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Bandas cover: Um nicho que deu certo

Por Ivison Poleto dos Santos
Postado em 04 de dezembro de 2018

Que todas as bandas mundialmente famosas um dia começaram fazendo covers dos seus ídolos, isso é plenamente sabido, mas que um dia nesse Brasil varonil, elas chegaram ao estrelato, isso não se sabia.

Você que como eu é jovem há mais tempo, vai se lembrar que no final dos anos 1980 e início dos 1990, as bandas covers faturaram horrores e quase chegaram a ofuscar a fama das bandas que homenageavam. Todas, eu disse todas, as bandas famosas ou até mais ou menos famosas de rock/metal tinham as suas covers. Quanto mais famosa a banda, mais bandas covers elas tinham. Algumas, inclusive, tinham a permissão das bandas-mãe para estar nos palcos e usavam isso a seu favor. O saudoso Hélcio Aguirra, guitarrista do Golpe de Estado, manteve por um bom tempo uma consagrada banda cover do Black Sabbath, a Eletrical Funeral. Existia até banda cover do Amado Batista. Veja só.

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Há quem ache, no entanto, que ser uma banda cover é muito simples, pois afinal de contas você não participa da parte mais trabalhosa e imprevisível do processo que é a criação. Verdade, porém por várias razões, essas bandas se firmaram como opções às bandas reais e, exatamente por isso, tinham que se apresentar exatamente como as bandas que homenageavam. Parece fácil? Nem a pau, Juvenal! Primeiramente você tem de reunir um time músicos que se proponha a realizar a tarefa. Há bandas cover, como as dos The Beatles que se esmeram ao ponto de encontrar integrantes que se parecem fisicamente com os originais. Esses caras além de se parecerem com eles, ainda têm que ser músicos pelo menos ao nível do original. Ainda parece fácil? Bom, há mais. Figurinos. Ahá, você tem de copiar o figurino das bandas-mãe em cada detalhe impecavelmente, nem a mais, nem a menos, apenas perfeito. Feito isso, você só tem de tocar como a banda homenageada. Fácil? Não, nem um pouco. Para um leigo é só plugar os instrumentos nos amplificadores, pegar as notas de alguma forma, arrumar alguém que cante e beleza! Está feita a mágica! Ledo engano. Bandas como os Rolling Stones, só por exemplo, usam várias afinações diferentes nas suas músicas e você tem de respeitá-las para soar igual. Além disso, há os equipamentos. Atualmente existem equipamentos que emulam o som original de alguns equipamentos, mas na década de 1990 isso não existia. Você tinha de arrumar um instrumento igual aos dos músicos ou pelo menos parecido. Você se esquece que quase todo músico é perfeccionista? Ah, só mais uma coisa: os músicos têm de concordar com o repertório. Bom, agora podemos começar os ensaios e quiçá agendar shows.

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Um pequeno histórico

Esse fenômeno pode ser explicado em partes pela escassa frequência de shows internacionais aqui no país tupiniquim. Antes da explosão do Rock In Rio em 1985, somente Alice Cooper, Van Halen, Peter Frampton, Queen e Kiss (corrijam-me se eu esqueci alguém) visitaram estas plagas. Quem pensou que após o megaevento as coisas melhorariam muito e rapidamente enganou-se como quem acreditou no Plano Cruzado. Melhoraram sim, mas levou mais algum tempo. Ainda nos anos 1980 tivemos a visita de Metallica, Motörhead, Deep Purple e outros. Na verdade, a maioria desses shows foram fruto da batalha incansável de Walcir Chalas, sim, o famoso proprietário da Woodstock Discos que se aventurava a trazer por conta própria bandas de Heavy Metal.

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Conta a lenda que a líder Siouxsie Sioux do Siouxsie and The Banshess, após a visita ao Brasil em 1986, ficou tão maravilhada com a recepção do público que contagiou outras bandas com a sua empolgação e elas começaram a pressionar seus empresários para vir ao paraíso perdido. Começaram a nos visitar as bandas de sucesso radiofônico da época como The Cure, New Order, Echo and the Bunnymen, entre outras. Essa foi a primeira leva séria de shows de bandas internacionais em terras de Pindorama.

