RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

O impagável elogio que Lobão fez a Caetano Veloso que fez o cantor reagir com humor

A banda que John Bonham deixou de lado para escolher o Led Zeppelin

Como um show desastroso mudou para sempre a história do Linkin Park

A banda que muitos acham seus shows chatos, mas Dave Grohl considera a melhor ao vivo

A única música oficial do Nirvana com Dave Grohl no vocal: "Era uma questão sensível"

O álbum do Helloween que Andi Deris considera fantástico... para o Bon Jovi

Por que o "Acústico MTV" de Lobão não vendeu bem, segundo empresária

O dia que The Who gravou cover dos Rolling Stones para ajudá-los a pagar fiança

A pessoa mais insuportável com quem Noel Gallagher já trabalhou, segundo o próprio

O músico que Jimmy Page tremeu na base ao saber que teria que substituir: "Fiquei em choque"

As tretas de brothers entre Ritchie Blackmore e John Bonham: "Pagey, seu maldito!"

O álbum do Metallica que deveria salvar o thrash metal, mas acabou dando strike no gênero

Quando o AC/DC perdeu a mão, segundo Malcolm Young; "Precisávamos voltar às raízes"

A música do Black Sabbath que representa o Heavy Metal para Geezer Butler

Com ou sem o Iced Earth, Matt Barlow torce por retorno de Jon Schaffer


Anos 90: Antes da Internet as Fitas K7 eram a Salvação no Rock

Por
Fonte: Camarada Garcia no Medium
Postado em 30 de junho de 2017

Eu sou um senhor de 31 anos de idade que descobriu e se apaixonou por rock no começo dos anos 90, uma época muito distante onde não havia Youtube ou Spotify. Imagino que esses tempos sejam difíceis de imaginar para quem nasceu de meados daquela década para cá, mas eu ainda lembro bem. Eram tempos difíceis, mas bons tempos…

Em 1992 meu irmão conseguiu uma fita K7 do Guns N’ Roses e simplesmente pirou. Ele começou a ouvir o tempo todo e mostrar para os garotos da rua, que logo passaram a curtir e querer mais daquele tipo de música, que parecia ter vindo de outro mundo. Só que no mundo classe média baixa, em Cabo Frio, nos anos 90, discos de vinil eram pouco acessíveis, afinal, o preço era alto (ou o poder de compra que era baixo, não sei) e só tinha umas duas lojas na cidade (onde dificilmente havia algo que não fosse sucesso do momento). Tirando meu irmão, que conseguiu alguns (basicamente Guns ‘n Roses e Titãs), só um garoto na rua tinha discos. Ele se chamava André, era um filho único da família classe média que considerávamos rico pelo fato de ter um baixo e uma coleção de LPs de bandas como Metallica, Black Sabbath e Ozzy. LPs esses que ele nunca emprestaria, mas que precisávamos ouvir. Precisávamos de mais daquela música, que parecia ter surgido do nada e que, para a gente, era a coisa mais nova e empolgante do mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

E é aí que entrava em cena o K7 para salvar o dia (ou melhor, a década). André tinha temperamento difícil e era muito fechado, quase não saía de casa. Quando saía, nem olhava para a cara de ninguém. Mas mesmo assim meu irmão conseguiu que ele gravasse algum disco, acho que Tribute, do Ozzy, numa fita para ele. Essa fita rodou de mão em mão pela rua explodindo cabeças até, literalmente, arrebentar. Posteriormente, meu irmão conseguiu fazer que ele gravasse acho que Master of the Puppets, do Metallica, também, mas depois disso o cara se mudou para outra cidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Como não dava para ter discos e nem depender da boa vontade das poucas pessoas que tinham, era necessário recorrer às ondas do rádio. A única rádio que tocava rock em Cabo Frio era a Rádio Cidade, que a gente ouvia o dia inteiro para poder ouvir Nirvana, Faith no More, Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Ramones e Silverchair, entre outros. Eventualmente, no quadro Jurassic Rock, do programa A hora do Rock (eu acho), podia rolar até Led Zeppelin ou Deep Purple! E é aí que as fitas K7 entram, pela terceira, de forma circunstancial nessa história: ela permitiu aquilo que era o mais próximo de compartilhamento de música que havia 10 anos anos do Napster e 20 anos antes do Spotify.

Meu irmão tinha um micro system que ficava sempre ligado na rádio com uma fita preparada e os botões Rec e Pause apertados. Se anunciasse que ia tocar alguma daquelas músicas fodas, a gente corria desesperadamente para soltar o botão Pause e gravar a música. Quando a gente conseguia, era uma sensação de euforia, como deve ser para a garotada de hoje capturar um Pikachu no Pokemon Go. Quando era uma música que quase não tocava em rádio (Pokemon raro), então, era uma coisa de pular e vibrar por minutos. Poder ouvir sua música preferida na hora que você quisesse naquela época era algo que não dá para explicar para quem não viveu aqueles dias. Ainda mais para aqueles que tinham condições de ter um Walkman e podiam ouvir as fitas a qualquer hora e em qualquer lugar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Depois disso veio o plano real, que deu um BOOM no poder aquisitivo dos brasileiros e permitiu que mesmo o pessoal classe média baixa de Cabo Frio comprasse CDs, que ainda eram grande novidade. Assim o acesso a músicas e álbuns se tornou muito mais fácil, principalmente depois que CDs começaram a ser pirateados, mas mesmo assim o K7 ainda foi um bom recurso para fazer coletâneas e compartilhar músicas. Até que chegou a virada da década, computador, internet e gravador de CD se tornaram populares e a partir daí as fitas passaram a ficar esquecidas, soterradas no fundo da gaveta ou ser jogadas no lixo. Um destino cruel para algo que teve tanta importância por tanto tempo.

Mas fica aqui essa singela homenagem às fitas K7 de alguém que não se esqueceu e nem vai se esquecer delas (e que está ficando saudosista depois de velho).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Comente: Você também viveu a época das fitas K7?

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeThiago Feltes Marques | Marcelo Matos Medeiros | Glasir Machado Lima Neto | Felipe Pablo Lescura | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre André Garcia

Sou redator e tradutor freelancer e escritor, autor do livro de contos Liber IMP. Ouço rock desde pequeno, leio coisas sobre bandas desde sempre e escrevo sobre ela já tem anos. Cresci como fã de Iron Maiden e paladino do rock, mas já me tratei. Hoje sou fã de nomes como Beatles, David Bowie, The Cure, Kraftwerk e Velvet Underground, e de cenas como a Londres psicodélica, a Nova Iorque proto-punk e a Manchester pós-punk. Escrevo notas e notícias rápidas para o Whiplash.Net visando compartilhar conteúdo relevante sobre música e cultura pop.
Mais matérias de André Garcia.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS