Resenha - Delirium Has Just Began - Tuatha de Danann
Por Tiago Maia Santos
Postado em 13 de fevereiro de 2003
O Tuatha de Danann foi uma banda que mostrou que poderia haver algo mais feliz do que o metal melódico extremado. A mistura do metal com as farras, a felicidade e o carisma dos duendes e seres da floresta vem dando muito certo. A levada na guitarra já característica e as melodias das flautas junto com os corais extremamente felizes dos seres da floresta marcaram a cara da banda.
Tuatha de Danann - Mais Novidades
"The Delirium Has Just Began..." é o terceiro álbum, mostrando claramente o crescimento e o ganho de maturidade deste quinteto brazuca. Percebe-se um maior experimentalismo nos vocais e instrumentos. A bela voz do vocalista Bruno Maia dá lugar algumas vezes à do baixista Giovani Gomes, com seu timbre death, e de Isabel Tavares, cantora convidada.
A capa é muito bonita e o encarte muito bem feito, retratando o "ambiente" do CD. A banda aparece dentro de um cartoon, em uma festa na floresta com todos os personagens da fantasia "tuathaniana", como o clássico Finganfor, fadas e outros seres.
O disco começa com a criativa e felicíssima "Brazuzan – Taller than a Hill", contando a história de um gigante que só tinha uma raposa e uma árvore como amigos e que um dia teve que salvar a vila de Guilart, o gigante do mal. A música tem uma das melodias mais felizes que já ouvi, unindo-se ao coro dos seres da vila ao final da história, muito bem contada e interpretada pela variação de vozes.
A segunda música é "The Last Pendagron". Começa com um riff bem pesado em uma guitarra death. Nessa música o baixista Giovani Gomes mostra a força da voz. Num estilo bem death/black, ele deixa muito vocalista no chinelo. Na continuação aparece uma sinistra, porém bela voz que, junto com a bateria faz uma combinação perfeita com o andamento da história, dando características góticas à música.
Os violões dão o tom de "Abracadabra" que, num estilo flamenco, aparece com vozes cheias de efeitos. A cantora Isabel Tavares dá o ar de sua graça e mostra sua bela voz, parte da música sozinha, parte com Bruna Maia. Música curta, mas alegre e bonita.
A quarta música, "The Last Words", vem num estilo bem edguy, com o refrão melódico, apesar de não ser "power" como nos metais melódicos. Da música participam os vocalistas Ronaldo Simolla e Mario Pastore e o baterista Alexandre Callari. Fala da partida do líder da vila perante a desgraça do povo. É a música feita pelo Tuatha para fazer parte do projeto William Shakespeare’s Hamlet.
O poeta irlandês Wilian Buttler Yeats inspirou "The Wandering of Oisin" que também conta com a participação de Isabel Tavares. Fala da viagem sobre o mar para Tir Nan Og.
A música que intitula o álbum também o fecha. Tem dez minutos de duração e caracteriza bem o CD, pois é a que conta com maior experimentalismo. Como se trata de uma música longa, tem muitas quebradas de ritmo, e mostra todas as caras do Tuatha, do melódico ao thrash, passando pela voz feminina.
O álbum contém seis músicas, ponto negativo para um terceiro álbum, além da qualidade sonora que não agrada aos mais sensíveis auditivamente. Mas isso são apenas detalhes. Como já dito, a banda cresceu, está mais madura. Os guitarristas mostram solos mais bem colocados. O novo tecladista Rafael Castro substitui Leonardo Godtfreidt em grande estilo. Os teclados arrasam em solos e melodias. Mas o Tuatha é uma banda que não se importa com virtuosismo ou em se mostrar com velocidade nos instrumentos e gritos acudíssimos nos vocais. Preocupam-se mais com o conjunto, com o resultado melódico das composições. Assim, o grande lance dos caras é o experimentalismo: as mudanças constantes de ritmo e até de estilo musical, além das vozes representando os personagens da história. Ótimo trabalho de uma das surpresas do metal nacional.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
We Are One Tour 2026 anuncia data extra para São Paulo
A banda que fez George Martin desistir do heavy metal; "um choque de culturas"
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo Corey Taylor do Slipknot
Os 11 melhores álbuns de metal progressivo de 2025, segundo a Loudwire
O álbum que é uma obra-prima tanto para Jimi Hendrix quanto para Kate Bush
Para criticar Ace Frehley, Gene Simmons mente que ninguém morre devido a quedas
Como foi lidar com viúvas de Ritchie Blackmore no Deep Purple, segundo Steve Morse


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