Porém, como alegria de pobre dura pouco, muito pouco, as crises econômicas do país - sim , meu caro, elas já existiam antes do PT - tornaram os shows no país economicamente inviáveis e eles voltaram a escassear. Entretanto, o caminho das pedras já estava aberto e as apresentações não pararam de vez. Só diminuíram. Houve até uma leva de shows de blues inesquecíveis quando estrelas como B. B. King, Buddy Guy, Junior Wells, Albert Collins, Etta James, Magic Slim entre outros pisaram em terras de Tupã.

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Foi com a segunda edição do Rock In Rio em 1991 que a coisa pegou força e se firmou de vez. Nos anos 1990, o Brasil entrou definitivamente no circuito internacional de shows atraindo desde bandas iniciantes e aspirantes ao sucesso, passando por bandas estabelecidas até as que estavam em final de carreira que davam um pulo aqui como um último suspiro. Foi a década quando os festivais internacionais explodiram para o nosso deleite.

Foi nesse entrementes que as bandas cover se firmaram e alcançaram níveis de estrelato nunca antes alcançados.

Porém, a vinda das bandas originais funcionou como uma faca de dois gumes. No início, paradoxalmente, ela impulsionou a carreira das cover, pois as lembranças dos shows ficaram na memória e as pessoas queriam voltar a ver as bandas. Entretanto, quanto mais as bandas visitavam a Terra Brasilis, mais o público enjoava e consequentemente as bandas cover perdiam o seu espaço. Além disso, para que eu vou pagar uma cover, se é mais relativamente mais barato trazer a original. A cover do Amado Batista a qual mencionamos acima passou por isso. O artista original cobrava quase o mesmo cachê que eles. Foi o que aconteceu nos meados da década de 1990. Junte-se a isso as mudanças tecnológicas que tornaram mais fácil a execução das músicas e, por consequência, o fechamento dos espaços para a música ao vivo - mais cara. Além disso, não podemos esquecer que as bandas covers dependem do estrelato e da fama das bandas originais. E ele também foi se esvaindo. O fenômeno foi minguando, minguando até quase sumir.

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Para finalizar vou citar algumas bandas cover famosas que ainda existem:

U2 Cover

Hoje também conhecida como U2 Cover São Paulo foi formada em 1989, e é uma das mais famosas e conhecidas graças ao talento dos seus integrantes. O vocalista Éverson Cândido tem um timbre vocal muito parecido com o de Bono Vox e os músicos se esmeram em tocar as peças praticamente iguais ao original.

Dê uma conferida:

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Beatles Abbey Road

Essa banda causou um fuzuê tremendo anos atrás porque venceu um concurso de bandas cover dos Beatles. Seu esmero se destaca, ao recriar a atmosfera da época com seus terninhos de tecido inglês, suas botinhas confeccionadas por Mr. Green, o mesmo artesão que fabricava para os Beatles, anéis, pulseiras, relógios, instrumentos raros e principalmente, competência musical. Realmente os caras não estão para brincadeiras.

Assista:

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Destroyer Kiss Cover

Lembra do que falei sobre os figurinos? Fácil ter figurinos e presença de palco igual ao Kiss? Bom, os caras do Destroyer Kiss Cover fazem isso desde 1984. Pouco? Okay, a banda foi oficialmente reconhecida pelo KISS como sendo a única banda tributo atuante na América do Sul, este reconhecimento foi registrado na revista Metal Edge (KISS special arena edition) que foi vendida em todos os shows do KISS ao redor do mundo durante a KISS Reunion Tour 1996/97.

Veja o vídeo de apresentação da banda:

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Ah, quase ia me esquecendo. Entre 2005 e 2007 rolou na MTV - lembra dela - um programa chamado Covernation com Marcos Mion que era uma espécie de competição entre bandas cover. Lembro-me de uma banda cover do Black Sabbath que trazia um moleque que além de ser a cara do Ozzy, cantava igual.

É, cover é coisa séria.

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Sobre Ivison Poleto dos Santos

Veterano das guerras metálicas. Pesquisador, escritor, resenhista, músico frustrado (por isso tudo o anterior). Ao contrário da opinião comum, acho que o melhor do Metal ainda está por vir e que existem grandes bandas novas por aí. Só procurar. No meu caso elas vêm até mim.
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