RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

Metallica x Megadeth: a separação mais famosa da história do heavy metal

A jornada da música em dois séculos

Ozzy Osbourne assistia entrevistas de Ronnie James Dio em seus últimos anos, revela Sharon

A música que trouxe lágrimas aos olhos de Ozzy Osbourne em seu show de despedida

Os dois clássicos que Fabio Lione nunca cantaria numa banda cover

"Arrumaram um balde para eu não vomitar no carpete do Ozzy", lembra Nick Holmes

O músico do angraverso que em 20 anos nunca fez churrasco para Aquiles Priester

Por que Sepultura deixou megahit por anos fora do show, segundo Andreas Kisser

Fernando Deluqui explica erro na divulgação da morte de P.A. quando baterista estava em coma

Megadeth lança primeiro single de seu próximo e último disco, que será lançado em janeiro

Em trecho de biografia póstuma, Ozzy Osbourne fala sobre último show

O clássico dos anos 70 que combate uma mentira sexista e que irritou a banda Nazareth

O momento do Led Zeppelin que Robert Plant preferia apagar da história; ele ficou sem graça

Os álbuns em que Ozzy Osbourne se vingou do Black Sabbath; "Vou mostrar a eles como se faz!"

O depoimento de quem assistiu o Black Sabbath no início da carreira pelo valor de um sanduíche


Jerry Lee Lewis: o retrato de um "matador"

Por
Postado em 26 de outubro de 2016

"Não atire em mim - Sou apenas o pianista!"
ELTON JOHN (1973)

Nada é tão ambíguo quanto a fúria: enquanto expressão moral pode tanto simbolizar a rebelião inconsequente quanto justificar a insurgência gritante dos excluídos; simboliza tanto o ódio e a opressão de uma concepção totalitarista quanto o grito primal, o extravasamento, a antítese do estado de repressão. SHAKESPEARE a entendeu como matéria prima vital (ainda que em um grito agônico e cheio de ceticismo) quando professa em "Macbeth" que: "A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem sentido algum".

Jerry Lee Lewis - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Com ou sem sentido, a relação rocker entre som e fúria representou o contraponto, a quebra paradigmática com as gerações anteriores. Longe da passividade, a introdução do rock and roll fundiu pelves em chamas e o gigantismo rítmico em uma massa que ultrapassaria as barreiras de cor e casta social. Enquanto isso, achincalhava a condição consuetudinária, misturando filhos de patrões e empregados em uma canonização promíscua defronte aos descendentes de tudo aquilo que não era desejável para o tradicionalismo: CHUCK BERRY, LITTLE RICHARD, FATS DOMINO e outros representantes da senzala social dos anos cinquenta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Entretanto, pior do que isso era ser traído por um dos seus. CARL PERKINS, ELVIS, JOHNNY CASH não apenas subverteram a lógica W.A.S.P. (nota: simbolismo para o modelo a época de elitismo , cujo acrônimo significa "branco, anglo saxão e protestante" e que, nos dias atuais carrega forte caráter pejorativo), mas acomodaram as influências dos "colored" (termo de forte conotação segregacionista para se referir aos negros em meados do século passado) em sua sonoridade e postura. Contudo, em termos de atitude "fuck off" nesse segmento ninguém ultrapassou o hedonismo indulgente de JERRY LEE LEWIS.

https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwidqPWhkODPAhVFC5AKHQanCswQjRwIBw&url=https%3A%2F%2Frockontro.org%2F2015%2F06%2F15%2Fjerry-lee-lewis-o-matador%2F&psig=AFQjCNFHw7y7-gM5NcbIUmdzodCXlHJWTA&ust=1476734837164956

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

"Eu estou certo. Estou sempre certo. Uma vez eu pensei que eu estava errado - então descobri que eu estava certo." Provocador, arruaceiro, também fazia parte dos brancos sulistas que haviam transformado hinos pentecostais em variações profanas trazendo a frente o único instrumento que naquela época detinha o poder de fogo de amplificar o sacrilégio: o piano. ELVIS ao vê-lo tocar disse "Se eu tocasse piano daquela maneira, eu nunca mais cantaria". Antecipando HENDRIX em mais de uma década, LEWIS transformou o lúdico em um ato de carnalismo performático impublicável - suas intervenções ao vivo junto ao instrumento eram verdadeiras cópulas estilizadas.

JERRY fez o que quis: traduziu o êxtase sexual para a alternância em suas performances ao vivo (em interlúdios sussurados que explodiriam apoteoticamente), abusou de álcool e anfetaminas e cometeu todos os desvarios possíveis àquela altura. Porém, dotado de um sentimento de invulnerabilidade, tropeçou quando da ocorrência de uma afronta impensável até para seus fãs à época: a sociedade que se esfregava em seus shows também o condenou pelo seu relacionamento com sua prima de treze anos. Nos anos que se seguiram, sua carreira teve altos e baixos; sua vida pessoal, um desastre,: separou-se inúmeras vezes, perdeu dois filhos, entrou em estado comatoso por overdoses, atirou e quase matou o próprio baixista. "Se eu estou indo para o inferno, eu vou lá tocar piano", afirmou, quase assinando sua própria sentença.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

O passar dos anos, contudo, não tiraram o brilho do "matador": alternando country e seus Standards, LEWIS recebeu a devida convocação na primeira lista para o Hall da Fama do Rock and Roll, gravou com muita gente, foi celebrado; é celebrado. A síntese de toda essa turbulência parte do próprio quando ministra seu catecismo particular: "Quando olharem para trás, eu quero que eles não se lembrem de mim por todas as minhas esposas que tive; não por mansões ou pelo dinheiro que ganhei; eu quero que simplesmente lembrem de mim pela minha música ".

Será lembrado JERRY.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeRogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Paulo Severo da Costa

Paulo Severo da Costa é ensaísta, professor universitário e doente por rock n'roll. Adora críticas, mas não dá a mínima pra elas. Email para contato: [email protected].
Mais matérias de Paulo Severo da Costa.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS