Matérias Mais Lidas


Summer Breeze 2024
Bruce Dickinson

Nas Pegadas dos Stones

Por Luís Fernando Zeferino
Postado em 22 de janeiro de 2010

Em 1968, a pequena cidade do interior paulista nem sonhava em abrigar uma das maiores bandas de rock do planeta. O município de Matão, no interior paulista, foi marcado no ano de 1968 como a cidade que abrigou os Rolling Stones em nosso país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Tudo começou com a tumultuada fase que a banda estava passando na Inglaterra. O verdadeiro motivo pelo qual eles vieram até nosso país variava entre a morte do guitarrista Brian Jones, afogado numa piscina, e as supostas acusações de satanismo devido à recente música gravada "Sympathy For The Devil" (simpatia pelo diabo). A primeira hipótese pode-se dizer descartada pois as biografias confirmam que o guitarrista morreu em meados de 1969.

O contato com o banqueiro brasileiro Walter Moreira Sales, na época proprietário da Fazenda Boa Vista Matão, serviu como uma "válvula de escape" para a banda e favoreceu a vinda dos roqueiros ao Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Desembarcaram no Rio de Janeiro e logo vieram para Matão. A matonense Fátima Labataglia, ainda adolescente naquela época, foi uma das poucas pessoas que tiveram o privilégio de ver a banda. "Vi saindo de um jipe dois sujeitos (Jagger e Richards) vestidos com túnica que chegava aos tornozelos. Sujos, cabelos compridos e um deles com uma mochila nas costas, provavelmente carregando algum instrumento musical".

Na hora pensou se tratar de mendigos ou talvez assaltantes, mas quando começaram a falar em inglês já desconfiou que fossem convidados da fazenda, pois naquela época muitos ingleses visitavam as redondezas. "Sabia que eram convidados da fazenda, mas nem desconfiava que fossem os Rolling Stones. Na época pouco ouvia se falar da banda em nossa região e além disso eu gostava mesmo era de Beatles e Elvis Presley", conta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Junto com o vocalista Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards, desembarcaram também Marianne Faithfull, namorada de Jagger e também o filho dela, Nicholas.

Wanderley Zanoni, matonense, trabalhava na fazenda. Sempre se encarregava de entregar os jornais todas as manhãs à trupe. "Eu soube que eram os Rolling Stones porque vi num jornal do Rio de Janeiro uma foto deles publicada pouco antes deles virem para Matão".

Marianne, que sabia falar um pouco de português sempre esperava Zanoni ansiosa na varanda da casa para receber os jornais e atrás dela, quase saindo para fora da casa, Jagger e Richards. Além de buscar informações do que acontecia na Inglaterra, os roqueiros queriam saber se a ida para o interior paulista não havia sido percebido pela mídia como planejavam.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

"Quando eu entregava o jornal ela sempre me recebia apenas com um penhoar e sem nada por baixo. Naquela época não víamos nem nossa mãe sem roupa, quanto mais uma pessoa estranha", disse, sorrindo, Zanoni.

Segundo ele, logo pela manhã era possível ouvir os músicos tocando e cantando. "Para falar a verdade era muito melhor a voz deles daquele jeito, sem microfone algum".

Mas a visita dos roqueiros não passou tão despercebida quanto planejaram e dias depois começaram a aglomerar pessoas na frente da casa apenas para vê-los sair no jardim. Tentativas frustradas. "Um jornal da região me ofereceu dinheiro para que eu entregasse o jornal um pouco mais longe da casa, para que eles tivessem que sair e, assim, serem fotografados", afirma Zanoni.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

A estadia na fazenda foi acompanhada de perto pelos caseiros Sr. Paulo Viziolli e D. Joana, excelente cozinheira que preparava pratos à base de batatas, à pedido de Jagger. A retribuição do rockstar era com simpatia. Todas as manhãs dava um sonoro "bom dia", em português, para a caseira.

Durante o dia usavam a piscina da casa e, sem pudor algum, expunham os corpos como vieram ao mundo. Já no período da noite se divertiam soltando fogos de artifícios. Vez e outra iam para a cidade comprá-los. Tudo regado a muita cerveja, mas com um detalhe: em lata. Naquela época ainda não se fabricava cervejas em lata no Brasil, portanto, eles trouxeram do exterior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Também no período noturno, aconteciam as cenas que os matonenses julgavam ser as mais misteriosas da banda. Durante o jantar apagavam todas as luzes e deixavam apenas velas ao redor da mesa, além de espalhá-las ao redor da piscina. O fato ganhou forte indício de rituais à partir do momento em que a banda decidiu conhecer terreiros de umbanda em Araraquara, cidade vizinha à Matão.

Outro mistério eram as supostas gravações que a banda fez com músicas compostas na fazenda. Duas delas seriam "Honky Tonk Women" e "Country Honk" e, segundo declarações de Richards à revista "Rolling Stone", eles as compuseram numa fazenda, com cavalos imponentes, longe de tudo, como se estivessem no Arizona. As músicas atingiram o primeiro lugar das rádios de todo o mundo e se sagraram como duas das mais famosas da banda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

A estadia dos roqueiros em Matão durou 17 dias. Tempo suficiente para ficar marcado na história da banda, do Brasil e, principalmente, da pequena cidade. Dias que jamais foram esquecidos, principalmente para aqueles que naquela época tiveram o privilégio de ver uma das maiores bandas do mundo.

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Jethro Tull
Stamp


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Luís Fernando Zeferino

Luís Fernando Zeferino é empresário, jornalista e sobrevivente do bom e velho rock and roll.
Mais matérias de Luís Fernando Zeferino.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS