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Resenha - Mark - Saint

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 28 de julho de 2006

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Desde 1981, quando foi formado nos EUA, o Saint angariou um grande número de fãs do rock cristão com seu Heavy Metal tradicional. Os anos se passaram, músicos vieram e se foram, e na década de 90 a banda deu uma parada em suas atividades, período em que aproveitaram para relançarem seus álbuns. Somente a partir de 2004 o Saint se reestrutura e passa a liberar trabalhos inéditos no mercado.

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"The Mark" é seu oitavo registro e a temática tem como foco as profecias bíblicas do fim dos tempos. No primeiro instante da audição, confesso que fiquei desconcertado diante da gravação - não ruim, apenas remete ao passado, entre o sujo e o polido - e, principalmente, com a voz de Josh Krammer. Mesmo soando tudo muito, mas muito pesado, bem na linha das bandas inglesas dos anos 80, o que ficou foi uma péssima impressão pela forma crua que se o Saint se expressa logo na mediana faixa de abertura.

Mas as músicas vão rolando, o cérebro assimilando a sonoridade pré-histórica, e a coisa vai tomando gosto. Graças à energia dos arranjos repletos de inspiração e variedade entre as composições, vai-se percebendo que álbum espetacular é "The Mark". Josh Krammer, que assustou em "The Spirit", vai se mostrando totalmente versátil, cantando de forma áspera e chegando aos tons mais altos, bem próximos de um certo Rob Halford. E merece citação ainda os solos de guitarra do excelente Dee Harrington, o que esse músico toca é brincadeira.

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O álbum é prato cheio para os amantes do velho NWOBHM. Com exceção da já citada faixa de abertura, o que se segue é um desfile de faixas que mexerão com os ossos de qualquer amante de metal tradicional. Esta é uma certeza. Os destaques são muitos, mas cito a emocional balada "He Reigns" e "Reap The Flesh", ambas remetendo imediatamente ao "British Steel", do Judas; ou "The 7th Trumpet", com seu estilo pendendo para "Painkiller", de vocês-já-sabem-quem. Mas naturalmente que o The Saint segue seus próprios passos, mostrando fúria em "Bowls Of Wrath" que traz um solo magnífico, ou "Babylon The Great", com um trabalho de vozes de primeira.

Pode-se encontrar também um paralelo entre a ilustração da capa de "The Mark" e suas músicas. Ambos possuem beleza, assim como não deixam de ter seu lado grotesco. E esta é uma das facetas do Heavy Metal clássico, quer queiram ou não. De qualquer forma, as canções são de nível totalmente elevado (se este disco fosse lançado nos anos 80, teria algumas chances de se tornar um clássico), e só sinto pela escolha de uma gravação que soe como as do milênio passado.

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A opção é da banda e deve ser respeitada, mas nem todos têm que gostar...

Formação:
Josh Kramer – voz e guitarra
Dee Harrington – guitarra
Richard Lynch – baixo
Larry London – bateria

Saint – The Mark
(2006 / Armor Records – importado)

01. The Spirit
02. The Vision
03. Ride To Kill
04. He Reigns
05. On And On
06. The 7th Trumpet >mp3
07. The Mark >mp3
08. Bowls Of Wrath
09. Babylon The Great
10. Reap The Flesh >mp3
11. Gog & Magog
12. Alpha & Omega

Homepage: http://saint777.net/index.html

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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