Atreyu: um dos shows mais animados dos últimos tempos
Resenha - Atreyu (Carioca Club, São Paulo, 20/03/2025)
Por Diego Camara
Postado em 26 de março de 2025
O Atreyu sem duvidas perdeu o timing para vir ao Brasil. Há alguns anos atrás eles teriam lotado o Carioca Club ou até um local ainda maior em São Paulo. Na última quinta-feira, um público modesto foi até a casa para ver o primeiro ato da banda em solo brasileiro, e sem dúvidas ninguém ali saiu desapontado com o resultado. Confira os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
O show estava marcado para às 21h, e o público em grande parte só foi chegar na casa bem próximo ao horário do show. Quem chegou cedo, porém, teve uma sorte inusitada quando Brandon e os técnicos da banda apareceram no palco para uma "apresentação surpresa". Sem banda de abertura, eles resolveram tocar três músicas na passagem de som, empolgando bastante o público, com destaque para convite de um fã subir ao palco para cantar com eles "Sad But True", do Metallica, que levantou o público.


A banda foi subir ao palco uma meia hora depois, para a empolgação dos fãs que já estavam em maior número e preenchiam a pista do Carioca Club, mesmo que com muito espaço para transitar entre as fileiras. "Drowning" foi a música de abertura, que já deixou o público extremamente empolgado: os fãs cantaram com vontade durante toda a música: o volume era tanto que parecia que a casa estava esgotada de tanta empolgação.


A sequência foi poderosa, se animando muito com "Becoming the Bull" e "Right Side of the Bed". Os fãs cantaram em uníssono as duas músicas, puxando a cantoria e tomando o som da casa. A qualidade do som do palco, por sinal, era ótima, e as guitarras potentes da banda enchiam a casa, enquanto a banda era puxada por um afiadíssimo Brandon Saller, que entregava tudo no palco.


Travis Miguel conversou com o público em um bom português, deixando muitos dos fãs espantados com sua capacidade. Brandon brincou, dizendo que ele esperou por 5 anos para conseguir falar com alguém que entendesse a língua, arrancando risos do público. Logo em seguida, a banda já lançou "Save Us", outra muito bem recebida pelos fãs, com um ótimo trabalho nos vocais aqui e uma cantoria incessante no refrão da música.


O negócio ficou ainda mais sério em "The Time is Now", quando Brandon do nada apareceu no meio da plateia para cantar junto com o público. Os fãs ficaram extasiados, todos o envolvendo e cantando junto com ele enquanto ele transitava pela pista – o público menor permitiu que ele passeasse sem problemas, e os fãs abriram espaço para ele ir até o bar, tomar uma bebida e voltar ao palco para finalizar a música.


A banda consegue manter um apelo do público lá no alto, e foi só Brandon pedir para os fãs ficarem insanos na pista que o moshpit abriu em "When Two Are One". Destaque aqui também para o ótimo solo de guitarra. A energia do público contagiou a banda, e Brandon disse que os fãs eram incríveis; eles estavam visivelmente empolgados com todo o espetáculo.

Os elogios não pararam por aí e foram uma constante durante todo o espetáculo. Porter disse que todos os comentários que ouviram durante estes anos sobre o público brasileiro estavam certos, e Brandon disse que este era sem dúvidas o melhor show da banda em muito tempo – tudo parecia, diferente da maioria das bandas que tocam por aqui, não ensaiado ou combinado.


Em "Ex’s and Oh’s" a animação dos fãs subiu ainda mais o nível da performance. Porter pediu para o público cantar novamente o coro que fizeram para as guitarras da banda, que para ele "foi uma das coisas mais legais que já viu". Na sequência, veio o momento balada puxado pela música "Like a Stone", do Audioslave, um dos maiores vocalistas que já se viu, conforme as palavras de Saller. O público cantou muito e acompanhou uma performance memorável da banda, cheia de emoção.


O show foi se aproximando do final e a coisa foi ficando ainda mais séria. A banda tocou "Parabéns para você" em homenagem a uma fã que fazia aniversário na data e depois sacou "Battle Drums", uma das mais potentes da noite, puxada pelos vocais de Brandon e Porter ao mesmo tempo. O mosh no centro da pista cresceu e o Atreyu parecia mais feliz do que nunca no palco.


A participação do público só cresceu a cada música, primeiro muita cantoria em "Falling Down" – regada a outro magnífico solo de guitarra – passando ao bate cabeça incessante em "The Crimson" e finalizando com uma excelente performance de "Blow". A banda voltou ao palco, agradecendo e bastante emocionados com a recepção dos fãs, com Brandon dizendo que este foi sem dúvidas um dos melhores shows em muito tempo.


No final, foi impossível não ficar contagiado com a alegria da banda e do público. A excelente performance de todos só não foi superada pelo ainda mais excelente trabalho da equipe técnica, que conseguiu extrair o melhor nível possível do Atreyu. Toda minha saudação a ótima equipe da Overload e do Carioca Club.

Setlist
Intro: Sandstorm (música de Darude)
Drowning
Becoming the Bull
Right Side of the Bed
Save Us
The Time Is Now
When Two Are One
(i)
Bleeding Mascara
Gone
Ex's and Oh's
Like a Stone (Audioslave cover)
Battle Drums
Falling Down
The Crimson
Blow
Bis
Lip Gloss and Black










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