Resenha - Vapor Trails - Rush
Por Fábio Faria
Postado em 05 de maio de 2002
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Quase seis anos depois de lançar seu último álbum de estúdio, o trio canadense Rush volta à cena com seu novo trabalho batizado de "Vapor Trails", cuja ótima produção ficou a cargo dos próprios integrantes da banda – assessorados pelo engenheiro de som Paul Northfield. São treze canções que mostram o Rush do novo milênio revigorado e repleto de entusiasmo, soando como os fãs esperam, entretanto, deixando de lado sua veia mais progressiva para apostar no peso do power-trio propriamente dito. Nada de sintetizadores ou teclados, é guitarra, baixo e bateria em sua forma mais pura.

Os riffs pesados criados pelo guitarrista Alex Lifeson mostram que a meta era deixar as canções – "One Little Victory" e "Nocturne", só para citar algumas - com uma sonoridade mais contemporânea – leia-se aí em relação cenário musical norte-americano. Talvez por isso, o guitarrista optou por não solar nas novas composições. O CD acaba e você, descrente, pergunta se não reparou nos solos. É verdade, eles não existem mesmo. Mas em compensação, sem o uso proposital dos teclados tão abundantes em outros álbuns do Rush, Lifeson pode explorar mais a fundo os sons de sua guitarra, que ao longo das 13 faixas do disco apresentam uma variedade de texturas que com certeza vão agradar os amantes do instrumento que não consideram como virtude escalas mirabolantes à velocidade da luz.
Já Geddy Lee continua o mestre de sempre nas quatro cordas, criando linhas de baixo no mínimo inspiradíssimas – vide "Freeze", "Out of the Cradle", "Sweet Miracle" ou "Peaceable Kingdon", em que o baixo faz o papel da guitarra base. Como vocalista, Lee não perdeu o pique e mostra que a maturidade lhe permitiu o pleno domínio de sua voz tão característica.
Quanto ao modo de composição do Rush, não houve mudanças, ou seja, Lee e Lifeson cuidam dos arranjos das canções e Neil Peart é o responsável pelas letras. Depois de se recuperar da morte - num período inferior a um ano - de sua única filha e de sua esposa, era de se esperar que os assuntos abordados por Peart deixassem de ser abstratos e passassem a mostrar um lado mais pessoal e introspectivo como letrista. Com as baquetas na mão e os pés nos bumbos, Neil Peart, um dos mais influentes bateristas da história do Rock, faz miséria. Desde a faixa de abertura "One Little Victory", passando por "Nocturne", até a última faixa "Secret Touch", o baterista deixa a entender que a precisão nos movimentos é o que ele busca, e isso aliado às famosas viradas, provam que Peart conseguiu superar as dificuldades em sua vida pessoal, que o deixaram um longo período sem tocar, e satisfazer seus admiradores com uma performance magnífica.
Sempre que uma grande banda como o Rush fica um longo período de tempo sem gravar, as expectativas aumentam. Será que conseguirão se superar ou vão se transformar numa cópia deles mesmos? Ao ouvir os quase setenta minutos deste "Vapor Trails", concluí-se que a espera valeu a pena.
Track List
1. "One Little Victory"
2. "Peaceable Kingdom"
3. "Ghost Rider"
4. "Ceiling Unlimited"
5. "The Stars Look Down"
6. "How It Is"
7. "Vapor Trail"
8. "Out Of The Cradle"
9. "Earthshine"
10. "Sweet Miracle"
11. "Nocturne"
12. "Freeze (Part IV of "Fear")
13. "Secret Touch"
Banda
Geddy Lee - baixo e voz
Alex Lifeson - guitarras
Neil Peart - bateria e percussão
Outras resenhas de Vapor Trails - Rush
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A maior banda, música, álbum e vocalista nacional e gringo de 1985, segundo a Bizz
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos
Queen: Bowie, Mercury e a história de Under Pressure
Os álbuns dos Beatles mais possuídos (e os mais cobiçados) pelos colecionadores de discos
Dave Grohl explica porque não toca clássicos do Nirvana ao vivo


O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
A melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, segundo Geddy Lee
O guitarrista que Alex Lifeson acha que merecia ter sido muito maior
Como um médico fã de Rush salvou a pele de Matt Heafy, vocalista do Trivium
A faixa do Rush que Geddy Lee disse que "não envelheceu tão bem"
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



