Resenha - Demolition - Ryan Adams
Por Ricardo Seelig
Postado em 17 de maio de 2005
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Um cara que canta o que sente, sem medo, colocando a sua vida em cada canção. Ryan Adams pode ser definido assim.
Líder de uma das bandas mais importantes do alt.country, o Whiskeytown, Ryan Adams se lançou como artista solo imediatamente após o fim da banda, em 1999 (o último disco dos caras, "Pneumonia", acabou saindo apenas em 2001, devido a diversos conflitos sobre direitos autorais com a Outpost Records, subsidiária da Geffen e gravadora do grupo).

"Heartbreaker", sua ótima estréia, saiu em 2000, seguido pelo excelente e já clássico "Gold", de 2001. Tendo já material gravado para lançar pelo menos mais quatro novos discos, em 2002 Ryan compilou esta montanha de canções inéditas e as mostrou para o mundo.
"Demolition" é sintomático desde o título. O que se vê em toda a sua duração é um misto de diferentes épocas da vida e da carreira do cantor. Gravado em vários estúdios pelos Estados Unidos durante a tour de "Gold", alterna momentos de puro rock com canções acústicas que tocam o coração.
A faixa de abertura, "Nuclear", é um rock poderoso, onde a voz de Ryan Adams, mais rouca do que nunca, é o destaque. Fiel ao seu passado, em seguida ele nos entrega em "Hallelujah" um country rock atual, construído sobre uma estrutura de violão e harmônica, carregado com generosas doses de pop e que levanta o astral do álbum lá em cima.
Quando você pensa que essa vai ser a cara do disco, entra "You Will Always Be The Same", balada acústica que faz o clima para "Desire", uma das melhores canções do CD. Tendo como base a trinca voz, violão e gaita de boca, ela já nasce clássica. Dedicada a Alanis Morissette, ex-namorado do cantor, é herdeira direta do Neil Young acústico de meados dos anos 70, de álbuns como "Comes A Time".
"Cry On Demand" é outro destaque. Sobre uma melodia belíssima composta por violão e piano, um Ryan Adams melancólico e saudosista desfila recordações sobre antigos relacionamentos, em frases como "The only difference is the truth, the truth is I miss you" e "Just close my eyes and think of you".
Como uma resposta a "Cry On Demand", a próxima faixa, "Starting To Hurt" é um rock cru e direto, onde Ryan canta o refrão com uma gana e uma emoção tão grandes que é impossível não se emocionar.
Indo na contramão de artistas que passam meses a procura do timbre perfeito para cada instrumento, "Demolition" nos mostra um cara muito mais preocupado em compor canções verdadeiras e autênticas do que mega produções que, na maioria das vezes, disfarçam arranjos sem sentido e nomes sem talento.
"She Wants To Play Hearts", "Tennessee Sucks" e "Chin Up, Cheer Up" (que parecem sobras dos tempos do Whiskeytown), a bela "Dear Chicago", a pop punk "Gimme a Sign" e a ameaçadora balada final "Jesus (Don't Touch My Baby)" completam um álbum que, pelas suas características, poderia ser uma grande colcha de retalhos apontando para vários caminhos, mas que, surpreendentemente, se mostra um trabalho forte e contundente, de um artista que, até prova em contrário, veio para ficar.
Não é o melhor trabalho de Ryan Adams (este título ainda pertence ao fantástico "Gold"), mas é um álbum que merece ser ouvido com atenção.
Faixas:
1. Nuclear
2. Hallelujah
3. You Will Always Be The Same
4. Desire
5. Cry On Demand
6. Starting To Hurt
7. She Wants To Play Hearts
8. Tennessee Sucks
9. Dear Chicago
10. Gimme a Sign
11. Tomorrow
12. Chin Up, Cheer Up
13. Jesus (Don't Touch My Baby)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
Loudwire elege os 11 melhores álbuns de thrash metal de 2025
A canção que Sandy & Junior recusaram e acabou virando hino do rock nacional nos anos 2000
A cantora que fez Jimmy Page e Robert Plant falarem a mesma língua
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
O baterista que Neil Peart dizia ter influenciado o rock inteiro; "Ele subiu o nível"

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


