Resenha - Envelhecido 12 Anos - Bêbados Habilidosos
Por Marcos A. M. Cruz
Postado em 02 de janeiro de 2005
Uns tempos atrás catei um vídeo antigão do John Lee Hooker, e tão inebriado fiquei que disse para uns amigos virtuais algo como: "Num tem jeito, Blues é coisa de negão mesmo, nunca um branquelão vai conseguir fazer algo deste jeito, falta autenticidade, vivência!"

"Ô Marcão, não é bem assim, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa", retrucaram educadamente alguns - outros preferiram silenciar talvez por considerar que eu não tivesse refletido sobre o que dissera, ou quem sabe para não criar um clima de tensão, algo tão corriqueiro neste mundo virtual em que vivemos, onde infelizmente o ser humano ainda não aprendeu a respeitar o próximo (mas isto é assunto para outra hora).
Claro que estava conscientemente exagerando, sei que há uma boa diferença entre uma coisa e outra, e naturalmente gosto de muita coisa feita pelos branquelões, notadamente a galera britânica surgida lá nos sixties, que gerou frutos mundo afora, obviamente também em nosso país.
Mas taí: gosto de alguns combos brazucas, mas poucos, muito poucos são aqueles que me emocionam ao mesmo nível de um JLH, justamente por sentir falta da tal "autenticidade e vivência", e dentre estes posso contar um grupo cujo CD caiu em minhas mãos há pouco tempo: o pessoal do BÊBADOS HABILIDOSOS, lá de Campo Grande, MS.
Formado atualmente por Renato no vocal, Fabio na guitarra, Marcelo no baixo e Edney na bateria, o Bêbados é uma daquelas bandas que se tornam lendárias não somente pelas suas músicas mas também pela sua vivência no, digamos, "universo etílico" - o nome não veio ao acaso, os caras são realmente entendidos de botecos e inferninhos, com um longo histórico de porres homéricos e situações inusitadas que são contadas por aí - difícil saber o que é lenda ou verdade, já que todos estavam muito bêbados para lembrar...
E esta vivência se reflete não somente no nome da banda e do disco mas também no encarte e em suas canções, recheadas de referências a Baco & Cia - das dez faixas, seis retratam de forma direta o estilo boêmio dos caras, em letras como a de "Whisky & Blues" ("Há tempos eu ando trocando a noite pelo dia"/ "Eu ando bebendo bem mais do que eu devia"), passando pela impagável "B.V.C.", que são as iniciais de "Bêbado, Vadio e Canalha" ("Eu ando me sentindo miseravelmente só"/ "Eu vivo sempre bêbado"/ "Bêbado de dar dó") e "Rio de Whisky" ("Nunca mais vou dormir"/ "Pra que essa noite não termine aqui"/ "Vou ficar nesse bar"/ "Até a minha vida se acabar"/ "Num rio de Whisky") e por aí afora. Sem contar que as duas "faixas bônus" foram sorrateiramente gravadas pelo produtor Alex 'Fralda' Cavalheri, aproveitando uma jam bebaça realizada durante um ensaio no estúdio!
Mas tudo isto seria apenas uma curiosidade e perderia um pouco do sentido se musicalmente falando os caras deixassem a desejar, algo que de forma alguma ocorre, muito pelo contrário: o que temos aqui é uma banda afiadíssima, que se sai muito bem tanto no Blues "tradicional" quanto no Slow Blues, ora com umas pitadas de Soul e de Swing, ora se aproximando bastante do Rock Clássico e do Rock'n'Roll, mas sem deixar totalmente de lado o Blues em momento algum, inclusive na belíssima instrumental "O Último Gole (Pelo Amor de Deus)", uma verdadeira Roadblues enriquecida pelos tecladistas Adriano Magoo e o já citado Alex Cavalheri.
Além de Magoo e Alex, que também participam de diversas outras faixas, outros "camaradas" que dão uma força no CD são os gaitistas Ivan Márcio e Clayton Salles, além do Paulão do VELHAS VIRGENS (diz uma das histórias que corre por aí que em mais de uma ocasião ele não conseguiu acompanhar o Bêbados em uma noitada etílica...)
Cumpre mencionar o maravilhoso trabalho do Brum, um verdadeiro monstro na guitarra, inclusive ao vivo - quem já assistiu sabe do que estou falando. Aliás, estou muito curioso para ouvir o tal projeto paralelo que ele montou, chamado COICE DE MULA, power-trio a lá GOV'T MULE, pelo que dizem...
Resumindo: este disco é imperdível para blueseiros, simpatizantes e bebuns em geral! E para quem quiser conferir, trechos de algumas faixas estão disponíveis no link www.bebadoshabilidosos.hpg.com.br.
Faixas:
Whisky & Blues
B.V.C.
A Volta do Boêmio
Mutantes
Último Gole (Pelo Amor de Deus)
O Último Blues
Rio de Whisky
Ruas Cruas
Vampiro
Whisky & Blues
bonus track
bonus track
Total Time: 63:26
Formação:
Renato Fernandes (vocais)
Fabio Brum (guitarra)
Marcelo Rezende (baixo)
Edney Costa (bateria)
Website oficial: www.bebadoshabilidosos.hpg.com.br.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
Jane's Addiction anuncia que membros fizeram as pazes e comunica fim das atividades
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Steve Harris admite que sempre foi "acumulador" de coisas do Maiden, e isso salvou novo livro
Após assassinato do diretor, Spinal Tap suspende último filme
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
Será que ele curtiu? O dia que Adrian Smith tocou na guitarra de Kirk Hammett
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
Regis Tadeu coloca Deep Purple no grupo de boybands ao lado do Angra
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Testament, Overkill e Destruction confirmam turnê conjunta em 2026
O integrante que saiu do Foo Fighters após outra traição de Dave Grohl
A famosa banda brasileira que Rafael Bittencourt quase foi linchado por não conhecer
A única banda que teve upgrade na carreira por tocar no Rock in Rio, segundo Regis Tadeu

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



