Kings Of Leon: novo álbum longe dos exemplares da banda
Resenha - Only By The Night - Kings Of Leon
Por Fábio Cavalcanti
Postado em 17 de dezembro de 2008
Nota: 5 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Em uma carreira ainda relativamente curta, o Kings Of Leon conseguiu chamar a atenção de grandes artistas, da crítica especializada, e de ouvintes "chatos" em geral, com o seu indie rock sempre criativo e ousado. Apesar do hype em torno da banda ter sumido há um bom tempo, o quarteto não foi esquecido, e vem construindo uma carreira sólida, que será lembrada pelos apreciadores do bom rock no futuro. Porém, seu mais novo álbum, intitulado "Only by the Night" (2008) não estará entre os mais exemplares da banda.
Kings Of Leon - Mais Novidades
Pouco mais de um ano após o lançamento do heterogêneo "Because of the Times" (que, apesar de tudo, trazia músicas mais memoráveis), o Kings Of Leon entrega um novo trabalho que funciona muito melhor como álbum, mas falha em aspectos como inspiração e fidelidade (mesmo que mínima) à sua essência. Tal mudança está bem clara na primeira faixa "Closer", que poderia ter saído de uma banda de trip hop, se tivesse sido gravada com uma bateria eletrônica. Falando em trip hop, nota-se mais uma leve influência desse estilo na introdução eletrônica da balada "Revelry", esta bem mais gostosa de ouvir.
E falando em baladas, quem gostava do Kings Of Leon agitado e alto astral do álbum de estréia (o excelente "Youth and Young Manhood", de 2003), vai se decepcionar com o grande número de baladas tristes ou "sombrias" presentes em "Only by the Night", o que deixa o álbum ainda mais "sem vida" no geral, além de fazer a banda soar como uma versão indie do U2. As faixas "17", "Notion" e "Cold Desert" são fracas e entediantes a ponto de não merecerem mais comentários. Mas, como a banda ainda tem capacidade de fazer ótimas músicas, temos as cativantes "Use Somebody" (melhor faixa do álbum) e "Manhattan", além da simpática "I Want You".
Entre os rocks, temos a indie "Sex on Fire", que chama mais atenção pelo seu título e temática, do que pela sua melodia e arranjos. A excelente "Be Somebody" é bastante percursiva, e vai causar arrepios no ouvinte que prefere o lado mais "nervoso" do Kings Of Leon. E a criativa "Crawl" mostra que a banda se sai muito melhor ao utilizar os experimentalismos a favor do rock. Em tais faixas, o ouvinte pode notar também como o vocal "único" de Caleb Followill funciona bem melhor em músicas mais "pra cima", do que em baladas melancólicas e "paradonas".
Considerando que o Kings Of Leon iniciou sua carreira tocando um rock 'n' roll influenciado por southern rock, mas sempre fez questão de "evoluir" após seu primeiro álbum, já era de se esperar que um dia os experimentalismos fossem tirar boa parte da alma e "brilho" da banda, como acontece em "Only by the Night". E enquanto o quarteto continuar fazendo música para apreciadores de um rock cada vez mais alternativo, esquecendo totalmente de onde vieram, os fãs daquele Kings Of Leon mais dançante, alegre, humilde e divertido, continuarão tristes.
Músicas:
1. Closer
2. Crawl
3. Sex on Fire
4. Use Somebody
5. Manhattan
6. Revelry
7. 17
8. Notion
9. I Want You
10. Be Somebody
11. Cold Desert
Outras resenhas de Only By The Night - Kings Of Leon
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
O melhor disco do Anthrax, segundo a Metal Hammer; "Um marco cultural"
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
O solo que Jimmy Page chamou de "nota 12", pois era "mais que perfeito"
A música do Kiss que Paul Stanley sempre vai lamentar; "não tem substância alguma"
O disco do Metallica que para James Hetfield ainda não foi compreendido; "vai chegar a hora"
O clássico do metal que é presença constante nos shows de três bandas diferentes
David Ellefson relembra show que Megadeth fez como trio ao lado de Exodus e Testament
Steve Morse admite ter ficado magoado com o Deep Purple
Ritchie Blackmore faz rara aparição pública e rasga elogios a Bryan Adams

Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
Charlie Brown Jr.: uma experiência triste e depressiva


