Umbra et Imago: gothic rock competente, soturno e climático
Resenha - Die Welt brennt - Umbra et Imago
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collector's Room
Postado em 24 de março de 2009
Nota: 7
O Umbra et Imago nasceu em 1991 na cidade alemã de Karlsruhe, já lançou uma dezena de álbuns e conquistou uma fiel legião de fãs no underground europeu. "Die Welt brennt", lançado originalmente em 2002 no velho mundo, finalmente ganha versão nacional, e é um item no mínimo interessante.
Liderado pelo vocalista Manuel Munz, conhecido como Mozart, o grupo faz um gothic rock muito competente, bastante soturno e climático, que cai bem aos ouvidos. Visualmente a banda explora muitos elementos teatrais e performáticos em seus shows, e usa e abusa da sexualidade como fator dominante de sua obra. Mulheres nuas entram no palco, algumas estão em gaiolas suspensas, outras interagem com o vocalista, levando a platéia ao delírio.
É inegável que a performance da banda impressiona. Algumas vezes ficamos chocados, outras achamos interessante, e em alguns momentos tudo não parece passar de um teatro um tanto quanto ridículo, mas, de maneira geral, o show do grupo é um todo muito bem montado e pensado, que alcança com propriedade aquilo que se propõe a fazer: explorar até o limite a dramaticidade de sua música, somada a uma sexualidade extrema. O tema vampirismo é mais do que relevante aqui, tanto na forma da banda se vestir e postar, quanto de seu próprio público, repleto de figuras estranhas.
Assistir aos extras do DVD é fundamental para entender mais sobre o Umbra et Imago e seu mundo próprio. Venerado pelos fãs, Mozart assume a postura de apóstolo gótico, um personagem enigmático e bastante complexo. O sexo é o tema principal da obra do conjunto, e shows sadomasoquistas complementam as entrevistas, com cenas que podem chocar os mais puritanos, mas que revelam o quanto um considerável segmento de adeptos da música pesada mergulhou nos recantos mais soturnos do gênero, temperando-o com aspectos controversos de outras manifestações artísticas, gerando um resultado final bastante interessante. Ainda que a Hellion Records, seguindo o seu padrão ridículo de qualidade e respeito aos consumidores, tenha feito o favor de não legendar as entrevistas - que são em alemão -, mesmo assim dá pra entrar no clima. Pelo menos o DVD vem com um ótimo CD bônus ao vivo com o áudio do show.
Tem gente que vai odiar, tem gente que vai amar, mas é inegável que "Die Welt brennt" é um item curioso e diferenciado, que serve como referência de uma cena que se torna cada vez mais popular na Europa.
Vale a pena dar uma conferida, sem dúvida alguma.
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