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Resenha - Violeta de Outono & Orquestra - Violeta de Outono

Por Rodrigo Werneck
Postado em 20 de outubro de 2006

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

A veterana banda brasileira Violeta de Outono se destaca desde os anos 80 no mercado de rock com um estilo próprio mesclando elementos de psicodélico, progressivo e pop rock. Entre idas e vindas de seus integrantes, mas sempre girando em torno de seu líder Fabio Golfetti, o grupo realizou em 2004 um show em conjunto a uma orquestra, registrado neste DVD sendo agora lançado em 2006 pelos selos Voiceprint e Rock Symphony.

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Ao contrário de várias outras bandas da mesma época, o Violeta de Outono se notabilizou por se manter fiel ao seu estilo, menos acessível que o dos demais grupos que despontaram no mesmo período. Apesar de fazerem parte do cast de uma gravadora grande, a BMG/RCA, sempre se mantiveram à margem do sucesso fácil, talvez optando por ser a maior banda da "segunda divisão" em detrimento de ser uma de menor sucesso dentre as da "primeira divisão" (me refiro a sucesso e quantidade de vendas, e não à qualidade musical).

Vinte anos após o lançamento de seu primeiro disco, a formação original reunida, na realidade um trio composto por Fabio Golfetti (vocal, guitarra, violão), Angelo Pastorello (baixo, Minimoog, craviola) e Claudio Souza (bateria), se apresentou no dia 9 de novembro de 2004 no Teatro Popular do SESI, em São Paulo, acompanhada por uma orquestra de câmara de 20 integrantes, conduzida pelo maestro Juliano Suzuki, da Orquestra Sinfônica da USP. Apesar da banda original ser um trio, conforme mencionado, no decorrer de sua carreira a formação de quarteto, contando com a adição de um tecladista, tem sido comum, e dessa forma os arranjos refeitos e mais ricos foram transpostos com muito bom gosto para este formato que incluiu a orquestra.

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Com o palco dividido exatamente na sua metade para posicionamento do grupo e da orquestra, o que fica claro nas tomadas feitas por uma câmera estrategicamente posicionada no alto do teatro, a produção foi ousada para os padrões brasileiros. Várias câmeras presentes, mais um belo jogo de luzes dentro da estética utilizada em suas capas de disco (basicamente azul, violeta e vermelho), e ainda projeções no fundo do palco, contando com cenas de filmes como "2001: Uma Odisséia no Espaço", "Nosferatu" e "The Time Machine".

Possuindo cerca de 70 minutos de apresentação, foram incluídos logo de cara composições da banda de teor psicodélico como "Outono" e "Mahavishnu", onde Golfetti e sua guitarra Telecaster se destacam em meio aos arranjos de orquestra, que por vezes se somam e por outras se contrastam à performance da banda. Em outros momentos, como na música "Mulher Na Montanha", Golfetti toca violão e aí a orquestra assume o papel principal, com enfoque nos arranjos de cordas e no conseqüente "ataque" dos violinos e violas.

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Se nos referidos momentos psicodélicos o Violeta nos remete ao Pink Floyd incipiente da era Syd Barrett (final dos anos 60), em outros – como na excelente "Blues" – a sonoridade aparece mais renovada, já soando como o mesmo Floyd nos anos 70 e 80, em especial o baixo de Pastorello e novamente a guitarra de Golfetti, provavelmente substituída de propósito por uma Stratocaster e portanto se aproximando ao som de David Gilmour. É bom frisar, entretanto, que o Violeta possui seu estilo próprio e embora haja semelhança com o Floyd, não se trata de uma mera cópia.

Na instrumental "Supernova", Golfetti busca sons mais espaciais com o slide enquanto Pastorello usa a craviola. Outro destaque vai para "Eyes Like Butterfly", uma mezzo balada com vocais em inglês. Numa pausa para a orquestra, a banda ataca sozinha com "Espectro", com seus climas mais pesados e sombrios, e em "Jupiter", que conta apenas com o reforço adicional do percussionista no vibrafone, num trabalho junto ao baterista Claudio Souza. Cláudio, por sinal, mostra classe e bom gosto em todas as músicas, sempre compenetrado no intuito de fornecer a dinâmica e a pulsação necessárias às músicas.

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Em "Faces" a orquestra retorna, e no clássico "Sombras Flutuantes" Golfetti faz o seu tradicional número com a Telecaster repousada no chão, tocada com slide, com o clima num "crescendo" que atinge seu apogeu e gera um clima de euforia junto ao público. Sem perder o pique, a banda ataca com "Declínio de Maio", onde um interessante trabalho de guitarra atrai até mesmo olhares curiosos de integrantes da orquestra, assim como o clássico dos Beatles "Tomorrow Never Knows", tradicional no setlist do Violeta, com Pastorello iniciando com efeitos no teclado monofônico Minimoog, no que é seguido por Golfetti e sua característica "glissando guitar" (forma de tocar com uma pequena varinha metálica), ao melhor estilo de Daevid Allen (do Gong). Para finalizar com chave de ouro, "Dia Eterno", do primeiro disco.

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Nos extras do DVD, relevantes, estão cenas dos bastidores da produção e as letras das músicas incluídas nesse registro.

Pouco após a gravação desse show o baixista Angelo Pastorello deixou a banda, sendo substituído por Gabriel Costa. Já nos teclados, que já foram pilotados por Fabio Ribeiro (Blezqi Zatsaz, Shaaman, etc.) no passado, está agora Fernando "Macabro" Cardoso. Tanto Gabriel quanto Fernando fazem parte também da banda CompaCta Trio, que apresenta excelente material próprio assim como sensacionais covers do ícone inglês do rock progressivo King Crimson. Um projeto paralelo ao Violeta, contando com todos os seus 4 integrantes reforçados pelo saxofonista Renato Mello, é o Invisible Opera Company of Tibet. Logo, são muitos os planos para o futuro de Fabio Golfetti e companhia, de forma que podemos aguardar novos lançamentos em breve!

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Tracklist:

1. Outono
2. Mahavishnu
3. Mulher na Montanha
4. Blues
5. Lírio de Vidro
6. Supernova
7. Eyes Like Butterflies
8. Espectro
9. Júpiter
10. Faces
11. Sombras Flutuantes
12. Declínio de Maio
13. Tomorrow Never Knows
14. Dia Eterno

Sites relacionados:
http://www.violetadeoutono.com.br
http://www.voiceprint.com.br
http://www.rocksymphony.com.br

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Sobre Rodrigo Werneck

Carioca nascido em 1969, engenheiro por formação e empresário do ramo musical por opção, sendo sócio da D'Alegria Custom Made (www.dalegria.com). Foi co-editor da extinta revista Musical Box e atualmente é co-editor do site Just About Music (JAM), além de colaborar eventualmente com as revistas Rock Brigade e Poeira Zine (Brasil), Times! (Alemanha) e InRock (Rússia), além dos sites Whiplash! e Rock Progressivo Brasil (RPB). Webmaster dos sites oficiais do Uriah Heep e Ken Hensley, o que lhe garante um bocado de trabalho sem remuneração, mais a possibilidade de receber alguns CDs por mês e a certeza de receber toneladas de e-mails por dia.
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