Transatlantic: unidos pelo Rock Progressivo em "SMTPe"
Resenha - SMTPe - Transatlantic
Por Pedro Zambarda de Araújo
Postado em 06 de junho de 2010
O baterista Mike Portnoy vivia um dos seus ápices na banda Dream Theater em 1999: com o lançamento de "Metrópolis pt. II: Scenes from a Memory", o grupo alcançou tanto o sucesso com pessoas fora do metal progressivo quanto seus fãs mais exigentes. Neal Morse, por outro lado, havia lançado o CD Day for Night no mesmo ano, sem tanto sucesso. Ambos decidiram, por afinidades musicais e oportunidade de tocarem juntos, formar o supergrupo Transatlantic, reunindo músicos diferentes com o mesmo apreço pelo rock progressivo.

A banda se completou com a voz grave de Roine Tolt, do The Flower Kings, e com o baixista Peter Trevawas, do famoso Marillion. O trabalho de estréia do grupo, "SMPTe", foi lançado em 2000 com excelente aceitação da crítica. Esse CD não trazia nenhum conceito mirabolante no título, que são apenas as iniciais dos integrantes. No entanto, seu conteúdo é um profundo entrosamento e vários jams entre os músicos envolvidos.
Dividido entre cinco músicas, o material não decepciona nem os fãs de metal, ligados a Mike Portnoy, e nem os fãs do progressivo elaborado, e algumas vezes leve, de Neal Morse.
"All Of The Above" abre o CD com uma guitarra que oscila do abafado para o melodioso rapidamente, enquanto o teclado dá um tom moderno e até futurista para a música. Música dividida em cinco partes - "Full Moon Rising", "October Winds", "Camouflaged in Blue", "Half Alive", "Undying Love" e "Full Moon Rising (Reprise)" -, a abertura fala sobre a renovação que o outono traz, entre todas as estações do ano. O vocal agradável de Morse dá ritmo e harmonia com toda a riqueza instrumental de uma música que fala sobre clima, sobre sensação. No meio do instrumental, um jam entre o teclado/piano com a bateria é nítido, dando também um tom jazzístico para a composição, com capricho de Portnoy, Roine Tolt e Peter Trevawas. A música é extensa, com meia hora de duração, mas não cansa em nenhum momento, por ser contagiante.
"We All Need Some Light" é a segunda música, traduzindo a relação de Neal Morse com o cristianismo. Com uma ambientação acústica e espiritual, a canção fala sobre a necessidade da iluminação em nossas vidas, passada de uma maneira simples e direta. Para quem não gosta de rock progressivo, essa música é de fácil digestão, além de ser uma excelente balada da banda. Segue-se a distorcida e pesada "Mistery Train", que expressa os dilemas do acaso na vida. As músicas do Transatlantic permanecem nessas temáticas simples e diretas até o final do CD, sem perder a empolgação com a riqueza dos instrumentos.
Mas Morse aprofunda as letras em "My New World", que transforma a temática de renovação de "All Of The Above" em um clímax. O Transatlantic passa nessa música a mensagem de que uma criança pode criar um universo inteiramente novo depois de perder a inocência, de ver a guerra. Ambientado no Vietnã, nos anos 60, a canção é uma crise que existe até hoje da "geração Woodstock" e o mundo globalizado que surgiu depois da Guerra Fria.
Por fim, "In Held (Twas) in I" é um cover épico da banda Procol Harum, de 1967. Falando sobre loucura e de um encontro espiritual com Dalai Lama, a música retoma a temática de renovação, mas com um instrumental muito mais dramático. Sem dúvida, é uma excelente maneira de encerrar o CD, em diversas melodias entre todos os instrumentos. Um material para ser lembrado.
Se você não conhece muito sobre rock progressivo, "SMPTe" é um ótimo disco para começar. Não se intimide com o tamanho das músicas e ouça, como se não tivesse compromisso algum. Neal Morse faz um excelente trabalho como vocalista, agradando qualquer pessoa que tiver a chance de ouví-lo, junto com músicos de primeira qualidade. É uma audição agradável, com certo peso e uma construção de muita qualidade.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
Loudwire elege os 11 melhores álbuns de thrash metal de 2025
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
As 50 melhores músicas de 2025 segundo a Metal Hammer
Steve Harris reconhece qualidades do primeiro álbum do Iron Maiden
A canção que Sandy & Junior recusaram e acabou virando hino do rock nacional nos anos 2000
A melhor banda que Geddy Lee, vocalista do Rush, já viu ao vivo
Os 20 maiores cantores de todos os tempos, na opinião de Ozzy Osbourne
A resposta do rockstar brasileiro que perdeu mil seguidores após criticar Elon Musk

A música do Yes que Mike Portnoy precisou aprender e foi seu maior desafio



