Resenha - A Tribute to the Beast - Iron Maiden
Por André Toral
Postado em 17 de maio de 2002
Nota: 7 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Iron Maiden definitivamente é uma banda que já nasceu sob medida, isto é, suas composições, desde o primeiro momento, nasceram perfeitas demais para se tentar mudar alguma coisa. Não é como bandas setentistas iguais a Black Sabbath, Deep-Purple, Rainbow, etc, que devido a baixa qualidade de produção, em comparação aos dias atuais, sempre permitiram covers com mudanças interessantes.
Considerando o exposto a respeito do Iron Maiden, sendo até óbvio que surgissem vários tributos a esta grande banda, até então existiam duas possibilidades: ou se fazia um tributo só com bandas de death/black metal ou com bandas de heavy metal; ambas as situações já aconteceram. "A Tribute to the Beast" trouxe uma terceira opção: mescla death/black e heavy metal. No total, temos 15 bandas sendo que, em termos gerais, as que fizeram versões mais extremas não conseguem bom resultado.
Children of Bodom (Aces High): Um cover com pouca qualidade e um instrumental que mais a transforma numa versão "engraçadinha", com um solo de guitarra totalmente desfigurado.
Cradle of Filth (Hallowed by thy Name): Versão já conhecida por muitos, onde a banda apresenta classe para mudanças de vocais e na sonoridade deste clássico. Certamente é um dos pontos altos do tributo.
Burden of Grief (Prowler): Seu instrumental é bem parecido à versão original, a não ser quando constatam-se os pedais duplos na bateria. A banda acaba tendo uma atuação discreta.
Therion (Children of the Damned): Apresenta um bom desempenho da banda, a não ser pelo vocal. Com o devido respeito, mas o mesmo se parece com um Pavarotti em fim de carreira, tal a tonalidade de voz e mudança grosseira na linha vocal. Há de se ter noção do ridículo.
Disbelief (Stranger in a Stranger Land): Acaba por ser um absurdo inquestionável. É preciso o mínimo de classe para se mudar uma música tão clássica quanto esta.
Dark Tranquillity (22 Acacia Avenue): É um ótimo exemplo de como se altera uma música original com bom gosto, mesmo tendo um vocal tão gutural. O instrumental é pesado e o clima é de satisfação total.
Six Feet Under (Wratchild): O instrumental até que soa legal, mas este vocal cavernoso demais é só para quem curte o gênero. Como a maioria dos fãs de Iron Maiden curtem mais melodia e trabalho elaborado, talvez este cover venha agradar àquelas pessoas que odeiam a banda e se encontram nos caminhos extremos do death/black metal.
Passando à parte em que temos algumas bandas que adotaram o heavy metal para expressarem musicalmente sua admiração pelo Iron Maiden, temos um melhor resultado do que foi constatado no estilo death/black. Não é por nada, mas a cultura sonora do Iron Maiden sempre é melhor absorvida por bandas de igual estilo, mesmo contendo alguns deslizes.
Steel Prophet (The Ides of March/Purgatory): Esplendorosa e magistral. Esta excelente banda apresentou um instrumental aproximado do original, mas com rítmo mais acelerado e um vocal absurdamente perfeito.
Grave Digger (Running Free): Há muito pouco a se fazer nesta música, devido à sua simplicidade. Porém, é exatamente por isso que a mesma é um clássico inquestionável de uma determinada época do Iron Maiden. O Grave Digger imprimiu suas mudanças no andamento da bateria e no vocal de Chris Bolthendal, soando um cover muito interessante e inteligente na maneira de se apresentar.
Sonata Arctica (Die With Your Boots On): Versão inteiramente patética. As linhas de melodias vocais foram todas alteradas e inseriram-se teclados desnecessários. E os coros vocais existentes? Extremamente ridículo. Esta banda deveria ter mais respeito para com os fãs e pelo fato de querer assassinar em definitivo um clássico tão aclamado na história do Iron Maiden, ao ponto de transformá-la em uma música "engraçadinha". Como se ousa fazer isso?
Iced Earth (Transylvania): Excelente atuação destes americanos. A bateria apresenta um rítmo mais cadenciado, porém seu ótimo desempenho é um fato. O instrumental em si é pesado e o resultado é satisfatório.
Ophet (Remember Tomorrow): Numa versão voltada ao heavy metal, o Ophet apresenta uma boa atuação da banda como um todo, incluindo o lado instrumental. Faltam os gritos agudos de Paul Di’anno, mas o vocalista desta banda consegue um bom resultado; melhor que o próprio Bruce Dickinson em 1983 - cá entre nós, Bruce sempre teve fraco desempenho ao cantar esta música.
Sinergy (The Number of the Beast): Magistral. Junto ao Steel Prophet, também é outro momento altíssimo do tributo. A vocalista simplesmente soa melódica e agressiva, com uma banda impecavelmente perfeita no lado instrumental. Isso é que dá ter classe e feeling.
Tierra Santa (Flight of Icarus): Apresenta-se como uma balada, o que é extremamente diferente, porém agradável. No entanto, logo em seguida, dá-se início ao peso e rapidez. É uma versão muito interessante e válida, feita com inteligência, o que há de sobra aqui.
Darkane (Powerslave): O Darkane preferiu detonar um heavy metal de primeira, sendo que a versão aqui coverizada se assemelha à versão original. O vocal é que é diferente e, em certo ponto, gutural, porém em um meio termo. Boa atuação.
Como puderam acompanhar, "A Tribute to the Beast" não é nada do que estão falando em propagandas por aí, mas acaba sendo salvo pelas bandas de heavy metal presentes. Não é possível dizer que se trata do melhor tributo ao Iron Maiden, mas também não é o pior. Sua produção é muito boa e o ótimo encarte traz fotos de todas as bandas participantes.
Outras resenhas de A Tribute to the Beast - Iron Maiden
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os 11 melhores álbuns de metal progressivo de 2025, segundo a Loudwire
A banda que fez George Martin desistir do heavy metal; "um choque de culturas"
We Are One Tour 2026 anuncia data extra para São Paulo
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
Para criticar Ace Frehley, Gene Simmons mente que ninguém morre devido a quedas
O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
Como foi lidar com viúvas de Ritchie Blackmore no Deep Purple, segundo Steve Morse
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O guitarrista que deixou Tony Iommi impressionado: "Eu nunca tinha ouvido nada parecido"
A polêmica nova prática da indústria que Sting defende: "Sou pago, então por que não?"
Paul Stanley: A dor e o drama de ser talaricado por um Caça-Fantasmas



Capa do clássico "The Number of the Beast" assustou o jovem Andreas Kisser; "Medo de Satanás"
Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026, diz jornalista
Megadeth anuncia show em país onde nunca tocou
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
As três bandas clássicas que Jimmy London, do Matanza Ritual, não gosta
Álbum ao vivo da última turnê de Paul Di'Anno será lançado em 2026
Bruce Dickinson relembra, com franqueza, quando foi abandonado pelos fãs
Bruce Dickinson não sabe se o Iron Maiden seria tão grande se ele não tivesse voltado à banda
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



