Resenha - Strolling Minstrel - Drew Barret
Por Ricardo Augusto Sarcinelli
Postado em 01 de dezembro de 1999
Drew Barret é um cantor/compositor, produtor/engenheiro de som de New York que vem desenvolvendo trabalhos na área há dez anos. Ele iniciou sua carreira musical a frente de uma obscura banda de hard rock chamada Barakade, chegando a lançar um único cd nos idos de 1995, curiosamente intitulado "Volume 1". Barret co-escreveu todas as 12 faixas do álbum, que obteve boas veiculações em muitas rádios universitárias e comerciais dos Estados Unidos. Desde a dissolução da banda, em 1997, Drew vem trabalhando neste seu primeiro álbum solo.
"The Strolling Minstrel" consumiu 30 meses desde sua concepção à finalização, haja visto Drew compor, produzir e tocar todos os instrumentos no álbum, com exceção do baixo em duas das faixas. Entretanto, suas composições parecem não terem sofrido a ação do tempo – fato comum em produções demasiadamente demoradas - talvez devido ao caráter particular de composição, sustentado por violões, deixando às guitarras um trabalho subliminar dentro das músicas, intervindo ora ou outra com pequenos riffs e algumas bases um pouquinho mais pesadas, trabalhando sempre para a criação de um ambiente que valorize suas variações vocais, que apesar de alguns poucos exageros, são sim, muito poderosas.
É um disco de músicas simples, que apresenta um artista livre do compromisso com a paternidade de novas tendências e das mundanas ambições virtuosísticas comuns aos nossos dias. Suas maiores virtudes residem na sua espetacular capacitação vocal e em seu processo de composição focado nos arranjos, que funcionam como uma célula produtiva em perfeita interação, crescendo gradativamente até explodir em fortíssimos refrães muito bem construídos e harmonicamente indefectíveis, que têm realmente o poder de grudar nos ouvidos à primeira audição e chegam a impressionar, até mesmo nas composições menos inspiradas.
O que se ouve aqui é um híbrido de hard rock e pop, distintamente influenciado pelas vias mais comerciais, sem mea culpa , falsidade ideológica ou conflitos de interesse. Todas as faixas estão niveladas, configurando um trabalho que, embora simplista em suas ambições musicais, e recheado de baladas até o pescoço, transborda honestidade em cada nota. O primeiro single, "City of Sin" vem sendo divulgado pelo artista e é, ao lado de "Soldier Song" o momento mais pesado ( ou menos ameno) do disco. Destaque também para as faixas "Worked Myself to Death" e "Sara’s Song", que parece pedir por um arranjo de cordas.
Seria interessante contudo ouvir Drew Barret junto a uma banda talentosa e coesa, sob os olhos de um bom produtor. Embora respeite seu trabalho auto-suficiente e o admire muito pela coragem, e capacidade, em desenvolvê-lo, certamente a integração de idéias e experiências coletivas resultariam num trabalho tecnicamente muito superior ao apresentado neste seu debut, tendo em vista que sua destreza nos demais instrumentos se resume ao acompanhamento rítmico, que não compromete mas também nada acrescenta.
O mundo é assim mesmo, peças de um mesmo quebra-cabeças à caça de seus pares. Drew Barret talvez seja a peça que faltava no seu, ou a primeira de um novo mosaico.
Nota: 7,0 (Sete)
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