Immortal: o auge da banda já houve e não irão superar-se
Resenha - All Shall Fall - Immortal
Por Bruno Bruce
Fonte: Rock Potiguar
Postado em 03 de dezembro de 2009
Não pude conter a ansiedade ao receber pelos Correios a caixa de papelão com o novo 'bolachão' do Immortal. Depois de resenhar o zênite do grupo estava tremendamente curioso com a trajetória que seguiriam. Haviam encontrado o balanço delicado entre Thrash & Black Metal, atingindo uma gama imensa de metallers e ainda assim mantinham uma aura de cult band, quase inacessíveis! Mesmo com uma formação que varia (novo baixista, Apollyon) a matriz do conceito não se altera. Corpse paint, power trio (mais que 3 é demais para uma hábil banda), somente uma foto no encarte e Demonaz nos bastidores (responsável pelo direcionamento, escrevendo letras sobre batalhas brutais).
"All Shall Fall" veio para firmar em definitivo a cadência nas músicas da banda, confirmando o que eu já havia escrito sobre eles quando do vinil anterior, ou seja, a respeito do posicionamento sonoro destes headbangers! A busca pela velocidade muitas vezes serve apenas para mascarar limitações como instrumentistas. Pior quando um exímio músico floreia velozmente para exibir-se. AAARRGH! Nada disto acontece aqui. Você nunca observará um soldado de elite vociferar sua letalidade antes de um combate. Estes segredos serão expostos no momentum apropriado. É assim que o Immortal aporta na música: furiosamente certeiro & tranqüilo do fio afiado de sua navalha metálica. Sem alvoroço!
O disco abre dramático com "All Shall Fall", em grandioso estilo. Os dedilhados e o ritmo marcial da bateria já se fazem presentes desde agora. Na seqüência a minha predileta, "The Rise Of Darkness", emotiva como gosto, com guitarras rascantes. Vem "Hordes To War", a mais rápida do vinil. Se você não conhece o Bathory, não se desespere. Caso goste da faixa "Norden On Fire" já será fã do Bathory por tabela. Cópia da sonoridade presente no "Blood Fire Death", um dos discos mais essenciais do Metal neste planeta. Fui no encarte observar se não tratava-se um cover, tamanha semelhança. Não era! Mais quatro (boas) músicas... e só. A sensação que tive foi a de quando, infante, ganhei meu boneco Falcon! Na TV ele fazia tudo, movimentando-se como um ninja bebedor de Red Bull. No meu quarto, jazia parado como um gato morto! Fui enganado. Para um brinquedo você até abre a imaginação mas para uma banda que prometia um sucessor excelso você cerra os dentes. Fui enganado, again!!!
Bandas da estipe do Immortal representam um antigo código, fora de moda, não-usual que reza o afastamento do mundo comercial, principalmente no quesito arte. Eles são cientes disto, são sabedores que Heavy Metal é sacerdócio e o Black Metal a perfeição da fé pagã, obscura, exclusiva para poucos, de indivíduos que (ainda em vida) morreram para este mundo. E lá se foram 10% de meu respeito pelo trio quando vi perfis deste estandarte no Facebook, Twitter e afins. Mesmo que enxutos, somente para divulgá-los, torci o nariz. Seriam realmente necessários? Lançaram CD, CD digipack, vinil simples, vinil numerado e box. Como fã... babei, comprando o que pude. Como crítico, tive nojo! Mas ser fã é estar munido de fé, é ser um apaixonado e paixão jamais anda de mãos dadas com a razão.
Como crítico: "All Shall Fall" está muito, mas muito aquém do transcendentalmente inspirado "Sons Of Northern Darkness". O auge da banda já houve e não irão superar-se. Pode parecer uma crítica dura mas compreenda que a banda define, na parte que lhe cabe, os rumos de um sub-gênero substancioso do Metal. Parcela desta possibilidade de apontar caminhos advém da capacidade de surpreender. Este disco é bom mas não surpreende!
Como fã... comprarei todas as quinquilharias que lançarem no mercado e jogo uma moeda no ar, apostando que tão cedo não os verei por estas (nordestinas) paragens, pois são indiscutivelmente grandes demais nos maiores mercados para o Metal no mundo (Europa & Japão) para darem as caras por aqui!
Lado A:
01 – All Shall Fall
02 – The Rise Of Darkness
03 – Hordes To War
Lado B:
01 – Norden On Fire
02 – Arctic Swarm
03 – Mount North
04 – Unearthly Kingdom
Lançamento: 2009
Formato: Vinil numerado de 180g (Nuclear Blast)
Immortal:
Abbath (guitarra/vocal)
Horgh (bateria)
Apollyon (baixo)
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