Resenha - Last Command - W.A.S.P.
Por Ben Ami Scopinho
Postado em 30 de junho de 2005
W.A.S.P., desde seu surgimento, foi uma das "vítimas" preferidas escolhidas pelo PMRC, uma entidade de Washington cujos membros eram ligados ao meio político e religioso, que visava manter intacto os bons costumes do povo norte-americano. Imaginem quando este bando de engravatados viram quatro figuras que tocavam com as bundas de fora, bebiam sangue, degolavam e afogavam mulheres sobre o palco, entre outras amenidades, isso em plena efervescência do cenário rock ´n roll... De qualquer maneira, tudo o que o PMRC tentou fazer contra a banda apenas resultou em destaque na mídia para o W.A.S.P., que saiu ganhando pela promoção gratuita.
"The Last Command" é o único álbum da carreira da banda que não tem a mão de Lawless na produção, que ficou ao encargo de Spencer Proffer, produtor bastante requisitado na época pelos conjuntos de hard rock. Lançado em 1985, aqui apareceriam algumas mudanças significativas: a primeira foi a saída do monstruoso baterista Tony Richards, sendo que em seu lugar entrou o apenas básico Steve Riley. Outra mudança considerável foi no visual, que não dava tanto enfoque à sanguinolência de seu registro anterior, agora os músicos vinham com uma produção visual bem mais cuidadosa.
Já no direcionamento musical, suas músicas já não possuíam aquela veia Heavy Metal tão brutal como seu antecessor; as faixas vinham com uma sonoridade mais madura e até mesmo melancólica em certos momentos. Porém a banda estava muito inspirada e, num esforço contínuo, compuseram um disco com músicas muito cativantes. E nesta fase de sua carreira as letras do W.A.S.P. nunca quiseram ser profundas, apenas falavam sobre sexo, morte e sacanagens, de maneira bastante ácida e tentando ser chocante.
Faixas memoráveis que são tocadas até os dias de hoje são a atmosférica "Wild Child" e a pegajosa "Blind In Texas", um de seus maiores clássicos, que teve um clip que rodou bastante na MTV, apresentando uma corrida de tatus, com o animal de Blackie Lawless só perdendo nas corridas – e ele comemorava como se o mesmo fosse o vencedor... Porém, mesmo sendo estas duas as canções que obtiveram maior sucesso comercial, este álbum apresenta muito, mas muito mais que isso.
Impossível não se empolgar com as barulhentas "Ballcrusher", "Jack Action", "Running Wild in the Streets", a obscura e forte "Widowmaker" e as melancólicas faixa-título ou "Cries In The Night". São alguns bons exemplos de bom gosto durante a elaboração das composições, sendo ainda que a dupla Chris Holmes e Randy Piper, como sempre, mostravam ótimos duetos nos solos de guitarras.
E, mesmo o W.A.S.P. não sendo tão popular nas rádios rockers dos anos 80, esta banda era muito superior a vários conjuntos que estavam no topo, tanto que não decepcionaram e, mesmo passando por naturais períodos difíceis, o persistente Blackie mantém a banda na ativa até hoje, 20 anos após o lançamento deste excelente álbum, "The Last Command".
W.A.S.P. – The Last Command
(1985 – Capitol Records)
01. Wild Child
02. Ballcrusher
03. Fistful Of Diamonds
04. Jack Action
05. Widowmaker
06. Blind In Texas
07. Cries In The Night
08. The Last Command
09. Running Wild In The Streets
10. Sex Drive
Homepage: www.waspnation.com
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