Resenha - Live In Athens - Fates Warning
Por Rodrigo Simas
Postado em 07 de novembro de 2006
Nota: 7
O Fates Warning sempre foi uma das bandas mais injustiçadas dentro do estilo proposto. Nunca obteve o reconhecimento e o público merecidos, muito menos o sucesso de bandas como o Dream Theater. Na verdade, acho que eles nunca fizeram questão. Seus discos nunca foram de fácil assimilação, sempre andando à margem do que estava na moda, mesmo dentro do heavy metal. Mas poucas bandas evoluiram tanto e têm uma discografia tão variada e significativa.
Fates Warning - Mais Novidades
E, se esse caminho não foi fácil, a perda de um integrante importante como Mark Zonder (um dos bateristas mais influentes da sua geração), que decidiu deixar o grupo depois do lancamento de X (2005), deixou os fãs realmente preocupados. Quem poderia ser um substituto ao nível de Zonder? Ainda não se sabe se Nick D’Virgilio (Spock’s Beard) vai integrar a banda em definitivo, mas durante a turnê de divulgação o cargo foi dele.
E nessa mesma turnê foi gravado este Live In Athens, um registro que vai agradar os apreciadores do Fates Warning, mas dificilmente vai chamar a atenção de quem não conhece ou não gosta da banda. Junto com Nick, estão lá o líder Jim Matheos (guitarra), Ray Alder (voz), Joey Vera (baixo) e Frank Aresti (guitarra). Sim, você leu certo. Se a noticia da saída de Mark Zonder foi triste, para a felicidade de muitos Frank Aresti está de volta aos palcos (o ultimo CD gravado com ele, Inside Out, é de 1994) e em plena forma.
O DVD é simples. Parece ter sido feito com um orçamento muito pequeno (e com certeza foi). A imagem não é das melhores, foi gravado com poucas câmeras e a edição faz apenas o feijão com arroz (mas também não atrapalha, o que já é uma grande coisa - na verdade, o suficiente). O som então, só em 2.0. Uma pena.
O clima é bem intimista, o público participa de todas as músicas, cantando e pulando sem parar, e a banda reproduz o complexo repertório ao vivo com maestria. O set, baseado nos dos últimos CDs de estúdio (o já citado X e Disconnected, de 2000), traz algumas boas surpresas, como a parte XI de "A Pleasant Shade Of Gray", "Face The Fear" e "Quietus" (a única tirada do disco No Exit, de 1988). Mas os destaques ficam por conta da emocionante (e obrigatória) "The Eleventh Hour", a irretocável "Monument" e "Another Perfect Day", cantada por todos presentes. No bis, outra surpresa: sobe ao palco ninguém menos que Kevin Moore (ex-Dream Theater) para executar os teclados de "Nothing Left to Say".
Nick realmente não é Zonder. Mas segura as pontas e não deve decepcionar mesmo os mais radicais. Jim Matheos, com semblante sério, sabe seu lugar e importância dentro da banda: riffs e solos executados com perfeição, agora ainda apoiado em Frank Aresti, que parece 100% integrado. Joey Vera, junto com Ray Alder (que prova ser um cantor competentíssimo ao vivo) são os que mais agitam, enquanto interagem sem parar com a plateia.
Nos extras, bastidores, ensaios, cenas de programas de TV e duas músicas ao vivo com Mike Portnoy na bateria, tocando em um festival na Holanda. No mínimo interessante. Alguns vão reclamar que nenhuma música da fase John Arch foi lembrada no set, e realmente não machucaria incluir algum clássico da época. Mas, se voce gosta de Fates Warning, Live In Athens é item indispensável na sua coleção, principalmente porque o material da banda é realmente escasso. Isso sem contar que todos precisamos ajudar a aumentar o orçamento da gravação do próximo DVD.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps