a condensação do hard rock com o classicismo.
Sueco de nascença, Yngwie Malmsteen foi, desde cedo, incentivado a dedicar-se à música. Aos cinco anos, iniciou seus estudos em (vejam só) trompete e piano. A idéia de se dedicar a um instrumento era inaceitável para a violenta e agitada personalidade do pequeno Yngwie. Em 1970, com sete anos de idade (dois anos após largar o piano e o trompete), o jovem Malmsteen assistiu na televisão uma homenagem a Jimi Hendrix, que havia falecido poucos dias antes. Yngwie ficou transtornado com o que viu: a imagem de Hendrix incendiando e destruindo sua guitarra teve um impacto intenso em sua vida e, literalmente, o Yngwie Malmsteen como nós conhecemos nasceu exatamente quando Jimi Hendrix nos deixou.
Seu empenho no estudo das seis cordas o fez abandonar a escola e respirar guitarra 24 horas por dia. Rapidamente, Malmsteen encontrou em Ritchie Blackmore uma referência insofismável: Yngwie adotou e acelerou a técnica de picking evidenciada originalmente por Blackus. Tendo eleito o hard rock em essência como seu norte, Malmsteen teve contato com uma das grandes influências de Blackmore: a música clássica. E, por mais que os trabalhos que antecederam este primeiro disco denotassem um estilo diverso, Malmsteen desde cedo evidenciou essa fusão do hard com a complexidade trazida pelo gênero musical clássico.
São justamente estes elementos que esteiam "Rising Force", álbum que abre o trabalho solo de Malmsteen. Seu talento incomparável como guitarrista foi prontamente reconhecido e, com seu disco de estréia (composto em sua totalidade por canções instrumentais, com exceção "Now Your Ships Are Burned" e "As Above, So Below") conseguiu um feito inédito: ser comercialmente rentável (com uma qualidade artística incontestável) e alcançar uma indicação ao Grammy de "Melhor Disco de Rock Instrumental" no ano de seu lançamento.
"Rising Force" (que inicialmente fora concebido como um projeto paralelo do Alcatrazz) traz algumas pérolas eternas de Malmsteen, como "Black Star" e "Far Beyond the Sun", abrilhantadas ainda mais pela participação de Barrie Barlow, lendário baterista do Jethro Tull. "Now Your Ships are Burned" também se destaca pela participação marcante de Jeff Scott Soto, indiscutivelmente uma das maiores vozes do hard rock surgidas a partir da década de 80. "Evil Eye" traz o peso característico de Yngwie Malmsteen, que seria melhor desenvolvido nos dois discos posteriores do guitarrista, "Marchin' Out" e "Trilogy". "Icarus Dream Suite Op.4" evidencia a marca clássica que Malmsteen ostenta com orgulho, sendo uma das canções mais bem trabalhadas do disco.
Se hoje falamos em neo-classical metal e em power metal como estilos e desinências perenes do heavy rock, seguramente devemos uma parcela dessa segurança a "Rising Force" e aos posteriores trabalhos de Yngwie J. Malmsteen. Força e densidade são bons sinônimos a este disco.
Track-list:
1. Black Star
2. Far Beyond the Sun
3. Now Your Ships Are Burned
4. Evil Eye
5. Icarus Dream Suit Op. 4
6. As Above, So Bellow
7. Little Savage
8. Farewell
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