Resenha - Conflict of Interest - Darkwell
Por Leandro Testa
Postado em 13 de fevereiro de 2003
Nota: 6
Nem o debute havia sido lançado, cerca de dois meses antes a banda saiu em uma curtíssima turnê com o Tristania e o The Sins of thy Beloved a fim de divulgar seu som fora da Áustria. Porém, foi aí que inusitadamente enfrentaram um primeiro problema no ‘line-up’: o tecladista Christian Filip não agüentou o ritmo das apresentações, teve alguns problemas emocionais (e dizem, também financeiros) que o impossibilitaram de se dedicar aos ensaios e às iminentes apresentações que se seguiriam. Pouco depois, mais uma baixa: o guitarrista Roman Wienicke decidiu dedicar seu tempo a outros projetos.
Não obstante, a banda continuava a divulgação e disponibilizou um trecho de uma de suas músicas no maior provedor de MP3 da Internet, tendo liderado os downloads do estilo ‘gothic metal’, na frente de grupos como o Lacuna Coil/Moonspell por volta de seis meses e o índice geral de ‘heavy’ em cerca de duas semanas (!!!).
E foi em meio a esta cisão e a boa receptividade do excelente Suspiria que o Darkwell trouxe dois novos integrantes, que querendo ou não, também influenciaram o resultado das gravações, mesmo não havendo nada composto por eles neste EP. Prova disso são as duas canções de abertura, com singelos toques progressivos, mais peso, se aproximando um pouco ao estilo do After Forever, do qual se mantinham afastados anteriormente. A faixa-título traz alguns riffs cavalgados, ‘bends’, e o que me causou um pouco de estranheza: as linhas vocais da jovem Alexandra parecem não se adaptar a essa nova proposta. "Thy Curse" continua nesse patamar, dá uma engrenada no refrão, mas alguém aí pode me informar por qual motivo a palavra "maldito/maldição" é repetida 48 vezes?
Em seguida, um tema que trata da famosíssima Condessa Bathory (mais um!), "Elisabetha", que pode ter a sua seqüência inclusa no próximo álbum, já em estado embrionário. Ela chega bem macabra por conta do teclado e de uma narração masculina, cresce em poderio, alternando partes arrastadas (como no ‘bridge’) com outras mais velozes, e o coro é um show aparte: muita pujança cadenciada. Tomara que eles realmente façam uma segunda parte dela...
"Crucible" é mais melódica, menos tristonha, ligeira na bateria de Moritz Neuner (Siegfried, ex-Abigor), tem alguns momentos de Rush, outros tradicionais, também utilizados no ‘black sinfônico’, mas a voz da moça, dobrada no estribilho, infelizmente entra em conflito (de interesse?), talvez por culpa da produção que ficou a cargo do próprio baixista, Roland Wurzer (Siegfried), que poderia ter deixado o apoio menos em evidência (e invariavelmente nos deparamos com alguma falha no decorrer desse MCD).
Por outro lado, a releitura do hit pop "Twist in my Sobriety" ficou maravilhosa, muito melhor que o original e assim, apesar de tudo, somos recompensados com versões ao vivo (também em vídeo-clipe), já com Raphael e Matthias no palco, de "Realm of Darkness" e "TSC II – The Salvation", sendo esta última até mais simpática que a de estúdio devido à ausência do ‘backing’, que foi um dos poucos empecilhos levantados na minha resenha anterior. Ou seja, dentre altos e baixos, mortos e feridos, compre um suspiro, ou melhor, o Suspiria.
Duração – 32:25 + 8:34 (7 faixas + 2 multimídia)
Website oficial: www.darkwell.org
Material cedido por:
Hellion Records – www.hellionrecords.com
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