Running Wild: uma obra coesa, homogênea e definitiva
Resenha - Black Hand Inn - Running Wild
Por Rodrigo Simas
Postado em 13 de fevereiro de 2009
Nota: 9
Relançado em 2007 com duas faixas bônus, "Black Hand Inn" (1994) é considerado por muitos uma continuação ao clássico "Pile Of Skullls" (1992). Por outros, como a melhor performance em estúdio do Running Wild. Com a entrada do multi-banda Jörg Michael na bateria e do competente Thilo Hermann na guitarra, Rock ‘n’ Rolf – compositor, fundador e líder do grupo – conseguiu criar uma obra coesa, homogênea e definitiva em sua vasta discografia.
Unindo características de vários sub-gêneros do heavy metal, o Running Wild criou uma identidade própria que, mesmo com a entrada de novos membros e as constantes mudanças de formação, dificilmente é abalada. Desde "Under Jolly Roger", seu terceiro álbum, lançado em 1987, o grupo entrou de cabeça no conceito pirata, que hoje em dia se confunde com sua própria história e influencia desde sua música até seus temas, letras, capas e roupas.
"Black Hand Inn" é um trabalho conceitual - mesmo que algumas músicas não sigam o enredo ao pé da letra - e conta a trama de um homem que descobre um grande segredo escondido da humanidade e por isso é injustamente queimado na fogueira como um demônio. Melodias épicas, riffs primorosos e a típica bateria power-metal acompanham Rolf Kaspareck durante toda a história, que começa com a introdução "The Curse" e prepara o clima para a homônima "Black Hand Inn".
Fortemente influenciadas pelo metal oitentista, mas usando todas as ferramentas de uma produção mais moderna, as 11 faixas que compõem a obra original (além das duas bônus: as boas "Dancing On A Minefield" e "Poisoned Blood") são, em sua grande maioria, speed/power-metal da melhor categoria, calcadas em riffs inspirados por bandas como Judas Priest e Accept e os inigualáveis vocais de Rock ‘n’ Rolf, em ótima fase.
As excelentes "The Privateer", "The Phantom Of The Black Hand Inn" e "Powder And Iron" já valem o dinheiro investido e representam tudo o que há de melhor em Black Hand Inn, que ainda mostra um lado mais rock ‘n’ roll em "Soulless" e na menos veloz "Fight The Fire Of Hate". A longa "Genesis (The Making And The Fall Of Man)" - com seus mais de 15 minutos de duração - encerra a história marcando (junto com "Pile Of Skulls") o auge do Running Wild, que começou a decair de produção a partir do próximo trabalho, "Masquerade", bem menos criativo (mas ainda assim interessante) que seus predecessores.
Site oficial:
http://www.running-wild.de
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